Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):361-365
DOI 10.5935/0103-507X.20160068
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):366-368
DOI 10.5935/0103-507X.20160069
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):369-372
DOI 10.5935/0103-507X.20160070
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):373-379
DOI 10.5935/0103-507X.20160067
Determinar o efeito do fornecimento de comentários e educação, com relação ao uso do peso corpóreo previsto para ajuste do volume corrente em uma estratégia de ventilação de proteção pulmonar.
O estudo foi realizado entre outubro de 2014 e novembro de 2015 (12 meses) em uma única unidade de terapia intensiva polivalente universitária. Desenvolvemos uma intervenção combinada (educação e comentários), dando particular atenção à importância do ajuste dos volumes correntes para o peso corpóreo previsto ao pé do leito. Paralelamente, o peso corpóreo previsto foi estimado com base na estatura calculada a partir da altura dos joelhos e incluído nas fichas clínicas.
Foram incluídos 151 pacientes. O peso corpóreo previsto avaliado pela altura dos joelhos, em vez de avaliação visual, revelou que o volume corrente fornecido era significantemente mais elevado do que o previsto. Após a inclusão do peso corpóreo previsto, observamos redução sustentada do volume corrente fornecido, de uma média (erro padrão) de 8,97 ± 0,32 para 7,49 ± 0,19mL/kg (p < 0,002). Mais ainda, a adesão ao protocolo foi subsequentemente mantida durante os 12 meses seguintes (volume corrente fornecido de 7,49 ± 0,54 em comparação a 7,62 ± 0,20mL/kg; p = 0,103).
A falta de um método confiável para estimar o peso corpóreo previsto é um problema importante para a aplicação de um padrão mundial de cuidados durante a ventilação mecânica. Uma intervenção combinada, que se baseou em educação e fornecimento continuado de comentários, promoveu uma redução sustentada do volume corrente durante o período do estudo (12 meses).
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):380-386
DOI 10.5935/0103-507X.20160071
Avaliar se a posologia atualmente utilizada de vancomicina para tratamento de infecções bacterianas graves causadas por microrganismos Gram-positivos em pacientes admitidos à unidade de terapia intensiva proporcionam níveis plasmáticos de vale de vancomicina em nível terapêutico, e examinar possíveis fatores associados com níveis de vale de vancomicina adequados nesses pacientes.
Estudo prospectivo descritivo com amostra de conveniência. Os pacientes que cumpriam os critérios de inclusão tiveram seus dados coletados a partir das anotações da enfermagem e dos registros médicos entre setembro de 2013 e julho de 2014. Incluíram-se 83 pacientes. Os níveis plasmáticos de vale iniciais de vancomicina foram obtidos imediatamente antes da quarta dose de vancomicina. Definiu-se lesão renal aguda como um aumento de, pelo menos, 0,3mg/dL na creatinina sérica dentro de 48 horas.
Considerando os níveis de vale plasmáticos de vancomicina recomendados para o tratamento de infecções graves por Gram-positivos (15 - 20µg/mL), os pacientes foram categorizados em grupos como níveis de vale de vancomicina baixos, adequados e elevados, respectivamente divididos em 35 (42,2%), 18 (21,7%), e 30 (36,1%) pacientes. Os pacientes com lesão renal aguda tiveram níveis plasmáticos de vale de vancomicina significantemente mais elevados (p = 0,0055, com significância para tendência, p = 0,0023).
Preocupantemente, mais de 40% dos pacientes não obtiveram níveis plasmáticos de vale de vancomicina considerados eficazes. São necessários estudos de farmacocinética e de regimes posológicos de vancomicina em pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva, para contornar esta elevada proporção de falhas na obtenção de níveis de vale iniciais adequados de vancomicina. Deve ser desencorajado o uso de vancomicina sem monitoramento dos níveis de vale plasmáticos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):397-404
DOI 10.5935/0103-507X.20160073
Identificar os fatores associados à morte materna em pacientes internadas em unidade de terapia intensiva.
Estudo do tipo transversal realizado em unidade de terapia intensiva materna. Foram selecionados todos os prontuários de pacientes admitidas no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014. O critério de inclusão foi todas as pacientes obstétricas e puérperas, e o de exclusão as com diagnóstico de mola hidatiforme, gravidez ectópica e anembrionada, e as internadas por causas não obstétricas. Foi realizada análise comparativa entre os desfechos óbito e alta hospitalar.
Foram incluídas 373 pacientes, com idade entre 13 a 45 anos. As causas de internação na unidade de terapia intensiva foram síndromes hipertensivas relacionadas à gestação, cardiopatias, insuficiência respiratória e sepse; as complicações foram lesão renal aguda (24,1%), hipotensão (15,5%), hemorragia (10,2%) e sepse (6,7%). Ocorreram 28 óbitos (7,5%). As causas de óbito foram choque hemorrágico, falência múltipla de órgãos, insuficiência respiratória e sepse. Os fatores de risco independentes para óbito foram lesão renal aguda (OR = 6,77), hipotensão (OR = 15,08) e insuficiência respiratória (OR = 3,65).
A frequência de óbitos foi baixa. Lesão renal aguda, hipotensão e insuficiência respiratória foram os fatores de risco independentes associados à mortalidade materna.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):405-412
DOI 10.5935/0103-507X.20160065
Comparar pacientes admitidos com síndrome coronariana aguda sem prévia identificação de fatores de risco cardiovascular com pacientes que portavam um ou mais fatores de risco.
Análise retrospectiva dos pacientes admitidos com o primeiro episódio de síndrome coronariana aguda sem cardiopatia prévia, incluídos em um registro nacional de síndrome coronariana aguda. Os pacientes foram divididos segundo o número de fatores de risco: nenhum fator de risco (G0), um ou dois fatores de risco (G1 - 2) e três ou mais fatores de risco (G ≥ 3). Realizou-se uma análise comparativa entre os três grupos e se estudaram os preditores independentes de parada cardíaca e óbito.
O total apurado foi de 5.518 pacientes, 72,2% deles do sexo masculino, com média de idade de 64 ± 14 anos. O G0 teve uma incidência maior de infarto do miocárdio com elevação do segmento ST, sendo o vaso mais frequentemente envolvido a artéria descendente anterior esquerda, e menor prevalência de envolvimento de múltiplos vasos. Embora o G0 tivesse uma classe Killip mais baixa (96% Killip I; p < 0,001) e maior fração de ejeção (G0: 56 ± 10% versus G1 - 2 e G ≥ 3: 53 ± 12%; p = 0,024) na admissão, houve incidência significantemente maior de parada cardíaca. A análise multivariada identificou ausência de fatores de risco como um fator independente para parada cardíaca (OR 2,78; p = 0,019). A mortalidade hospitalar foi ligeiramente maior no G0, embora sem significância estatística. Segundo a análise de regressão de Cox, o número de fatores de risco não se associou com mortalidade. Os preditores de óbito em 1 ano de seguimento foram infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (OR 1,05; p < 0,001) e fração de ejeção inferior a 50% (OR 2,34; p < 0,001).
Embora o grupo sem fatores de risco fosse composto de pacientes mais jovens e com menos comorbidades, melhor função ventricular esquerda e coronariopatia menos extensa, a ausência de fatores de risco foi um preditor independente de parada cardíaca.