Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(2):125-133
DOI 10.5935/0103-507X.20150023
Descrever a prevalência da síndrome de burnout entre trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva, fazendo associação a aspectos psicossociais.
Estudo descritivo seccional realizado com 130 profissionais, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que desempenhavam suas atividades em unidades de terapia intensiva e coronariana de dois hospitais de grande porte na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Os dados foram coletados em 2011, por meio de questionário auto aplicado. Foi utilizado o Maslach Burnout Inventory, para a aferição das dimensões de burnout, e o Self Report Questionnaire, para avaliação de transtornos mentais comuns.
A prevalência de síndrome de burnout foi de 55,3% (n = 72). Quanto aos quadrantes do modelo demanda- controle, a baixa exigência apresentou 64,5% de casos prevalentes suspeitos e a alta exigência, 72,5% de casos (p = 0,006). Foi constatada a prevalência de 27,7% de casos suspeitos para transtornos mentais comuns; destes, 80,6% estavam associados à síndrome de burnout (< 0,0001). Após análise multivariada com modelo ajustado para sexo, idade, escolaridade, carga horária semanal, renda e pensamento no trabalho durante as folgas, foi constatado caráter protetor para síndrome de burnout nas dimensões intermediárias de estresse: trabalho ativo (OR = 0,26; IC95% = 0,09 - 0,69) e trabalho passivo (OR = 0,22; IC95% = 0,07 - 0,63).
Contatou-se que os fatores psicossociais estavam envolvidos no surgimento de burnout no grupo estudado. Os resultados despertaram a necessidade de estudos para intervenção e posterior prevenção da síndrome.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(3):292-298
DOI 10.5935/0103-507X.20140041
A carga de trabalho de enfermagem é constituída pelo tempo dispendido pela equipe de enfermagem para realizar as atividades de sua responsabilidade, relacionadas direta ou indiretamente ao atendimento do paciente. O objetivo deste estudo foi avaliar a carga de trabalho de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva adulto de hospital universitário com o uso do instrumento Nursing Activities Score (NAS).
Estudo longitudinal, prospectivo, envolvendo pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário no período de março a dezembro de 2008. Foram coletados dados para o cálculo do NAS, do Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II), do Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) e do Therapeutic Intervention Scoring System (TISS-28), diariamente até a saída da unidade de terapia intensiva adulto ou 90 dias de internação. O nível de significância adotado foi de 5%.
Foram avaliados 437 pacientes, resultando em NAS de 74,4%. O tipo de internação, tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e condição de saída do paciente da unidade de terapia intensiva e do hospital foram variáveis associadas a diferenças na carga de trabalho da enfermagem. Houve correlação moderada do NAS médio com o escore de gravidade APACHE II (r=0,329), com o escore de disfunção orgânica SOFA médio (r=0,506) e com o TISS-28 médio (r=0,600).
Encontramos elevada carga de trabalho de enfermagem no estudo. Esse resultado pode subsidiar planejamento para dimensionamento da equipe. A carga de trabalho sofreu influência de caraterísticas clínicas, sendo observado aumento do trabalho nos pacientes cirúrgicos de urgência e nos não sobreviventes.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(2):192-195
DOI 10.1590/S0103-507X2010000200014
OBJETIVOS: A pressão do cuff é transmitida de forma direta na parede da traquéia e isto pode ocasionar lesões. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia de um treinamento com a equipe de enfermagem no controle da pressão do cuff. MÉTODOS: Foi realizado um levantamento retrospectivo das mensurações da pressão de cuff de janeiro de 2007 a junho de 2008, verificando-se o percentual de inadequação. Posteriormente, foi elaborado um programa de treinamento da equipe de enfermagem durante o mês de Junho 2008 em todos os três turnos de trabalho. Após o encerramento dessa fase de treinamento, o percentual de adequação na pressão de cuff foi verificado prospectivamente durante os meses de Julho a Dezembro. Foi comparado o percentual de inadequação da pressão do cuff entre os turnos de trabalho (matutino, vespertino e noturno) e entre os períodos pré-treinamento e pós-treinamento pelo teste qualitativo de qui-quadrado, considerando-se como significativa diferença acima de 5% (p<0,05). RESULTADOS: No período pré-treinamento as medidas inadequadas das pressões do cuff (acima de 30cmH2O) nos períodos matutino, vespertino e noturno foram respectivamente 9,2; 11,9 e 13,7%. Após o treinamento foi verificada inadequação de 7,6; 4,1 e 5,2%, nos mesmos períodos, observando-se diminuição significativa no tocante aos períodos vespertino e noturno pré e pós (p<0,001). CONCLUSÃO: O treinamento realizado com a equipe de enfermagem demonstrou-se efetivo na conscientização dos malefícios da pressão do cuff inadequada, acarretando na utilização de níveis de pressão mais seguros nos pacientes.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(3):276-282
DOI 10.1590/S0103-507X2009000300007
OBJETIVO: A compreensão dos eventos adversos facilita a investigação da qualidade da assistência e auxilia na avaliação dos serviços de saúde. O objetivo deste estudo foi identificar os eventos adversos na assistência de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva. MÉTODOS: Os dados foram coletados em um impresso próprio, denominado ficha de ocorrências, por um período de dez meses, no qual os pacientes foram monitorados durante o período de internação na unidade. RESULTADOS: Foram registrados 550 eventos adversos sendo: 26 relacionados aos cinco certos na administração de medicamentos, 23 à medicações não administradas, 181 às anotações inadequadas da medicação, 28 à falhas na instalação de drogas em bomba de infusão, 17 à não realização da inalação, 8 ao manuseio incorreto de seringas e agulhas, 53 aos procedimentos de enfermagem não realizados, 46 ao manuseio incorreto de artefatos terapêuticos e diagnósticos, 37 aos alarmes dos equipamentos utilizados de maneira incorreta e 131 à falhas nas anotações de enfermagem. CONCLUSÃO: A existência de eventos adversos no cuidado prestado pela enfermagem são indicadores importantes que evidenciam a qualidade da assistência na unidade de terapia intensiva. Portanto, os eventos adversos devem ser utilizados para subsidiar a educação permanente da equipe de enfermagem.