Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):4-8
DOI 10.5935/0103-507X.20170002
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):47-54
DOI 10.5935/0103-507X.20170008
Avaliar aspectos clínicos e funcionais, assim como qualidade de vida de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica após receberem alta da unidade de terapia intensiva à qual foram admitidos por insuficiência respiratória aguda.
Estudo prospectivo que incluiu pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica admitidos a duas unidades de terapia intensiva entre dezembro de 2010 e agosto de 2011, e que foram avaliados em três visitas após a alta da unidade de terapia intensiva. Incluíram-se 31 pacientes e, destes, 20 pacientes completaram o seguimento de 3 meses.
Ocorreu melhora significante dos seguintes aspectos: volume expiratório forçado em 1 segundo (L) (1,1/1,4/1,4; p = 0,019), Teste de Caminhada de 6 Minutos (m) (- /232,8/272,6; p = 0,04), escore BODE (7,5/5,0/3,8; p = 0,001), cognição avaliada com uso da escala Mini Mental State Examination (21/23,5/23,5; p = 0,008) e qualidade de vida avaliada pelo Saint George Respiratory Questionnaire (63,3/56,8/51; p = 0,02). A diferença média no escore total foi de 12,3 (entre as visitas um e três). Observaram-se diferenças clínicas importantes em relação ao escore de sintomas (18,8), escore de atividades (5,2) e escore de impacto (14,3). A maior parte dos participantes (80%) relatou que aceitaria uma nova admissão à unidade de terapia intensiva.
Apesar da gravidade da doença, ao final do terceiro mês ocorreu uma significativa melhora clínica, funcional e de qualidade de vida. A maior parte dos pacientes aceitaria submeter-se a uma nova internação na unidade de terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):55-62
DOI 10.5935/0103-507X.20170009
Avaliar a atividade antibacteriana contra Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa de dois revestimentos endotraqueais com nanopartículas e fotocatálise sob luz visível.
Testaram-se dois tipos de nanopartículas de titânio: anatase padrão (TiO2) e TiO2 nano-dopada (N-TiO2). As nanopartículas foram colocadas em superfície interna de segmentos de tubos endotraqueais comerciais, aplicadas sobre um filtro de acetato de celulose; os tubos endotraqueais controle foram deixados sem revestimento de nanopartículas. Em cada tubo endotraqueal foi inoculado um total de 150 unidades formadoras de colônia e, a seguir, estes foram expostos a uma fonte de luz fluorescente (3700 lux, comprimento de onda de 300 - 700nm) por 5, 10, 20, 40, 60 e 80 minutos. Contaram-se as Unidades Formadoras de Colônia após 24 horas de incubação a 37ºC. A inativação bacteriana foi calculada como a redução porcentual do crescimento bacteriano em comparação a tubos não expostos à luz.
Na ausência de luz, não se observou qualquer atividade antibacteriana relevante contra qualquer das cepas estudadas. Para P. aeruginosa, ambos os revestimentos tiveram inativação bacteriana mais elevada do que o controle em qualquer dos momentos de avaliação (p < 0,001), sendo que não se observaram diferenças entre o revestimento padrão e nano-dopado. Para S. aureus, a inativação foi maior que os controles, começando a partir de 5 minutos para nano-dopado (p = 0,018) e 10 minutos para o revestimento padrão (p = 0,014); a inativação com a forma nano-dopada foi maior do que com a forma padrão aos 20 minutos (p < 0,001), 40 minutos (p < 0,001) e 60 minutos (p < 0,001).
O revestimento com nanopartículas de titânio comercial padrão e nano-dopado inibiu o crescimento bacteriano sob a luz fluorescente visível. o revestimento nano-dopado teve maior atividade antibacteriana contra S. aureus em comparação à atividade observada com o revestimento com anatase padrão.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):70-76
DOI 10.5935/0103-507X.20170011
Avaliar os dados publicados em relação à prevalência das condições requeridas para avaliação apropriada em pacientes críticos.
Foram realizadas buscas nas bases de dados MEDLINE, Scopus e Web of Science para identificar estudos que discutiam a prevalência de condições validadas para avaliação da responsividade a fluidos com uso de variações respiratórias do volume sistólico ou algum outro substituto em pacientes críticos adultos. O desfecho primário foi a prevalência de adequação para avaliação da responsividade. O objetivo secundário foi o tipo e a prevalência de pré-requisitos avaliados para definir a adequação.
Incluíram-se cinco estudos (14.804 pacientes). Observaram-se elevadas heterogeneidades do ponto de vista clínico e estatístico (I2 = 98,6%), o que impediu o agrupamento dos resultados em uma conclusão sumarizada significativa. A limitação mais frequentemente identificada foi a ausência de ventilação mecânica invasiva com volume corrente ≥ 8mL/kg. A adequação final para avaliação da responsividade a fluidos foi baixa (em quatro estudos, variou entre 1,9 e 8,3% e, em um estudo, foi de 42,4%).
A aplicabilidade na prática diária de índices dinâmicos de responsividade da pré-carga que demandam interações cardiopulmonares pode ser limitada.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):77-86
DOI 10.5935/0103-507X.20170012
Revisar a literatura em relação à utilização da ventilação variável e aos principais desfechos relacionados à sua utilização.
Busca, seleção e análise de todos os artigos originais sobre ventilação variável, sem restrição quanto ao período de publicação e ao idioma, nas bases de dados eletrônicas LILACS, MEDLINE® e PubMed, encontrados por meio de busca pelos termos "variable ventilation" OR "noisy ventilation" OR "biologically variable ventilation".
Foram selecionados 36 artigos na busca. Após a análise, 24 artigos eram originais; destes 21 experimentais e 3 clínicos.
Diversos estudos experimentais evidenciaram os efeitos benéficos de variadas estratégias ventilatórias variáveis sobre a função pulmonar em diferentes modelos de lesão pulmonar e em pulmões saudáveis. A ventilação variável parece ser uma estratégia viável para o aprimoramento da troca gasosa e mecânica respiratória, assim como para prevenção de lesão pulmonar associada à ventilação mecânica. Entretanto, estudos clínicos são necessários para investigar o potencial destas estratégias ventilatórias variáveis na melhora clínica dos pacientes submetidos à ventilação mecânica.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):87-95
DOI 10.5935/0103-507X.20170013
Os avanços tecnológicos que permitem dar suporte às disfunções de órgãos levaram a um aumento nas taxas de sobrevivência para a maioria dos pacientes críticos. Alguns destes pacientes sobrevivem à condição crítica inicial, porém continuam a sofrer com disfunções de órgãos e permanecem em estado inflamatório por longos períodos. Este grupo de pacientes críticos foi descrito desde os anos 1980 e teve diferentes critérios diagnósticos ao longo dos anos. Sabe-se que estes pacientes têm longas permanências no hospital, sofrem importantes alterações do metabolismo muscular e ósseo, apresentam imunodeficiência, consomem quantias substanciais de recursos de saúde, têm reduzida capacidade funcional e cognitiva após a alta, demandam uma considerável carga de trabalho para seus cuidadores, e apresentam elevadas taxas de mortalidade em longo prazo. O objetivo desta revisão foi apresentar as evidências atuais, em termos de definição, fisiopatologia, manifestações clínicas, tratamento e prognóstico da doença crítica persistente.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):9-13
DOI 10.5935/0103-507X.20170003
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):96-104
DOI 10.5935/0103-507X.20170014
Revisar na literatura os efeitos da manobra de compressão torácica expiratória sobre a mecânica ventilatória, a desobstrução brônquica, e os índices de oxigenação e hemodinâmica de pacientes adultos ventilados mecanicamente.
Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados nas bases de dados MEDLINE (via PubMed), EMBASE, Cochrane CENTRAL, PEDro e LILACS. Foram incluídos estudos com pacientes adultos, internados em unidades de terapia intensiva, ventilados mecanicamente, que comparavam os efeitos da manobra de compressão torácica expiratória com grupo controle (sem manobra de compressão torácica expiratória) e que avaliaram os seguintes desfechos: complacência estática e dinâmica, volume de secreção depurado, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão arterial média, frequência cardíaca, saturação periférica de oxigênio e relação entre pressão arterial de oxigênio e fração inspirada de oxigênio. Foram excluídos estudos experimentais com animais e estudos com dados incompletos.
A estratégia de busca resultou em 5.816 estudos, sendo incluídos apenas três estudos randomizados com crossover, totalizando 93 pacientes. No desfecho de frequência cardíaca, observou-se redução a favor da manobra de compressão torácica expiratória, comparada com o grupo controle [-2,81bpm (IC95%: -4,73 a 0,89; I2: 0%)]. Na complacência dinâmica, não foi observada diferença significativa entre os grupos [-0,58mL/cmH2O (IC95%: -2,98 a 1,82; I2: 1%)]. Nas variáveis, pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica após avaliação descritiva, foram encontradas diferenças significativas, entretanto, para variáveis volume de secreção, complacência estática, relação pressão arterial de oxigênio por fração inspirada de oxigênio e saturação periférica de oxigênio, não foram encontradas diferenças entre os grupos.
Faltam evidências que sustentem o uso da manobra de compressão torácica expiratória na rotina assistencial, pois a literatura sobre o tema é de baixa qualidade metodológica e inconclusiva.