Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):1-3
DOI 10.5935/0103-507X.20170001
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):105-110
DOI 10.5935/0103-507X.20170015
A síndrome do desconforto respiratório agudo é caracterizada por lesão pulmonar inflamatória difusa, classificada em leve, moderada e grave. Clinicamente observam-se hipoxemia, opacidades bilaterais na imagem pulmonar e diminuição da complacência pulmonar. A sepse está entre as causas mais prevalentes (30 - 50%). Dentre as causas diretas de síndrome do desconforto respiratório agudo, a inalação de cloro é uma causa incomum, gerando, na maior parte dos casos, irritação de mucosas e vias aéreas. Apresentamos um caso de síndrome do desconforto respiratório agudo grave após inalação acidental de cloro em piscina, sendo utilizada ventilação não invasiva como tratamento com boa resposta neste caso. Classificamos como síndrome do desconforto respiratório agudo grave baseado na relação pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio < 100, embora a classificação de Berlin seja limitada em considerar pacientes com hipoxemia grave manejados exclusivamente com ventilação não invasiva. A taxa de falha da ventilação não invasiva nos casos de síndrome do desconforto respiratório agudo está em torno de 52%, estando associada à maior mortalidade. As possíveis complicações do uso da ventilação mecânica não invasiva com pressão positiva na síndrome do desconforto respiratório agudo seriam o atraso para a intubação orotraqueal sendo a mesma realizada em uma condição clínica pior e um alto nível de pressões de suporte, somados a esforços inspiratórios profundos, gerando elevados volumes correntes e pressões transpulmonares excessivas, que contribuem para injúria pulmonar associada à ventilação. Apesar disto, alguns estudos mostraram diminuição nas taxas de intubação orotraqueal em pacientes com síndrome do desconforto respiratório Agudo com baixos escores de gravidade, estabilidade hemodinâmica e ausência de outras disfunções orgânicas.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):115-120
DOI 10.5935/0103-507X.20170017
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Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):14-22
DOI 10.5935/0103-507X.20170004
Avaliar os efeitos de manobras de hiperinsuflação manual combinadas com pressão expiratória positiva associadas com técnicas padrão de compressão manual do tórax, com relação à segurança, à hemodinâmica e à oxigenação em pacientes com choque séptico estável.
Este foi um estudo com dois grupos paralelos, randomizado e com avaliador cego. Um pesquisador independente preparou uma lista de randomização gerada por computador para alocação dos tratamentos.
Unidade de terapia intensiva do Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Foram avaliados 52 indivíduos quanto à elegibilidade e, destes, 32 pacientes foram incluídos no estudo. Todos os indivíduos incluídos (n = 32) receberam a intervenção alocada (n = 19 para o Grupo Experimental e n = 13 para o Grupo Controle).
Vinte minutos de manobras de hiperinsuflação manual combinadas com pressão expiratória positiva associadas com técnicas padrão de compressão manual do tórax (Grupo Experimental) ou compressão do tórax, conforme o uso rotineiro de nossa unidade de terapia intensiva (Grupo Controle). Foi realizado seguimento imediatamente após e 30 minutos após a intervenção.
Pressão arterial média.
Todos os indivíduos inscritos concluíram o estudo (n = 32). Não identificamos efeitos relevantes na pressão arterial média (p = 0,17), frequência cardíaca (p = 0,50) ou pressão média da artéria pulmonar (p = 0,89) após ajuste quanto à idade e ao peso do participante. Após ajuste dos dados, ambos os grupos foram idênticos com relação ao consumo de oxigênio (p = 0,84). A saturação periférica de oxigênio tendeu a aumentar com o tempo em ambos os grupos (p = 0,05), e não ocorreu associação significante entre o débito cardíaco e a saturação venosa de oxigênio (p = 0,813). Não se observou deterioração clínica.
Uma única sessão de manobras de hiperinsuflação manual combinadas com pressão expiratória positiva associadas com técnicas padrão de compressão manual do tórax é hemodinamicamente segura em curto prazo para pacientes com choque séptico estável.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):23-33
DOI 10.5935/0103-507X.20170005
Examinar as características clínicas, o padrão de desmame e o desfecho de pacientes que necessitaram de ventilação mecânica por tempo prolongado em uma unidade de terapia intensiva em um país com recursos financeiros limitados.
Estudo prospectivo observacional em centro único, realizado na Índia, no qual todos os pacientes adultos que necessitaram de ventilação mecânica prolongada foram acompanhados quanto a duração e padrão do desmame, e à sobrevivência, tanto por ocasião da alta da unidade de terapia intensiva quanto após 12 meses. A definição de ventilação mecânica prolongada adotada foi a do consenso da National Association for Medical Direction of Respiratory Care.
Durante o período de 1 ano, 49 pacientes com média de idade de 49,7 anos receberam ventilação mecânica prolongada; 63% deles eram do sexo masculino e 84% tinham uma enfermidade de natureza clínica. As medianas dos escores APACHE II e SOFA quando da admissão foram, respectivamente, 17 e 9. O tempo mediano de ventilação foi 37 dias. A razão mais comum para início da ventilação foi insuficiência respiratória secundária à sepse (67%). O desmame foi iniciado em 39 (79,5%) pacientes, com sucesso em 34 deles (87%). A duração mediana do desmame foi de 14 (9,5 - 19) dias, e o tempo mediano de permanência na unidade de terapia intensiva foi 39 (32 - 58,5) dias. A duração do suporte com vasopressores e a necessidade de hemodiálise foram preditores independentes significantes de insucesso no desmame. No acompanhamento após 12 meses, 65% dos pacientes sobreviveram.
Mais de um quarto dos pacientes com ventilação invasiva na unidade de terapia intensiva necessitaram de ventilação mecânica prolongada. Os desmames foram bem-sucedido em dois terços dos pacientes, e a maioria deles sobreviveu até o acompanhamento após 12 meses.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):34-38
DOI 10.5935/0103-507X.20170006
Traduzir e adaptar culturalmente a Escala de Estado Funcional em UTI (FSS-ICU - Functional Status Score for the ICU) para o português do Brasil.
O presente estudo consistiu das seguintes fases: tradução (realizada por dois tradutores independentes), síntese da tradução inicial, tradução de volta ao inglês (realizada por dois tradutores independentes não familiarizados com a FSS-ICU original) e fase de teste, para avaliar a compreensão por parte da audiência alvo. Um comitê de especialistas supervisionou todas as fases e foi responsável pelos ajustes ao longo do processo e pela versão final da tradução.
A fase de testes incluiu dois fisioterapeutas experientes que avaliaram um total de 30 pacientes críticos (escore da FSS-ICU médio de 25 ± 6). Como os fisioterapeutas não relataram problemas com incertezas ou problemas de interpretação que afetassem seu desempenho, não foram feitos outros ajustes à versão em português brasileiro após a fase de teste. Obteve-se uma boa confiabilidade entre observadores para cada uma das cinco tarefas da FSS-ICU e entre os escores dos dois avaliadores (o coeficiente de correlação intraclasse variou de 0,88 a 0,91).
A versão adaptada da FSS-ICU para o português brasileiro comprovou ser de fácil compreensão e aplicação clínica no ambiente da unidade de terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):39-46
DOI 10.5935/0103-507X.20170007
Determinar a eficácia de um programa de gestão da qualidade para reduzir a incidência e a gravidade de úlceras por pressão em pacientes de terapia intensiva.
Estudo com metodologia quasi-experimental, antes-e-depois, conduzido em uma unidade de terapia intensiva clínica e cirúrgica. Incluíram-se os pacientes consecutivos que receberam ventilação mecânica por um período igual ou superior a 96 horas. Uma equipe de Melhoria de Processos delineou um processo de intervenção multifacetado, que consistiu de uma sessão educacional, uma lista de verificação de úlcera de pressão, um aplicativo para smartphone para monitoramento de lesões e um conjunto de normas de tomada de decisão, além de prevenção familiar.
O Grupo Pré-I incluiu 25 pacientes, e o Grupo Pós-I foi constituído por 69 pacientes. A incidência de úlcera de pressão nestes grupos foi de 41 (75%) e 37 (54%), respectivamente. O tempo mediano para o desenvolvimento das úlceras por pressão foi de 4,5 (4-5) dias no Grupo Pré-I e 9 (6-20) dias no Grupo Pós-I após a admissão para cada um dos períodos. A incidência de úlceras por pressão de grau avançado foi de 27 (49%) no Grupo Pré-I e 7 (10%) no Grupo Pós-I. A presença de úlceras por pressão na alta foi de 38 (69%) e 18 (26%), respectivamente, para os Grupos Pré-I e Pós-I (p < 0,05 para todas as comparações). A participação da família totalizou 9% no Grupo Pré-I e aumentou para 57% no Grupo Pós-I (p < 0,05). Utilizou-se um modelo de regressão logística para analisar os preditores de úlcera de pressão com grau avançado. A duração da ventilação mecânica e a presença de falência de órgão associaram-se positivamente com o desenvolvimento de úlceras por pressão, enquanto o programa multifacetado de intervenção atuou como fator de proteção.
Um programa de qualidade, com base em um aplicativo para smartphone e na participação da família, pode reduzir a incidência e a gravidade de úlceras por pressão em pacientes com ventilação mecânica aguda prolongada.