Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):323-329
DOI 10.5935/0103-507X.20160055
Identificar e estratificar os principais fatores estressores para os familiares de pacientes internados na unidade de terapia intensiva adulto de um hospital escola.
Estudo transversal descritivo com familiares de pacientes internados na unidade de terapia intensiva no período de abril a outubro de 2014. Foi utilizado questionário contendo identificação e dados demográficos dos familiares, dados clínicos dos pacientes, bem como 25 fatores estressores adaptados da Escala de Estressores em Unidade de Terapia Intensiva. O grau de estresse de cada fator foi determinado por uma escala de valores pontuando de 1 a 4. Os fatores estressores foram ranqueados conforme média dos pontos obtida.
A principal causa de admissão na unidade de terapia intensiva foi clínica em 36 (52,2%) casos. Os principais fatores estressores foram a presença do estado de coma (3,15 ± 1,23), o paciente não conseguir falar (3,15 ± 1,20) e o motivo da internação (3,00 ± 1,27). Quando retirados da análise os 27 (39,1%) pacientes em coma, os fatores de maior estresse para os familiares foram o motivo da internação (2,75 ± 1,354), ver o paciente na unidade de terapia intensiva (2,51 ± 1,227) e o paciente não conseguir falar (2,50 ± 1,269).
A dificuldade na comunicação e na relação com o paciente internado na unidade de terapia intensiva foi apontada como os maiores estressores por seus familiares, com destaque para o estado de coma. Por outro lado, o ambiente, as rotinas de trabalho e a relação entre familiar e equipe da unidade de terapia intensiva tiveram menor impacto como fatores estressores.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(1):18-25
DOI 10.5935/0103-507X.20150005
Avaliar e comparar os fatores estressantes identificados pelos pacientes de uma unidade de terapia intensiva coronariana com aqueles percebidos pelos pacientes de uma unidade de terapia intensiva pós-operatória geral.
Estudo transversal, descritivo, realizado na unidade de terapia intensiva coronariana e na unidade de terapia intensiva pós-operatória geral de um hospital privado. Participaram 60 pacientes, sendo 30 de cada unidade de terapia intensiva. Para identificação dos fatores estressantes, utilizou-se a escala de estressores em unidade de terapia intensiva. Foram calculados o escore médio de cada item da escala e, em seguida, o escore total de estresse). Após a comparação entre os grupos, as diferenças foram consideradas significantes quando p < 0,05.
A idade dos pacientes da unidade de terapia intensiva coronariana foi de 55,63 ± 13,58 e da unidade de terapia intensiva pós-operatória geral foi de 53,60 ± 17,47 anos. Os principais estressores para a unidade de terapia intensiva coronariana foram “sentir dor”, “estar incapacitado para exercer o papel na família” e “estar aborrecido”. Para a unidade de terapia intensiva pós-operatória geral foram “sentir dor”, “estar incapacitado para exercer o papel na família” e “não conseguir se comunicar”. A média do escore total de estresse na unidade de terapia intensiva coronariana foi de 104,20 ± 30,95 e, na unidade de terapia intensiva pós-operatória geral, foi de 116,66 ± 23,72 (p = 0,085). Comparando cada fator estressante separadamente, houve diferença estatisticamente significante apenas entre três itens. “Ter a enfermagem constantemente fazendo tarefas ao redor do leito” foi mais estressante para a unidade de terapia intensiva pós-operatória geral do que para a unidade de terapia intensiva coronariana (p = 0,013). Por outro lado, os itens “escutar sons e ruídos desconhecidos” e “ouvir pessoas falando sobre você” foram mais estressantes para a unidade de terapia intensiva coronariana (p = 0,046 e 0,005, respectivamente).
A percepção sobre os principais estressores, bem como o escore total de estresse foi semelhante entre a unidade de terapia intensiva coronariana e a unidade de terapia intensiva pós-operatória geral.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(2):125-133
DOI 10.5935/0103-507X.20150023
Descrever a prevalência da síndrome de burnout entre trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva, fazendo associação a aspectos psicossociais.
Estudo descritivo seccional realizado com 130 profissionais, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que desempenhavam suas atividades em unidades de terapia intensiva e coronariana de dois hospitais de grande porte na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Os dados foram coletados em 2011, por meio de questionário auto aplicado. Foi utilizado o Maslach Burnout Inventory, para a aferição das dimensões de burnout, e o Self Report Questionnaire, para avaliação de transtornos mentais comuns.
A prevalência de síndrome de burnout foi de 55,3% (n = 72). Quanto aos quadrantes do modelo demanda- controle, a baixa exigência apresentou 64,5% de casos prevalentes suspeitos e a alta exigência, 72,5% de casos (p = 0,006). Foi constatada a prevalência de 27,7% de casos suspeitos para transtornos mentais comuns; destes, 80,6% estavam associados à síndrome de burnout (< 0,0001). Após análise multivariada com modelo ajustado para sexo, idade, escolaridade, carga horária semanal, renda e pensamento no trabalho durante as folgas, foi constatado caráter protetor para síndrome de burnout nas dimensões intermediárias de estresse: trabalho ativo (OR = 0,26; IC95% = 0,09 - 0,69) e trabalho passivo (OR = 0,22; IC95% = 0,07 - 0,63).
Contatou-se que os fatores psicossociais estavam envolvidos no surgimento de burnout no grupo estudado. Os resultados despertaram a necessidade de estudos para intervenção e posterior prevenção da síndrome.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):235-240
DOI 10.1590/S0103-507X2008000300005
OBJETIVOS: A síndrome de Burnout é uma reação de estresse excessivo relacionada ao trabalho que se apresenta em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e ineficácia. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil de médicos plantonistas de unidades de terapia intensiva e avaliar os fatores associados à presença de síndrome de Burnout nessa população. MÉTODOS: Estudo descritivo de corte transversal, avaliando os médicos que trabalham em unidades de terapia intensiva adulto de Salvador-BA com carga mínima de 12 horas de plantão semanal. Foi distribuído um questionário auto-aplicável dividido em duas partes: a primeira referente a características sóciodemográficas e a segunda composta da avaliação da síndrome de Burnout através do Maslach Burnout Inventory. RESULTADOS: Foram avaliados 297 plantonistas, sendo 70% homens. A média de idade e de tempo de formado foi de 34,2 e 9 anos, respectivamente. Níveis elevados de exaustão emocional, despersonalização e ineficácia foram encontrados em 47,5%, 24,6% e 28,3%, respectivamente. A prevalência da síndrome de Burnout, considerada como nível elevado em pelo menos uma dimensão, foi de 63,3%. Esta prevalência foi significativamente menor nos médicos que possuíam título de especialista em medicina intensiva, com mais de nove anos de formado e que ainda pretendem trabalhar por mais de 10 anos em unidades de terapia intensiva. A prevalência foi maior nos médicos com mais de 24 horas de plantão ininterrupto em terapia intensiva por semana. CONCLUSÕES: A prevalência de síndrome de Burnout foi elevada entre os médicos avaliados, sendo mais freqüente nos plantonistas mais jovens, com elevada carga de trabalho e sem especialização em medicina intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):261-266
DOI 10.1590/S0103-507X2008000300009
OBJETIVOS: Revisão de literatura sobre estresse ocupacional e síndrome de burnout em médicos e enfermeiros que trabalham em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal. MÉTODOS: Os artigos foram identificados a partir das bases de dados MedLine, LILACS e SciElo, usando as palavras-chave estresse, burnout, médicos, enfermagem, unidade de terapia intensiva, unidade de cuidados intensivos pediátricos e unidades de cuidados intensivos neonatais. O período pesquisado foi de 1990 a 2007. RESULTADOS: Médicos e enfermeiros que trabalham em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal são candidatos a apresentarem estresse, alterações psicológicas e síndrome de Burnout. Pesquisas sobre o tema identificaram alterações importantes que acometem médicos e enfermeiros intensivistas: sobrecarga de trabalho, burnout, desejo de abandonar o trabalho e níveis elevados de cortisol entre outros fatores. CONCLUSÕES: Os profissionais que trabalham em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal , pela especificidade do seu trabalho, estão expostos ao risco do estresse ocupacional e, conseqüentemente ao Burnout. Estes dados sugerem a necessidade de serem feitas pesquisas, com o objetivo de desenvolver medidas preventivas e modelos de intervenção.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(1):53-59
DOI 10.1590/S0103-507X2007000100007
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O ambiente hospitalar, especialmente o de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devido à complexidade do atendimento prestado, bem como a estrutura física, o barulho, os equipamentos e a movimentação das pessoas, é tido como gerador de estresse para os pacientes. O objetivo deste estudo foi identificar e estratificar os estressores para pacientes internados em UTI, na perspectiva do próprio paciente, familiares e profissionais de saúde. MÉTODO: Estudo de corte transversal realizado entre junho e novembro de 2004, na UTI geral de hospital privado. A amostra foi composta por três grupos: pacientes (G1), familiares (G2) e um membro da equipe da UTI responsável pelo atendimento do paciente incluído (G3). Para identificação e estratificação dos fatores estressantes, utilizou-se a Escala de Estressores em UTI (Intensive Care Unit Environmental Stressor Scale - ICUESS). Para cada paciente e participante, foi calculado um escore total de estresse (ETE) pela soma de todas as respostas da escala. RESULTADOS: Foram incluídos 30 pacientes e participantes em cada grupo. A média de idade foi de: 57,30 ± 17,61 anos para o G1; 41,43 ± 12,19 anos para o G2; e 40,82 ± 20,20 anos para o G3. A média do ETS foi: 62,63 ± 14,01 para os pacientes; 91,10 ± 30,91 para os familiares; e 99,30 ± 21,60 para os profissionais. A média do ETS dos pacientes foi estatisticamente inferior à encontrada nos familiares e nos profissionais de saúde (p < 0,01). Os principais estressores para os pacientes foram: ver a família e amigos por apenas alguns minutos do dia; tubos no nariz e/ou boca; e não ter controle de si mesmo. CONCLUSÕES: A percepção sobre os principais estressores foi diferente entre os três grupos. A identificação destes fatores é importante para a implementação de medidas que possam facilitar a humanização do ambiente da UTI.