Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(2):205-209
DOI 10.1590/S0103-507X2008000200015
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os cuidados paliativos se baseiam na prevenção e alívio do sofrimento, identificando, avaliando e tratando a dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais. Quadros súbitos de dispnéia são freqüentes em pacientes oncológicos em fase terminal. Nestes casos, a ventilação mecânica não-invasiva pode ser uma boa opção no manuseio da dispnéia, promovendo conforto e permitindo o contato do paciente com seus familiares. O objetivo deste estudo foi apresentar os benefícios obtidos com a ventilação mecânica não-invasiva no paciente sob cuidados paliativos. RELATO DO CASO: Paciente com 29 anos, em pós-operatório imediato de cesariana, admitida na unidade de terapia intensiva (UTI) para tratamento de insuficiência respiratória aguda. À radiografia de tórax visualizava-se massa pulmonar a direita. Após investigação clínica e de imagem foi diagnosticado sarcoma torácico metastático em fase avançada, sendo indicadas pela equipe de Oncologia medidas e cuidados paliativos. Para alivio da dispnéia, a equipe multidisciplinar da UTI optou pelo uso de ventilação mecânica não-invasiva (modalidade CPAP + PSV), permitindo a interação da mãe com o bebê e familiares. CONCLUSÕES: No contexto de cuidados paliativos, a VMNI mostrou-se ser um método capaz de contribuir para o controle da dispnéia provendo conforto e alívio ao paciente.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(2):184-189
DOI 10.1590/S0103-507X2008000200012
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como uma síndrome caracterizada por obstrução crônica ao fluxo aéreo, geralmente progressiva, podendo ser acompanhada por hiper-responsividade brônquica e ser parcialmente reversível. A ventilação mecânica não-invasiva é uma alternativa de tratamento para pacientes com exacerbação da DPOC. O objetivo deste estudo foi verificar os benefícios e as complicações da ventilação mecânica não-invasiva em pacientes com exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica. CONTEÚDO: Realizou-se revisão de literatura científica nacional e internacional conforme os critérios estabelecidos para a pesquisa documental nas bases de dados MedLine, LILACS, SciElo, PubMed, Cochrane, com os unitermos: doença pulmonar obstrutiva crônica, ventilação mecânica não-invasiva. Os critérios de inclusão foram artigos publicados no período de 1995-2007; nas linguagens inglesa, espanhola e portuguesa; estudos em modelo humano e sem restrição de sexo. CONCLUSÕES: A ventilação mecânica não-invasiva pode diminuir a pressão parcial de dióxido de carbono, melhorar a troca gasosa, aliviar sintomas como dispnéia ocasionada pela fadiga da musculatura respiratória, reduzir as internações hospitalares, a necessidade de intubação, o número de complicações, o tempo de internação e a mortalidade hospitalar. As principais complicações encontradas foram: eritema facial, claustrofobia, congestão nasal, dor facial, irritação nos olhos, pneumonia aspirativa, hipotensão, pneumotórax, aerofagia, hipercapnia, distensão abdominal, vômitos, broncoaspiração, dor de cabeça matinal, lesões compressivas de face, embolia gasosa e não adaptação do paciente. A ventilação mecânica não-invasiva pode ser mais efetiva em pacientes com moderada a grave exacerbação da DPOC e as complicações podem ser diminuídas pela utilização de adequada interface e experiência do fisioterapeuta.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(4):338-343
DOI 10.1590/S0103-507X2006000400004
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) tem sido utilizada rotineiramente como método para auxiliar o desmame da ventilação mecânica. Uma das aplicações mais comuns é a sua utilização em pacientes que evoluem com quadro de insuficiência respiratória aguda (IRpA) após a extubação traqueal, embora as evidências científicas para esta indicação ainda sejam controversas. Os objetivos deste estudo foram identificar o número de pacientes que evoluem para IRpA após a extubação, avaliar a eficácia da VMNI para reverter este quadro e promover aumento da taxa de sucesso no desmame da ventilação mecânica. MÉTODO: Foi realizado um estudo prospectivo e transversal. A VMNI foi aplicada nos pacientes que apresentaram IRpA após extubação, independentemente de sua etiologia. A VMNI foi realizada na modalidade pressão de suporte, que foi ajustada para se obter volume-corrente exalado (Vte) de 6 a 8 mL/kg e PEEP e FiO2 ajustados para se obter a SaO2 > 95%. A VMNI foi realizada de forma contínua até cessarem os sinais de IRpA apresentados. O sucesso do desmame e da VMNI foi definido quando os eventos que levaram o paciente à utilização da VMNI fossem revertidos por um período superior a 48 horas de ventilação espontânea, evitando assim a re-intubação. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 103 pacientes. Observou-se que 32% (33) evoluíram com sinais de IRpA após a extubação e foram submetidos a VMNI. O tempo de VMNI utilizado foi 8 ± 5 horas, a PSV utilizada foi de 12 ± 2 cmH2O, PEEP de 7 ± 2 cmH2O, FiO2 de 40% ± 20%, Vte de 462 ± 100 mL, FR de 26 ± 5 rpm. Entre os pacientes submetidos a VMNI (33), 76% (25) cursaram com sucesso e posterior alta do serviço de terapia intensiva e 24% (8) evoluíram com insucesso da VMNI e necessidade de re-intubação. CONCLUSÕES: A VMNI aplicada em pacientes com IRpA após a extubação foi um recurso seguro e eficaz para evitar a re-intubação.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(3):399-407
DOI 10.1590/S0103-507X2007000300023
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Em 2000, foi publicado o II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. Desde então, o conhecimento na área da ventilação mecânica avançou rapidamente, com a publicação de inúmeros estudos clínicos que acrescentaram importantes informações para o manuseio de pacientes críticos em ventilação artificial. Além disso, a expansão do conceito de Medicina Baseada em Evidências determinou a hierarquização das recomendações clínicas, segundo o rigor metodológico dos estudos que as embasaram. Essa abordagem explícita vem ampliando a compreensão e a aplicação das recomendações clínicas. Por esses motivos, a AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira - e a SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - julgaram conveniente a atualização das recomendações descritas no Consenso anterior. Dentre os tópicos selecionados a Fisioterapia durante a Ventilação Mecânica foi um dos temas propostos. O objetivo foi descrever os pontos mais importantes relacionados à atuação do fisioterapeuta no ambiente da terapia Intensiva com ênfase na ventilação mecânica. MÉTODO: Objetivou-se chegar a um documento suficientemente sintético, que refletisse a melhor evidência disponível na literatura. A revisão bibliográfica baseou-se na busca de estudos através de palavras-chave e em sua gradação conforme níveis de evidência. As palavras-chave utilizadas para a busca foram: mechanical ventilation e physical therapy. RESULTADOS: São apresentadas recomendações quanto aos principais procedimentos fisioterápicos, as técnicas e suas aplicações. CONCLUSÕES: A fisioterapia ocupa hoje papel relevante no ambiente da terapia intensiva, principalmente para os pacientes sob ventilação mecânica invasiva ou não invasiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(2):245-257
DOI 10.1590/S0103-507X2007000200019
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Em 2000, foi publicado o II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. Desde então, o conhecimento na área da ventilação mecânica avançou rapidamente, com a publicação de numerosos estudos clínicos que acrescentaram informações importantes para o manejo de pacientes críticos em ventilação artificial. Além disso, a expansão do conceito de Medicina Baseada em Evidências determinou a hierarquização das recomendações clínicas, segundo o rigor metodológico dos estudos que as embasaram. Essa abordagem explícita vem ampliando a compreensão e a aplicação das recomendações clínicas. Por esses motivos, a AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira - e a SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - julgaram conveniente a atualização das recomendações descritas no Consenso anterior. Dentre os tópicos selecionados a Ventilação Mecânica Não-Invasiva foi um dos temas propostos. O objetivo deste estudo foi descrever os pontos mais importantes relacionados à ventilação mecânica na forma não-invasiva (VMNI) e sugerir as principais indicações dessa modalidade. MÉTODO: Objetivou-se chegar a um documento suficientemente sintético, que refletisse a melhor evidência disponível na literatura. A revisão bibliográfica baseou-se na busca de estudos através de palavras-chave e em sua gradação conforme níveis de evidência. As palavras-chave utilizadas para a busca foram: Ventilação mecânica não invasiva: Non-invasive mechanical ventilation. RESULTADOS: São apresentadas recomendações quanto à utilização da VMNI nas diversas formas de insuficiência respiratória e no desmame da ventilação mecânica. CONCLUSÕES: A VMNI está indicada como o tratamento preferencial na exacerbação da DPOC, assim como, na assistência de pacientes em edema agudo de pulmão.