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Artigo Especial07/08/2023
O uso da ecocardiografia à beira do leito no cuidado do paciente grave – um documento conjunto de consenso da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Associação Brasileira de Medicina de Emergência e Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar. Parte 2 – Aspectos técnicos
Critical Care Science. 2023;35(2):117-146
Resumo
Artigo EspecialO uso da ecocardiografia à beira do leito no cuidado do paciente grave – um documento conjunto de consenso da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Associação Brasileira de Medicina de Emergência e Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar. Parte 2 – Aspectos técnicos
Critical Care Science. 2023;35(2):117-146
DOI 10.5935/2965-2774.20230310-pt
Visualizações116RESUMO
A ecocardiografia do paciente grave tem se tornado fundamental na avaliação de pacientes em diferentes cenários e ambientes hospitalares. Entretanto, ao contrário de outras áreas relativas ao cuidado com esses pacientes, ainda não existem recomendações de sociedades médicas nacionais acerca do assunto. O objetivo deste documento foi organizar e disponibilizar opiniões de consenso de especialistas que possam auxiliar a melhor incorporação dessa técnica na avaliação de pacientes graves. Dessa forma, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência e a Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar compuseram um grupo de 17 médicos para formular questões pertinentes ao tópico e debater a possibilidade de consenso de especialistas para cada uma delas. Todas as questões foram elaboradas no formato de escala Likert de cinco pontos. Consenso foi definido, a priori, como um somatório de, ao menos, 80% das respostas entre um e dois ou entre quatro e cinco. A apreciação das questões envolveu dois ciclos de votação e debate entre todos os participantes. As 27 questões elaboradas compõem o presente documento e estão divididas em 4 grandes áreas de avaliação: da função ventricular esquerda; da função ventricular direita; diagnóstica dos choques e hemodinâmica. Ao fim do processo, houve 17 consensos positivos (concordância) e 3 negativos (discordância); outras 7 questões persistiram sem consenso. Embora persistam áreas de incerteza, este documento reúne opiniões de consenso para diversas questões relativas à ecocardiografia do paciente grave e pode potencializar seu desenvolvimento no cenário nacional.
Palavras-chave: ChoqueEcocardiografiaEstado terminalFunção ventricular direitaFunção ventricular esquerdaHemodinâmicaInquéritos e questionáriosVer mais
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Artigo Original07/08/2023
Valor preditivo do strain longitudinal global do ventrículo esquerdo em pacientes críticos normotensos com sepse
Critical Care Science. 2023;35(2):187-195
Resumo
Artigo OriginalValor preditivo do strain longitudinal global do ventrículo esquerdo em pacientes críticos normotensos com sepse
Critical Care Science. 2023;35(2):187-195
DOI 10.5935/2965-2774.20230378-pt
Visualizações149RESUMO
Objetivo:
A avaliação da função sistólica do ventrículo esquerdo utilizando ecocardiografia com speckle tracking é mais sensível do que a medição ecocardiográfica convencional na detecção de disfunções sutis do ventrículo esquerdo em pacientes sépticos. Nosso objetivo foi investigar a significância preditora do strain longitudinal global do ventrículo esquerdo em pacientes sépticos normotensos internados em unidades de terapia intensiva.
Métodos:
Este estudo de coorte observacional e prospectivo incluiu adultos sépticos normotensos internados em uma unidade de terapia intensiva entre 1° de junho de 2021 e 31 de agosto de 2021. A função sistólica do ventrículo esquerdo foi mensurada utilizando a ecocardiografia com speckle tracking nas primeiras 24 horas após a internação.
Resultados:
Foram recrutados 152 pacientes. A taxa de mortalidade na unidade de terapia intensiva foi de 27%. O strain longitudinal global do ventrículo esquerdo foi menos negativo, o que indicou pior função do ventrículo esquerdo em não sobreviventes do que em sobreviventes (mediana [intervalo interquartil] -15,2 [-17,2 - -12,5] versus -17,3 [-18,8 - -15,5]; p < 0,001). O valor de corte ótimo para o strain longitudinal global do ventrículo esquerdo foi -17% para prever a mortalidade na unidade de terapia intensiva (área sob a curva de 0,728). Pacientes com strain longitudinal global do ventrículo esquerdo > -17% (menos negativo do que -17%, o que indicou pior função do ventrículo esquerdo) apresentaram taxa de mortalidade significativamente maior (39,2% versus 13,7%; p < 0,001). De acordo com a análise multivariada, o strain longitudinal global do ventrículo esquerdo foi um preditor independente de mortalidade na unidade de terapia intensiva [RC (IC95%), 1,326 (1,038 - 1,693); p = 0,024], com ventilação mecânica invasiva e os escores de risco da escala de coma de Glasgow, APACHE II e SOFA.
Conclusão:
Alterações do strain longitudinal global do ventrículo esquerdo estão associadas a mortalidade e podem fornecer dados preditivos em pacientes sépticos normotensos internados em unidades de terapia intensiva.
Palavras-chave: cuidados críticosDeformação longitudinal globalDisfunção ventricularEcocardiografiamortalidadesepseVer mais
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Artigo Especial24/06/2022
Ressuscitação direcionada ao tempo de enchimento capilar baseada em fenótipo hemodinâmico no choque séptico precoce: protocolo de estudo do ensaio clínico randomizado ANDROMEDA-SHOCK-2
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2022;34(1):96-106
Resumo
Artigo EspecialRessuscitação direcionada ao tempo de enchimento capilar baseada em fenótipo hemodinâmico no choque séptico precoce: protocolo de estudo do ensaio clínico randomizado ANDROMEDA-SHOCK-2
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2022;34(1):96-106
DOI 10.5935/0103-507X.20220004-pt
Visualizações350RESUMO
Introdução:
A reversão precoce da hipoperfusão tecidual induzida é essencial para a sobrevida no choque séptico. No entanto, falta consenso sobre a melhor estratégia de ressuscitação inicial, uma vez que intervenções destinadas a toda a população com choque séptico podem produzir administração desnecessária de líquidos. Este artigo relata a justificativa, o delineamento e o plano de análise do estudo ANDROMEDA-2, que visa determinar se uma estratégia guiada por perfusão periférica, que consiste na ressuscitação guiada pelo tempo de enchimento capilar com base em fenótipos clínicos e hemodinâmicos, está associada a uma diminuição no desfecho composto de mortalidade, tempo até a interrupção ao suporte de órgãos e tempo de internação em comparação com o atendimento padrão em pacientes com choque séptico precoce (< 4 horas do diagnóstico).
Metódos:
O estudo ANDROMEDA-2 é um ensaio clínico randomizado controlado multinacional e multicêntrico. No grupo de intervenção, o tempo de enchimento capilar será medido a cada hora, durante 6 horas. Se estiver anormal, os pacientes serão alocados em um algoritmo, começando com a avaliação da pressão de pulso. Pacientes com pressão de pulso inferior a 40mmHg serão testados quanto à capacidade de resposta a líquidos e receberão líquidos de acordo. Em pacientes com pressão de pulso > 40mmHg, norepinefrina será titulada para manter a pressão arterial diastólica > 50mmHg. Os pacientes que não normalizarem o tempo de enchimento capilar após as etapas anteriores serão submetidos à ecocardiografia de cuidados intensivos para avaliação da disfunção cardíaca e posterior manejo. Por fim, serão realizados testes com vasopressores e inodilatadores para otimizar ainda mais a perfusão. Um tamanho de amostra de 1.500 pacientes fornecerá 88% de poder para demonstrar a superioridade da estratégia direcionada ao tempo de enchimento capilar.
Conclusão:
Se for demonstrado que o direcionamento ao tempo de enchimento capilar é uma estratégia melhor, os processos de atendimento na ressuscitação do choque séptico podem ser otimizados com ferramentas usadas à beira do leito.
Palavras-chave: Algoritmochoque sépticocuidados intensivosEcocardiografiaFenótiponorepinefrinaPerfusãosepseTempo de enchimento capilarTempo de internaçãoVer mais
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Artigo de Revisão27/06/2019
Avaliação da veia cava inferior na decisão de fluidoterapia em cuidados intensivos: implicações práticas
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2019;31(2):240-247
Resumo
Artigo de RevisãoAvaliação da veia cava inferior na decisão de fluidoterapia em cuidados intensivos: implicações práticas
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2019;31(2):240-247
DOI 10.5935/0103-507X.20190039
Visualizações122Ver maisRESUMO
A ressuscitação hídrica do paciente em falência circulatória aguda tem como um de seus objetivos aumentar o volume sistólico e, consequentemente, o débito cardíaco, para melhor oxigenação dos tecidos. Contudo, isso não se verifica em cerca de metade dos pacientes, que são considerados não respondedores a fluidos. A avaliação da resposta a fluidos antes de sua administração pode selecionar os pacientes que devem ter benefício e evitar o risco de sobrecarga nos restantes. Os parâmetros dinâmicos de avaliação da resposta a fluidos têm se revelado promissores enquanto fatores preditores. Entre estes, a medição ecocardiográfica da variação respiratória do diâmetro da veia cava inferior é um método de fácil aplicação, que tem sido difundido na avaliação hemodinâmica em unidades de cuidados intensivos. No entanto, a aplicabilidade desta técnica tem muitas limitações, e os estudos, até à presente data, são heterogêneos e pouco consistentes em alguns grupos de pacientes. Realizamos uma revisão sobre a utilização da variação respiratória do diâmetro da veia cava inferior, medida por ecocardiografia transtorácica, na decisão de administrar fluidos ao paciente em falência circulatória aguda, em cuidados intensivos, incluindo potencialidades e limitações da técnica, de sua interpretação e a evidência existente.

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Relato de Caso30/05/2019
Ruptura traumática de músculo papilar da valva tricúspide com forame oval patente adquirido e ruptura atrial direita oculta
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2019;31(2):262-265
Resumo
Relato de CasoRuptura traumática de músculo papilar da valva tricúspide com forame oval patente adquirido e ruptura atrial direita oculta
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2019;31(2):262-265
DOI 10.5935/0103-507X.20190034
Visualizações23RESUMO
O traumatismo cardíaco é comum em acidentes com veículos automotores. Uma mulher com 50 anos de idade foi transportada para nosso hospital após sofrer múltiplos traumatismos em um acidente de automóvel quando dirigia em alta velocidade. Após admissão à unidade de terapia intensiva, uma ultrassonografia cardíaca revelou ruptura traumática de músculo papilar da valva tricúspide e forame oval patente, enquanto se observou, no exame físico, o sinal de Lancisi. Foi realizado tratamento cirúrgico com anuloplastia da valva e fechamento do forame oval patente; durante o ato cirúrgico, diagnosticou-se ruptura oculta do átrio direito.
Palavras-chave: EcocardiografiaValva tricúspide/lesõesVer mais
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Artigo Original01/01/2018
Uso de ecocardiografia junto ao leito para medir índices cardíaco e de resistência vascular sistêmica em pacientes pediátricos com choque séptico
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2018;30(4):460-470
Resumo
Artigo OriginalUso de ecocardiografia junto ao leito para medir índices cardíaco e de resistência vascular sistêmica em pacientes pediátricos com choque séptico
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2018;30(4):460-470
DOI 10.5935/0103-507X.20180067
Visualizações42Ver maisRESUMO
Objetivo:
Acompanhar o índice cardíaco e o índice de resistência vascular sistêmica até a ressuscitação.
Métodos:
Por meio de ecocardiografia junto ao leito, obteve-se um conjunto de parâmetros hemodinâmicos, inclusive débito cardíaco, volume sistólico, índice cardíaco, índice de resistência vascular sistêmica, integral velocidade-tempo, índice de desempenho miocárdico, tempo de reenchimento capilar e frequência cardíaca no momento zero após infusão de fluidos em bolo, e início e utilização de fármacos inotrópicos, com seguimento até 6 horas e 24 horas.
Resultados:
Incluíram-se 45 pacientes com choque séptico adquirido na comunidade. Os focos de infecção foram gastrenterite (24%), perfuração intestinal com necessidade de cirurgia emergencial (24%), pneumonia (20%), infecção do sistema nervoso central (22%) e infecção de tecidos moles (8%). Os isolados mais frequentes foram de Klebsiella e Enterobacter. Estimamos os fatores que afetaram o índice cardíaco: pressão venosa central elevada no momento zero (r = 0,33; p = 0,024) e persistência de frequência cardíaca elevada após 6 horas (r = 0,33; p = 0,03). O índice de resistência vascular sistêmica foi alto na maioria dos pacientes no momento zero e após 24 horas, e por ocasião da ressuscitação, afetando inversamente o índice cardíaco, assim como a integral velocidade-tempo (r = -0,416; -0,61; 0,55 e -0,295). O tempo de reenchimento capilar aumentado foi preditor clínico de valores baixos de integral velocidade-tempo após 24 horas (r = -0,4). O índice de mortalidade foi de 27%. Nos pacientes que não sobreviveram, observaram-se índices de resistência vascular sistêmica mais baixos e débitos cardíacos mais altos.
Conclusão:
O índice de resistência vascular sistêmica esteve persistentemente elevado em pacientes com choque frio, o que influenciou no índice de volume sistólico, no índice cardíaco e na integral velocidade-tempo. O uso de ecocardiografia para obtenção de mensurações hemodinâmicas é importante em pacientes pediátricos com choque séptico, para que se possam ajustar as doses de vasodilatadores e vasopressores, e obter os objetivos da ressuscitação em tempo apropriado.

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Artigo Original01/01/2015
Valor prognóstico da disfunção ventricular diastólica em pacientes com sepse grave e choque séptico
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2015;27(4):333-339
Resumo
Artigo OriginalValor prognóstico da disfunção ventricular diastólica em pacientes com sepse grave e choque séptico
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2015;27(4):333-339
DOI 10.5935/0103-507X.20150057
Visualizações35Ver maisRESUMO
Objetivo:
Avaliar a prevalência de disfunção miocárdica e seu valor prognóstico em pacientes com sepse grave e choque séptico.
Métodos:
Pacientes sépticos adultos, admitidos em uma unidade de terapia intensiva, foram estudados de forma prospectiva por meio de ecocardiografia transtorácica dentro das primeiras 48 horas após sua admissão e, então, entre o sétimo e o décimo dias. As variáveis ecográficas de função biventricular, inclusive a relação E/e', foram comparadas entre sobreviventes e não sobreviventes.
Resultados:
Foi realizado um total de 99 ecocardiogramas (53 na admissão e 46 entre os dias 7 e 10) em 53 pacientes com média de idade de 74 anos (desvio padrão de 13 anos). Estava presente disfunção sistólica em 14 (26%); disfunção diastólica foi observada em 42 (83%) pacientes; e ambos os tipos de disfunção estavam presentes em 12 (23%) pacientes. A relação E/e', ou índice de disfunção diastólica, foi o melhor preditor de mortalidade hospitalar segundo a área sob a curva ROC (0,71) e se constituiu em um preditor independente do desfecho, conforme determinado pela análise multivariada (odds ratio - OR = 1,36 [1,05 - 1,76]; p = 0,02).
Conclusão:
Em pacientes sépticos admitidos em uma unidade de terapia intensiva, a disfunção sistólica determinada ecograficamente não se associa com aumento da mortalidade. Em contraste, a disfunção diastólica foi um preditor independente do desfecho.
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Relato de Caso01/01/2014
Miocardite fulminante associada ao vírus influenza H1N1: relato de caso e revisão de literatura
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2014;26(3):321-326
Resumo
Relato de CasoMiocardite fulminante associada ao vírus influenza H1N1: relato de caso e revisão de literatura
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2014;26(3):321-326
DOI 10.5935/0103-507X.20140046
Visualizações42Ver maisCaso de miocardite fulminante associada ao vírus influenza H1N1, em que foi descrita a evolução clínica do paciente e enfatizada a importância do ecocardiograma à beira do leito como auxílio no diagnóstico precoce e manejo de crianças com disfunção miocárdica grave, além de terem sido discutidos aspectos relevantes relacionados à terapêutica e ao prognóstico da miocardite fulminante. Trata-se de paciente do sexo feminino, 4 anos e 8 meses, previamente hígida, com história de quadro gripal há 2 semanas. Admitida no pronto-socorro com sinais de instabilidade hemodinâmica, necessitando de suporte ventilatório e drogas vasoativas. Exames laboratoriais, radiografia de tórax e ecocardiograma sugestivos de miocardite. Pesquisa positiva para H1N1 em secreção de nasofaringe. Evoluiu com choque cardiogênico refratário a despeito das medidas clínicas, indo a óbito em 48 horas após admissão na unidade de terapia intensiva. O vírus influenza H1N1 é agente etiológico associado a quadros de miocardite aguda, porém poucos são os casos relatados de miocardite fulminante pelo vírus H1N1. A identificação de sinais e sintomas sugestivos de evolução fulminante deve ser imediata e o ecocardiograma à beira do leito é uma ferramenta útil para detecção precoce de disfunção miocárdica e orientação terapêutica. O uso de terapia imunossupressora, em casos de miocardite fulminante de etiologia viral, é controverso, bem como o de terapia antiviral, de tal forma que o tratamento baseia-se em suporte hemodinâmico e ventilatório. O uso de suporte hemodinâmico, por meio de oxigenação por membrana extracorpórea, aparece como terapia promissora.




