Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(3):399-407
DOI 10.1590/S0103-507X2007000300023
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Em 2000, foi publicado o II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. Desde então, o conhecimento na área da ventilação mecânica avançou rapidamente, com a publicação de inúmeros estudos clínicos que acrescentaram importantes informações para o manuseio de pacientes críticos em ventilação artificial. Além disso, a expansão do conceito de Medicina Baseada em Evidências determinou a hierarquização das recomendações clínicas, segundo o rigor metodológico dos estudos que as embasaram. Essa abordagem explícita vem ampliando a compreensão e a aplicação das recomendações clínicas. Por esses motivos, a AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira - e a SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - julgaram conveniente a atualização das recomendações descritas no Consenso anterior. Dentre os tópicos selecionados a Fisioterapia durante a Ventilação Mecânica foi um dos temas propostos. O objetivo foi descrever os pontos mais importantes relacionados à atuação do fisioterapeuta no ambiente da terapia Intensiva com ênfase na ventilação mecânica. MÉTODO: Objetivou-se chegar a um documento suficientemente sintético, que refletisse a melhor evidência disponível na literatura. A revisão bibliográfica baseou-se na busca de estudos através de palavras-chave e em sua gradação conforme níveis de evidência. As palavras-chave utilizadas para a busca foram: mechanical ventilation e physical therapy. RESULTADOS: São apresentadas recomendações quanto aos principais procedimentos fisioterápicos, as técnicas e suas aplicações. CONCLUSÕES: A fisioterapia ocupa hoje papel relevante no ambiente da terapia intensiva, principalmente para os pacientes sob ventilação mecânica invasiva ou não invasiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(2):170-175
DOI 10.1590/S0103-507X2007000200005
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A fisioterapia respiratória (FR) em pacientes submetidos a suporte ventilatório invasivo, atua diretamente no sistema ventilatório podendo alterar a mecânica pulmonar através da complacência pulmonar dinâmica (Cdyn) e da resistência do sistema respiratório (Rsr). Porém, as alterações descritas após a realização de FR permanecem controversas. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações da mecânica pulmonar em pacientes em ventilação mecânica invasiva (VMI). MÉTODO: Foi realizado estudo prospectivo e aleatório, controlado do tipo cruzado, incluindo pacientes com mais de 48 horas em VMI. Os protocolos de fisioterapia respiratória (PF) e de aspiração traqueal isolada (PA) foram aleatorizados para a ordem de aplicação, com intervalo de 24 horas entre eles. Dados da mecânica pulmonar e das variáveis cardiorrespiratórias foram coletados antes da aplicação do protocolo, imediatamente após; 30 minutos e 120 minutos após a aplicação dos protocolos. RESULTADOS: Doze pacientes completaram o estudo. A pneumonia foi a causa mais comum de insuficiência respiratória (IRpA). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação à Cdyn, volume de ar corrente (VAC) e volume-minuto (VM). A Rsr diminuiu de forma significativa imediatamente após (de 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg para 8,9 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,02), 30 minutos após (de 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg para 9 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,01) e 120 min após (de 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg para 9 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,03) a aplicação do protocolo de fisioterapia respiratória. Quando comparado com o protocolo de aspiração traqueal isolada foi significativamente menor nos momentos 30 (9 ± 2 cmH2O/L/seg versus 10,2 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,04) e 120 minutos (9 ± 2 cmH2O/L/segundo versus 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg; p < 0,04). CONCLUSÕES: O protocolo de fisioterapia respiratória foi eficaz na diminuição da Rsr quando comparado com o protocolo de aspiração. Essa diminuição manteve-se duas horas após a sua aplicação, o que não ocorreu quando realizada apenas a aspiração traqueal isolada.