Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(2):168-174
DOI 10.5935/0103-507X.20130029
A utilização da saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) e do lactato arterial no diagnóstico de hipoperfusão tecidual em doentes graves já está bem estabelecida, e a otimização desses parâmetros é buscada principalmente em pacientes com sepse grave/choque séptico. Contudo, em diversas ocasiões, o único sítio para punção venosa profunda ou a primeira escolha para punção é a veia femoral. Embora a saturação venosa obtida da coleta de sangue desse cateter, em substituição a SvcO2, já tenha sido utilizada, pouco se sabe a respeito da acurácia de seus resultados. A utilização do lactato venoso, em substituição da punção arterial, também tem norteado decisões terapêuticas. Realizamos esta revisão de literatura buscando evidências sobre a correlação e a concordância desses parâmetros, obtidos pela coleta de gasometria venosa femoral, em relação à SvcO2 e ao lactato arterial. Existem poucos estudos na literatura avaliando a utilização da saturação venosa femoral de oxigênio (SvfO2) ou de lactato venoso. Os resultados até então obtidos mostram não haver concordância adequada entre SvfO2 e SvcO2, o que limita sua utilidade clínica. No entanto, a aparente correlação forte entre os valores de lactato arterial e venoso, tanto periférico como central, sugere que o lactato venoso obtido da veia femoral poderia, eventualmente, ser utilizado em substituição do lactato arterial, embora não haja evidências suficientes para basear essa conduta no momento.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(2):217-221
DOI 10.1590/S0103-507X2011000200015
Recentemente, órgãos internacionais de qualidade em saúde passaram a recomendar o uso de orientação ultrassonográfica para punções venosas centrais. O objetivo deste artigo foi revisar as evidências fundamentando tais recomendações. Foi revisada a literatura no MEDLINE, PubMed e SCIELO com os seguintes termos (MeSH): acesso venoso central, ultrassom e adultos. A pesquisa realizada em 24/09/2010, com seleção de metanálises, ensaios clínicos randomizados e revisões, encontrou 291 artigos. Os 21 artigos mais importantes foram utilizados para a confecção desta revisão. A veia jugular interna é o local mais estudado para punções guiadas por ultrassonografia, com metanálises demonstrando menor risco relativo de falha e de complicações. Além disso, o maior ensaio clínico randomizado disponível também demonstrou redução na incidência de infecções de corrente sanguínea associadas aos cateteres venosos centrais. Poucos estudos existem com relação à punção da veia subclávia, porém o uso do ultrassom mostrou-se benéfico em duas metanálises (mas com um número pouco expressivo de pacientes). Quanto ao sítio venoso femoral, há apenas um ensaio clínico randomizado (20 pacientes), o qual obteve resultados positivos. Em uma avaliação britânica de custo-efetividade, houve economia de recursos com o auxílio do ultrassom na realização das punções venosas nos diferentes sítios. Fortes evidências demonstram benefício com o auxílio ultrassonográfico para punção jugular interna. Embora o método pareça atraente para os demais sítios, ainda não há estudos suficientes que sustentem alguma recomendação.