Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2020;32(1):133-142
DOI 10.5935/0103-507X.20200019
Esta revisão sistemática de estudos longitudinais objetivou avaliar o efeito da administração da dieta enteral em pacientes críticos adultos e pediátricos em posição prona no volume residual gástrico e em outros desfechos clínicos. A busca da literatura foi conduzida nas bases de dados PubMed®, Scopus e Embase, a partir de termos relacionados à população e à intervenção. Dois revisores independentes analisaram os títulos e resumos, e a coleta dos dados foi realizada a partir de uma ficha padronizada. Discrepâncias foram resolvidas por um terceiro revisor. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada considerando o potencial para erros sistemáticos e os dados analisados qualitativamente. Quatro estudos com pacientes adultos e um com pacientes pré-termos foram incluídos. O volume residual gástrico foi avaliado como principal desfecho: três não diferiram no volume residual gástrico entre as posições prona e supina (p > 0,05), enquanto um estudo demonstrou maior volume residual gástrico durante a administração da dieta em posição prona (27,6mL versus 10,6mL; p < 0,05), e outro apresentou maior volume residual gástrico na posição supina (redução do volume residual gástrico de 23,3% na posição supina versus 43,9% na posição prona; p < 0,01). Dois estudos avaliaram a frequência de vômitos, sendo maior na posição prona em um estudo (30 versus 26 episódios; p < 0,001) e sem diferença significativa em outro (p > 0,05). Incidência de pneumonia aspirativa e de óbito foram avaliadas por um estudo, não sendo observada diferença entre os grupos (p > 0,05). A literatura acerca da administração de dieta enteral em pacientes críticos em posição prona é escassa e de qualidade limitada, e os resultados sobre volume residual gástrico são contraditórios. Estudos observacionais com tamanho amostral apropriado deveriam ser conduzidos para fundamentar conclusões sobre o tema.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(4):358-362
DOI 10.1590/S0103-507X2010000400008
OBJETIVOS: A hiperglicemia ocorre com frequência nos doentes críticos, sendo um fator de risco para evolução clínica desfavorável e aumento da mortalidade. Nos últimos anos, o controle glicêmico intensivo, obtido pela infusão venosa contínua de insulina, passou a ocupar lugar de destaque no manejo dos pacientes críticos. Há dúvidas frequentes e importantes sobre o tempo de eficiência da solução de insulina, por não existir referência na literatura. Sabe-se que a falta de evidências frequentemente favorece práticas impróprias. O objetivo deste estudo foi comparar glicemias entre dois protocolos diferentes, utilizados na unidade de terapia intensiva de uma instituição de Porto Alegre, quanto ao tempo de troca da solução, nas primeiras 24 horas de uso, sendo a concentração da solução a mesma; e verificar a taxa de hipoglicemia relacionada aos protocolos. MÉTODOS: Foram avaliados 80 prontuários de pacientes que utilizaram insulinoterapia por mais de 24 horas no ano de 2008, sendo que 40 deles fizeram uso do protocolo com troca da solução de insulina a cada 6 horas e 40 com troca a cada 24 horas. RESULTADOS: Observou-se entre os motivos de internação elevada incidência de pacientes hipertensos (68,8%) e diabéticos (45%). Não houve diferenças significativas entre as trocas a cada 6 e 24 horas durante todo o período da coleta com relação a glicemia capilar. Houve apenas 3 casos de hipoglicemia leve, todos no grupo de troca a cada 6 horas. CONCLUSÃO: Com o presente estudo, concluiu-se que é possível manter infusões de insulina promovendo a troca da solução a cada 24 horas. Sugerem-se, porém, estudos avaliando maior tempo de infusão em busca de possíveis eventos hipoglicêmicos com o avanço da insulinoterapia.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(3):298-306
DOI 10.1590/S0103-507X2006000300013
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O estado nutricional do paciente hospitalizado influi em sua evolução clinica e a má nutrição protéico-calórica contribui para o aumento da morbidade-mortalidade em terapia intensiva. Apesar dos diversos parâmetros de avaliação nutricional (AN) existentes, não há um padrão nos centros hospitalares que dê segurança aos profissionais em sua prática diária. O objetivo deste estudo foi buscar um método de avaliação para pacientes críticos que permita uma avaliação mais adequada e contribua para melhorar no seu cuidado. CONTEÚDO: Foi realizada revisão na literatura existente, tendo com palavras-chave: avaliação nutricional, paciente critico, antropometria, desnutrição hospitalar e terapia intensiva. CONCLUSÕES: Os diferentes métodos de avaliação nutricional sofrem restrições quando se trata de paciente critico. Não há consenso entre os autores sobre o melhor método de AN, não sendo aconselhável a eleição de apenas um. Sugere-se para a prática diária, um instrumento que contemple os aspectos subjetivos e objetivos e que identifique pacientes desnutridos ou em risco nutricional (Anexo 1).
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(3):307-310
DOI 10.1590/S0103-507X2006000300014
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A polineuropatia axonal difusa, hoje mais conhecida como polineuropatia do paciente crítico (PPC), tem sido relatada por autores há décadas, porém, apenas nos últimos 30 anos, ocupa maior importância como causa de dependência prolongada de ventilação mecânica, em pacientes gravemente enfermos internados em Unidades de Terapia Intensiva. Esta revisão teve por objetivo apresentar os princípios tópicos que norteiam a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento desta doença em Medicina intensiva. CONTEÚDO: A importância da PPC como complicação inicial do choque séptico e em pacientes com disfunção de múltiplos de órgãos e sistemas (DMOS) está claramente descrita como responsável pelo prolongamento da permanência na UTI e, também pela redução gradativa da probabilidade de sobrevida. Sugere-se que a polineuropatia esteja relacionada com as citocinas envolvidas na sepse, além de outros mediadores que aumentariam a permeabilidade dos vasos, resultando em edema endoneural e lesão axonal. Seu início é de difícil diagnóstico, geralmente sendo possível apenas quando as complicações da sepse ou falência de múltiplos órgãos tenham sido adequadamente controladas. O diagnóstico é feito através da eletroneuromiografia. Apesar de ainda não haver nenhum tratamento medicamentoso efetivo, além do controle da doença de base, é censo comum, entre equipes multidisciplinares que o desenvolvimento da PPC não deve ser entendido como forma de reduzir os esforços do tratamento. CONLUSÕES: A despeito de sua prevalência, ainda permanecem desconhecidos os fatores claramente associados à sua fisiopatologia, bem como adequada terapia para o manuseio desta condição.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(3):316-319
DOI 10.1590/S0103-507X2006000300016
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O tromboembolismo venoso (TEV), que inclui a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP) são complicações comuns em pacientes críticos. A ocorrência de TEV acarreta um substancial aumento da morbimortalidade dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). CONTEÚDO: A maioria dos pacientes críticos apresenta alto risco para ocorrência de complicações tromboembólicas, entretanto, a prevenção do TEV muitas vezes não é realizada de maneira adequada para este grupo de pacientes. A heparina de baixo peso molecular (HBPM) parece ser o método mais eficiente para a prevenção do TEV em pacientes de UTI. Entretanto, é patente a escassez de estudos voltados para esta população, cujas particularidades levam a recomendações específicas em relação ao diagnóstico e tratamento. CONCLUSÕES: Esta revisão faz uma análise do risco, discute os principais trabalhos publicados a respeito da profilaxia e sugere estratégias para a diminuição da ocorrência de TEV nos pacientes críticos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(1):90-97
DOI 10.1590/S0103-507X2007000100012
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Esta revisão tem como objetivo levantar os principais aspectos necessários para a realização de terapia nutricional segura e eficaz ao paciente crítico. CONTEÚDO: Foi feito um levantamento bibliográfico com livros didáticos e artigos científicos em Português, Inglês e Espanhol com resultados dos últimos 20 anos.A terapia nutricional é parte integrante dos cuidados do paciente em unidades de terapia intensiva. O seu sucesso envolve as etapas de avaliação nutricional, determinação das necessidades de calorias e nutrientes, decisão da via de infusão e o tipo de dieta empregada. CONCLUSÕES: O uso de nutrientes com a finalidade de melhorar a função imunológica (imunonutrientes), é cada vez mais freqüente, porém seu uso não está bem estabelecido para pacientes críticos. Mais estudos clínicos são necessários para estabelecer a melhor forma de nutrir o paciente crítico.