Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2022;34(2):212-219
DOI 10.5935/0103-507X.20220018-en
Analisar a influência da mechanical power e de seus componentes na ventilação mecânica em SARS-CoV-2; identificar os valores dos componentes da ventilação mecânica e verificar suas correlações entre si e com a mechanical power e efeitos sobre o resultado das fórmulas de Gattinoni-S e Giosa.
Estudo observacional, longitudinal, analítico e quantitativo dos parâmetros do respirador e da mechanical power no SARS-CoV-2.
A mechanical power média foi de 26,9J/minuto (Gattinoni-S) e 30,3J/minuto (Giosa). A driving pressure foi de 14,4cmH2O, a pressão de platô de 26,5cmH2O, a pressão expiratória positiva final 12,1cmH2O, a elastância de 40,6cmH2O/L, o volume corrente foi de 0,36L e a frequência respiratória de 32/minuto. A correlação entre as fórmulas de Gattinoni e de Giosa foi de 0,98, com viés de -3,4J/minuto e diferença na correlação da pressão de resistência de 0,39 (Gattinoni-S) e 0,24 (Giosa). Entre os componentes, destacaram-se as correlações da elastância com a driving pressure (0,88), pressão expiratória positiva final (-0,54) e volume corrente (-0,44).
Na análise da ventilação mecânica da SARS-CoV-2, constatou-se que as correlações de seus componentes com a mechanical power influenciaram em seus valores momentâneos elevados, e que as correlações de seus componentes entre si influenciaram em seu comportamento ao longo do tempo. Por possuírem efeitos específicos sobre as fórmulas de Gatinnoni-S e Giosa, os componentes da ventilação mecânica tiveram influência em seus cálculos e causaram divergências nos valores da mechanical power.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(4):373-379
DOI 10.5935/0103-507X.20160067
Determinar o efeito do fornecimento de comentários e educação, com relação ao uso do peso corpóreo previsto para ajuste do volume corrente em uma estratégia de ventilação de proteção pulmonar.
O estudo foi realizado entre outubro de 2014 e novembro de 2015 (12 meses) em uma única unidade de terapia intensiva polivalente universitária. Desenvolvemos uma intervenção combinada (educação e comentários), dando particular atenção à importância do ajuste dos volumes correntes para o peso corpóreo previsto ao pé do leito. Paralelamente, o peso corpóreo previsto foi estimado com base na estatura calculada a partir da altura dos joelhos e incluído nas fichas clínicas.
Foram incluídos 151 pacientes. O peso corpóreo previsto avaliado pela altura dos joelhos, em vez de avaliação visual, revelou que o volume corrente fornecido era significantemente mais elevado do que o previsto. Após a inclusão do peso corpóreo previsto, observamos redução sustentada do volume corrente fornecido, de uma média (erro padrão) de 8,97 ± 0,32 para 7,49 ± 0,19mL/kg (p < 0,002). Mais ainda, a adesão ao protocolo foi subsequentemente mantida durante os 12 meses seguintes (volume corrente fornecido de 7,49 ± 0,54 em comparação a 7,62 ± 0,20mL/kg; p = 0,103).
A falta de um método confiável para estimar o peso corpóreo previsto é um problema importante para a aplicação de um padrão mundial de cuidados durante a ventilação mecânica. Uma intervenção combinada, que se baseou em educação e fornecimento continuado de comentários, promoveu uma redução sustentada do volume corrente durante o período do estudo (12 meses).
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(4):375-383
DOI 10.1590/S0103-507X2010000400011
A insuficiência respiratória após a cirurgia cardíaca com utilização da circulação extracorpórea pode ser resultante de inúmeros fatores relacionados às condições do sistema respiratório no pré, intra e pós-operatório. A finalidade desta revisão é discutir alguns dos fatores relacionados à lesão pulmonar observada no período pós-operatório de cirurgia cardíaca e quais os recursos ventilatórios têm sido propostos para minimizar e/ou tratar a hipoxemia dos pacientes.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(4):416-424
DOI 10.1590/S0103-507X2009000400012
A lesão pulmonar aguda e sua forma mais grave, a síndrome da angústia respiratória aguda, são o denominador comum de várias doenças que podem provocar uma inflamação exagerada nos pulmões. Nos últimos anos, essa variabilidade tem sido atribuída, pelo menos em parte, a fatores genéticos. O presente estudo tem por objetivos revisar o papel dos principais genes envolvidos na suscetibilidade, morbidade e mortalidade na lesão pulmonar aguda e na síndrome da angústia respiratória aguda. Através de pesquisa nas bases de dados PubMed e LiLACS, empregando-se os unitermos lesão pulmonar aguda, síndrome da angústia respiratória aguda e síndrome da angústia respiratória do adulto em combinação com polimorfismos genéticos, foram selecionados 69 artigos, dos quais 38 foram incluídos nesta revisão. Foram também considerados artigos relevantes extraídos das referências bibliográficas nos artigos selecionados das bases de dados. Os polimorfismos genéticos são variantes gênicas presentes em pelo menos 1% da população. A presença destas variantes genéticas pode influenciar a expressão de mediadores da resposta inflamatória, afetando diretamente a suscetibilidade à lesão pulmonar aguda, a intensidade da inflamação no parênquima pulmonar, a evolução e o desfecho destes pacientes. Estudos de associação com grandes populações e passíveis de reprodução permitirão de modo definitivo a inclusão da genômica no arsenal diagnóstico, prognóstico e terapêutico de pacientes com lesão pulmonar aguda/síndrome da angústia respiratória aguda
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(1):103-105
DOI 10.1590/S0103-507X2008000100017
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O Transfusion-Related Acute Lung Injury (TRALI), é definido como um edema pulmonar não cardiogênico, relacionado à transfusão de sangue ou derivados, evoluindo com necessidade de ventilação mecânica na grande maioria dos casos. O objetivo deste estudo foi apresentar um caso de TRALI em pós-operatório imediato de neurocirurgia. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 69 anos, sem comprometimento pulmonar prévio, foi submetido à ressecção cirúrgica de glioblastoma multiforme, apresentando complicações intra-operatórias (broncoespasmo e diminuição da saturação de oxigênio), após ter recebido plasma fresco congelado, sendo diagnosticado TRALI. O paciente foi mantido sedado, sob ventilação mecânica e monitorização hemodinâmica invasiva, com melhora progressiva do quadro, recebendo alta da unidade de terapia intensiva (UTI) no 8º dia de pós-operatório. CONCLUSÕES: O TRALI deve ser investigado nos pacientes que recebem hemoderivados e apresentam alterações pulmonares.