Você pesquisou por:"Gustavo Adolfo Ospina-Táscon"
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Crit Care Sci. 2024;36:e20240210en
DOI 10.62675/2965-2774.20240210-pt
Em estudos observacionais sobre a síndrome do desconforto respiratório agudo, sugeriu-se que a driving pressure é o principal fator de lesão pulmonar induzida por ventilador e de mortalidade. Não está claro se uma estratégia de limitação da driving pressure pode melhorar os desfechos clínicos.
Descrever o protocolo e o plano de análise estatística que serão usados para testar se uma estratégia de limitação da driving pressure envolvendo a titulação da pressão positiva expiratória final de acordo com a melhor complacência respiratória e a redução do volume corrente é superior a uma estratégia padrão envolvendo o uso da tabela de pressão positiva expiratória final baixa do protocolo ARDSNet, em termos de aumento do número de dias sem ventilador em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo devido à pneumonia adquirida na comunidade.
O estudo STAMINA (ventilator STrAtegy for coMmunIty acquired pNeumoniA) é randomizado, multicêntrico e aberto e compara uma estratégia de limitação da driving pressure com a tabela de pressão positiva expiratória final baixa do protocolo ARDSnet em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo moderada a grave devido à pneumonia adquirida na comunidade internados em unidades de terapia intensiva. Esperamos recrutar 500 pacientes de 20 unidades de terapia intensiva brasileiras e duas colombianas. Eles serão randomizados para um grupo da estratégia de limitação da driving pressure ou para um grupo de estratégia padrão usando a tabela de pressão positiva expiratória final baixa do protocolo ARDSnet. No grupo da estratégia de limitação da driving pressure, a pressão positiva expiratória final será titulada de acordo com a melhor complacência do sistema respiratório.
O desfecho primário é o número de dias sem ventilador em 28 dias. Os desfechos secundários são a mortalidade hospitalar e na unidade de terapia intensiva e a necessidade de terapias de resgate, como suporte de vida extracorpóreo, manobras de recrutamento e óxido nítrico inalado.
O STAMINA foi projetado para fornecer evidências sobre se uma estratégia de limitação da driving pressure é superior à estratégia da tabela de pressão positiva expiratória final baixa do protocolo ARDSnet para aumentar o número de dias sem ventilador em 28 dias em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo moderada a grave. Aqui, descrevemos a justificativa, o desenho e o status do estudo.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(1):154-166
DOI 10.5935/0103-507X.20210017
Considera-se que a transfusão de eritrócitos melhora a respiração celular durante o choque séptico. Contudo, seu impacto agudo no transporte e no metabolismo de oxigênio nessa condição ainda é amplamente debatido. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da transfusão de eritrócitos na microcirculação e no metabolismo do oxigênio em pacientes com sepse e choque séptico. Conduzimos um levantamento nas bases de dados MEDLINE®, Elsevier e Scopus. Incluímos estudos realizados com seres humanos adultos com sepse e choque séptico. Realizamos uma revisão sistemática e metanálise com utilização do modelo de efeitos aleatórios de DerSimonian e Laird. Consideramos significante valor de p < 0,05. Incluíram-se na análise 19 manuscritos, correspondentes a 428 pacientes. As transfusões de eritrócitos se associaram com aumento de 3,7% na média combinada de saturação venosa mista de oxigênio (p < 0,001), diminuição de razão de extração de oxigênio de -6,98 (p < 0,001) e nenhum efeito significante no índice cardíaco (0,02 L/minuto; p = 0,96). Obtiveram-se resultados similares em estudos que incluíram mensurações simultâneas de saturação venosa mista de oxigênio, razão de extração de oxigênio e índice cardíaco. As transfusões de eritrócitos levaram a aumento significante na proporção de pequenos vasos perfundidos (2,85%; p = 0,553), enquanto os parâmetros de oxigenação tissular revelaram aumento significante no índice de hemoglobina tissular (1,66; p = 0,018). Estudos individuais relataram melhoras significantes na oxigenação tissular e nos parâmetros microcirculatórios sublinguais em pacientes com microcirculação alterada na avaliação inicial. A transfusão de eritrócitos pareceu melhorar o metabolismo sistêmico de oxigênio com aparente independência de variações no débito cardíaco. Observaram-se alguns efeitos benéficos para a oxigenação tissular e parâmetros microcirculatórios, em particular em pacientes com alterações iniciais mais graves. São necessários mais estudos para avaliar seu impacto clínico e individualizar as decisões relativas à transfusão.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2022;34(1):96-106
DOI 10.5935/0103-507X.20220004-en
A reversão precoce da hipoperfusão tecidual induzida é essencial para a sobrevida no choque séptico. No entanto, falta consenso sobre a melhor estratégia de ressuscitação inicial, uma vez que intervenções destinadas a toda a população com choque séptico podem produzir administração desnecessária de líquidos. Este artigo relata a justificativa, o delineamento e o plano de análise do estudo ANDROMEDA-2, que visa determinar se uma estratégia guiada por perfusão periférica, que consiste na ressuscitação guiada pelo tempo de enchimento capilar com base em fenótipos clínicos e hemodinâmicos, está associada a uma diminuição no desfecho composto de mortalidade, tempo até a interrupção ao suporte de órgãos e tempo de internação em comparação com o atendimento padrão em pacientes com choque séptico precoce (< 4 horas do diagnóstico).
O estudo ANDROMEDA-2 é um ensaio clínico randomizado controlado multinacional e multicêntrico. No grupo de intervenção, o tempo de enchimento capilar será medido a cada hora, durante 6 horas. Se estiver anormal, os pacientes serão alocados em um algoritmo, começando com a avaliação da pressão de pulso. Pacientes com pressão de pulso inferior a 40mmHg serão testados quanto à capacidade de resposta a líquidos e receberão líquidos de acordo. Em pacientes com pressão de pulso > 40mmHg, norepinefrina será titulada para manter a pressão arterial diastólica > 50mmHg. Os pacientes que não normalizarem o tempo de enchimento capilar após as etapas anteriores serão submetidos à ecocardiografia de cuidados intensivos para avaliação da disfunção cardíaca e posterior manejo. Por fim, serão realizados testes com vasopressores e inodilatadores para otimizar ainda mais a perfusão. Um tamanho de amostra de 1.500 pacientes fornecerá 88% de poder para demonstrar a superioridade da estratégia direcionada ao tempo de enchimento capilar.
Se for demonstrado que o direcionamento ao tempo de enchimento capilar é uma estratégia melhor, os processos de atendimento na ressuscitação do choque séptico podem ser otimizados com ferramentas usadas à beira do leito.