Resumo
Crit Care Sci. 2023;35(2):168-176
DOI 10.5935/2965-2774.20230410-pt
Verificar se o uso de insuflação-exsuflação mecânica pode reduzir a incidência da insuficiência respiratória aguda no período de 48 horas pós-extubação em pacientes com fraqueza adquirida em unidades de terapia intensiva.
Estudo prospectivo, randomizado, controlado e aberto. Os pacientes diagnosticados com fraqueza adquirida em unidade de terapia intensiva foram incluídos consecutivamente, com base em uma pontuação do Medical Research Council ≤ 48/60. Os pacientes receberam aleatoriamente duas sessões diárias; no grupo controle, realizou-se fisioterapia torácica convencional, enquanto no grupo intervenção, combinou-se fisioterapia torácica com insuflação-exsuflação mecânica. Avaliou-se a incidência de insuficiência respiratória aguda dentro de 48 horas após a extubação. Da mesma forma, avaliaram-se a taxa de reintubação, o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva, a mortalidade aos 28 dias e a probabilidade de sobrevida aos 90 dias. O estudo foi interrompido após resultados de futilidade na análise intermediária.
Incluímos 122 pacientes consecutivos (n = 61 por grupo). Não houve diferença significativa na incidência de insuficiência respiratória aguda entre os tratamentos (11,5% no grupo controle versus 16,4% no grupo intervenção; p = 0,60), na necessidade de reintubação (3,6% versus 10,7%; p = 0,27), no tempo médio de internação (3 versus 4 dias; p = 0,33), na mortalidade aos 28 dias (9,8% versus 15,0%; p = 0,42) ou na probabilidade de sobrevida aos 90 dias (21,3% versus 28,3%; p = 0,41).
A insuflação-exsuflação mecânica associada à fisioterapia torácica parece não ter impacto na prevenção da insuficiência respiratória aguda pós-extubação em pacientes com fraqueza adquirida na unidade de terapia intensiva. Da mesma forma, a mortalidade e a probabilidade de sobrevida foram semelhantes em ambos os grupos. No entanto, devido ao término precoce do estudo, recomenda-se enfaticamente uma investigação clínica mais aprofundada.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(1):39-46
DOI 10.5935/0103-507X.20190005
Comparar a eficiência das técnicas de vibrocompressão e hiperinsuflação com ventilador mecânico de forma isolada e a associação das duas técnicas (hiperinsuflação com ventilador mecânico + vibrocompressão), na quantidade de secreção aspirada e na alteração de parâmetros hemodinâmicos e pulmonares.
Ensaio clínico randomizado com pacientes críticos em ventilação mecânica, realizado na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Os pacientes foram randomizados para receber uma das técnicas de higiene brônquica por 10 minutos (vibrocompressão, ou hiperinsuflação com ventilador mecânico, ou hiperinsuflação com ventilador mecânico + vibrocompressão). Após, foram novamente randomizados para receber inicialmente a técnica (previamente randomizada) ou apenas a aspiração isolada. Foram analisados o peso de secreção aspirada (em gramas), dados de mecânica ventilatória e cardiopulmonares, antes e após a aplicação das técnicas. A frequência de reintubação traqueal, o tempo de ventilação mecânica e a mortalidade, também foram avaliados.
Foram incluídos 93 pacientes (29 vibrocompressão, 32 hiperinsuflação com ventilador mecânico e 32 hiperinsuflação com ventilador mecânico + vibrocompressão) em ventilação mecânica por mais de 24 horas. O grupo hiperinsuflação com ventilador mecânico + vibrocompressão foi o único que apresentou aumento significativo da secreção aspirada, quando comparado a aspiração isolada 0,7g (0,1 - 2,5g) versus 0,2g (0,0 - 0,6g), com valor de p = 0,006.
Quando comparada à aspiração isolada, a associação das técnicas hiperinsuflação com ventilador mecânico + vibrocompressão foi mais eficiente na quantidade de secreção aspirada.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):258-262
DOI 10.5935/0103-507X.20130043
Avaliar, na literatura, a aplicação da hiperinsuflação manual como técnica de fisioterapia respiratória em pediatria, considerando a desobstrução das vias aéreas como desfecho principal.
Revisão realizada nas bases eletrônicas Lilacs, Biblioteca Cochrane, Medline (via Biblioteca Virtual em Saúde e Pubmed), SciELO e PEDro (período de 2002 a 2013), utilizando os descritores: "physiotherapy (techniques)" "respiratory therapy" "intensive care" e "airway clearance". Os estudos foram selecionados e classificados por nível de evidência e recomendação (método Oxford Centre for Evidence-Based Medicine) por dois avaliadores, e um terceiro avaliador refez a pesquisa e conferiu a classificação dos artigos.
Foram inclusos 3 estudos, que somaram 250 crianças (de zero a 16 anos). Os principais diagnósticos encontrados foram: insuficiência respiratória aguda, pós-operatório de cardiopatias congênitas e abdominais alta, transplante de medula óssea, asma, reconstrução traqueal, lesão cerebral, lesão de vias aéreas e doenças pulmonares heterogêneas. Os estudos foram classificados em nível de evidência 2C e grau de recomendação C.
A hiperinsuflação manual parece ser útil para a desobstrução das vias aéreas nessa população, embora as evidências da literatura sejam ainda insuficientes. Assim, são necessários estudos controlados e randomizados para determinar a segurança e a eficácia da hiperinsuflação manual em pediatria. A mesma deve ser realizada somente por fisioterapeutas treinados.