Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):252-254
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300002
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):255-268
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300003
A desproporção entre a grande demanda por transplantes de órgãos e a baixa realização de transplantes é um grave problema de saúde pública. O reconhecimento da morte encefálica, a adequada abordagem da família e a manutenção clínica do doador falecido são fundamentais para a diminuição desta desproporção. Neste cenário, o intensivista tem importância central e a aplicação do conjunto de informações disponíveis para manutenção do potencial doador falecido está claramente associada à redução de perdas de doadores e ao aumento da qualidade e da efetivação de transplantes
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):269-282
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300004
A atuação do intensivista durante a manutenção do potencial doador falecido na busca da redução de perdas de doadores e do aumento da efetivação de transplantes não se restringe aos aspectos hemodinâmicos. O adequado controle endócrino-metabólico é essencial para a manutenção do aporte energético aos tecidos e do controle hidro-eletrolítico, favorecendo inclusive a estabilidade hemodinâmica. A abordagem das alterações hematológicas é igualmente importante considerando as implicações da prática transfusional inapropriada. Ressalta-se ainda o papel da ventilação protetora na modulação inflamatória e conseqüente aumento do aproveitamento de pulmões para transplante. Por fim, assinala-se a relevância da avaliação criteriosa das evidências de atividade infecciosa e da antibioticoterapia na busca do maior utilização de órgãos de potenciais doadores falecidos
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Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):283-290
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300005
OBJETIVOS: Apesar da ressuscitação volêmica guiada por saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) ser considerada atualmente padrão ouro no tratamento da sepse, poucos estudos caracterizaram o perfil evolutivo de variáveis hemodinâmicas e perfusionais durante esta abordagem terapêutica. Este estudo teve por objetivo descrever evolutivamente estes parâmetros durante o choque séptico experimental sem ressuscitação e após 12 horas de ressuscitação guiada por metas. MÉTODOS: Treze porcos (35-45 kg) anestesiados foram submetidos a peritonite por inoculação fecal (0,75g/kg). Após desenvolverem hipotensão persistente, ambos os grupos receberam antibióticos e foram randomizados em dois grupos: controle (n=7), com suporte hemodinâmico otimizado para pressão venosa central entre 8-12mmHg, diurese acima de 0,5ml/kg/h e pressão arterial média maior que 65mmHg; e SvO2 (n=6), com os objetivos acima e SvO2 acima de 65%. As intervenções incluíram ringer lactato e noradrenalina nos 2 grupos e dobutamina no grupo SvO2. Os animais foram tratados durante doze horas ou óbito. RESULTADOS: A sepse não tratada associou-se a uma significante redução da SvO2, PvO2, débito cardíaco e pressão venosa central e aumento da diferença arterio-venosa da saturação de oxigênio e veno-arterial de CO2. Após ressuscitação, esses parâmetros foram corrigidos em ambos os grupos. A ressuscitação guiada por metas associou-se a um melhor perfil hemodinâmico caracterizado por maiores SvO2, débito cardíaco e pressão venosa central. CONCLUSÕES: A sepse não ressuscitada apresenta um perfil hemodinâmico sugestivo de hipovolemia, com piora perfusional e hemodinâmica revertida após ressuscitação volêmica. A ressuscitação guiada por metas associa-se a uma significante melhora dos parâmetros hemodinâmicos e perfusionais
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Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):291-296
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300006
A pressão positiva intratorácica pode levar a alterações hemodinâmicas com repercussão no compartimento intracraniano, alterando a pressão intracraniana e a pressão de perfusão cerebral. Esse efeito pode se tornar mais intenso quando utilizados elevados valores de pressão positiva expiratória final. OBJETIVO: Medir o impacto que diferentes valores de pressão positiva expiratória final causam na pressão intracraniana, na pressão de perfusão cerebral e pressão arterial média. MÉTODO: O estudo foi desenvolvido em uma unidade de terapia intensiva neurológica envolvendo 25 pacientes adultos com acidente vascular cerebral hemorrágico, ventilados mecanicamente no modo com controle pressórico de vias aéreas. Foram instituídos valores de pressão positiva expiratória final variando de 0 a 14 cmH2O, de forma aleatória através de sorteio, utilizando valores pares. A monitorização das variáveis estudadas ocorreu após cinco minutos em cada patamar de pressão positiva expiratória final. RESULTADOS: O incremento da pressão positiva expiratória final aumentou a pressão intracraniana, (p < 0,001) sem causar alteração estatisticamente significativa na pressão arterial média ou na pressão de perfusão cerebral. CONCLUSÃO: Na população estudada, de pacientes com acidente vascular cerebral hemorrágico, os achados mostraram que valores de pressão positiva expiratória final até 14 cmH2O, não alteram a pressão de perfusão cerebral e a pressão arterial média, aumentando a pressão intracraniana, porém sem relevância clínica
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):297-303
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300007
OBJETIVO: Análise comparativa da mortalidade em dois subgrupos de pacientes com sepse, diferenciados pela idade e sexo, admitidos na unidade de cuidados intensivos de um hospital de ensino. MÉTODOS: De dezembro de 2005 a abril de 2008, de um total de 628 pacientes admitidos na unidade de cuidados intensivos, 133 tinham o diagnóstico de sepse e foram separados em dois subgrupos com base na idade: subgrupo G1, com idades entre 14 - 40 anos e subgrupo G2, com idade acima de 50 anos. Os pacientes com idades entre 41 e 50 anos (n = 8) foram excluídos. Os subgrupos foram caracterizados quanto aos dados demográficos, indicadores prognósticos (escore APACHE II, disfunção orgânica e choque circulatório) e desfecho (mortalidade). RESULTADOS: O subgrupo G1 (n = 44) tinha 27 (61,4%) pacientes do sexo feminino e o subgrupo G2 (n = 81) tinha 40 (49,4%) pacientes do sexo feminino. A média do escore APACHE II, incidência de disfunção de múltiplos órgãos e progressão para choque circulatório não foram estatisticamente diferente entre pacientes femininos e masculinos em ambos os subgrupos. A taxa de mortalidade geral foi menor em mulheres do que em homens do subgrupo G1 (P = 0,04); no subgrupo G2 foi observada uma tendência inversa. CONCLUSÕES: Em pacientes com sepse, mulheres abaixo dos quarenta anos de idade, portanto em período fértil, tiveram menor mortalidade do que homens; houve uma tendência para menor mortalidade entre homens com mais de 50 anos.
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Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):304-311
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300008
OBJETIVOS: A dissecção da aorta ascendente tem prognóstico ruim se não for corrigido cirurgicamente. Mesmo após a cirurgia, o manuseio pós-operatório é temido pelo seu curso complicado. Nosso objetivo foi descrever a incidência de complicações pós-operatórias e mortalidade em 1 e 6 meses de pacientes submetidos a cirurgia de correção de dissecção ou aneurisma da aorta ascendente; secundariamente a comparação foi realizada com pacientes pareados submetidos a revascularização miocárdica de urgência. MÉTODOS: Uma análise retrospectiva de banco de dados preenchido prospectivamente de Fevereiro de 2005 a Junho de 2008 revelou 12 pacientes com dissecção da aorta ascendente e 10 com aneurisma de aorta eletivos, analisando demografia e características per-operatórias. Pacientes com dissecção da aorta ascendente foram comparados a pacientes com revascularização miocárdica de acordo com idade (± 3 anos), gênero, procedimento urgente/eletivo e equipe cirúrgica. O principal desfecho foi morbidade (complicações pós-operatórias e tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e no hospital). RESULTADOS: Vinte e dois pacientes foram operados para correção de dissecção da aorta ascendente e aneurisma de aorta eletivos, enquanto 246 pacientes foram submetidos à revascularização miocárdica. Pacientes com dissecção da aorta ascendente e aneurisma de aorta eletivos eram semelhantes, exceto pelo maior tempo de ventilação mecânica e de internação hospitalar. Depois do pareamento entre pacientes de revascularização miocárdica e dissecção da aorta ascendente, resultados significativamente piores foram encontrados para este ultimo grupo: maior incidência de complicações pós-operatórias (91 vs 45%, p=0,03) e maior tempo de permanência hospitalar (34,6 ± 35,8 vs 12,9 ± 8,5 dias, p=0,05). Não houve diferença na mortalidade em 1 mês (8,3%) e 6 meses (16,6%) entre os grupos. CONCLUSÃO: A correção da dissecção da aorta ascendente está associada à incidência aumentada de complicações pós-operatórias e tempo de permanência hospitalar, mas a mortalidade em 1 e 6 meses é igual a de pacientes após revascularização miocárdica pareados.