Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(3):301-307
DOI 10.5935/0103-507X.20180043
Realizar a tradução e a adaptação transcultural da Functional Status Scale em crianças hospitalizadas para o português do Brasil.
Estudo metodológico de tradução e adaptação transcultural da Functional Status Scale, seguindo as etapas tradução, síntese das traduções, retradução, síntese das retraduções, análise por comitê de juízes e pré-teste com amostra da população-alvo. Durante a avaliação do comitê de juízes, foi realizada a análise semântica, de conteúdo e dos itens.
Foram obtidas as equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual entre as versões traduzidas e a original, resultando na versão brasileira da Functional Status Scale. Após a análise do comitê de juízes, não se constataram problemas quanto às equivalências culturais e conceituais, pois os itens foram pertinentes à cultura brasileira, e poucos termos foram modificados. Na etapa de pré-teste, a escala foi aplicada por dois avaliadores em uma amostra de 25 crianças. Observaram-se clareza e facilidade em responder os itens da escala. Obteve-se boa confiabilidade entre os observadores, com coeficiente de correlação intraclasse de 0,85 (0,59 - 0,95).
A Functional Status Scale para uso pediátrico foi traduzida e adaptada culturalmente para o português com uso no Brasil. Os itens traduzidos foram pertinentes à cultura brasileira e avaliaram a dimensão proposta pelo instrumento original. Sugerem-se estudos de validação deste instrumento, a fim de viabilizar sua utilização nas diversas regiões do Brasil.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(2):181-186
DOI 10.5935/0103-507X.20180032
Avaliar a calibração e a discriminação do APACHE IV no período pós-operatório de transplante renal.
Estudo clínico de coorte, que incluiu 986 pacientes adultos hospitalizados durante o período pós-operatório imediato de transplante renal em um único centro na Região Sul do Brasil.
Os pacientes de transplante renal que evoluíram para óbito no hospital tiveram APACHE IV significantemente mais elevado e maior mortalidade predita. O APACHE IV demonstrou calibração adequada (teste de Hosmer-Lemeshow: 11,24; p = 0,188) e boa discriminação, segundo a curva Característica de Operação do Receptor, que foi de 0,738 (IC95% 0,643 - 0,833; p < 0,001), embora tenha superestimado a taxa de mortalidade padronizada, que foi de 0,73 (IC95%: 0,24 - 1,42; p = 0,664).
O APACHE IV demonstrou desempenho adequado para predizer o desfecho no hospital no período pós-operatório de pacientes submetidos à transplante renal.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(1):34-38
DOI 10.5935/0103-507X.20170006
Traduzir e adaptar culturalmente a Escala de Estado Funcional em UTI (FSS-ICU - Functional Status Score for the ICU) para o português do Brasil.
O presente estudo consistiu das seguintes fases: tradução (realizada por dois tradutores independentes), síntese da tradução inicial, tradução de volta ao inglês (realizada por dois tradutores independentes não familiarizados com a FSS-ICU original) e fase de teste, para avaliar a compreensão por parte da audiência alvo. Um comitê de especialistas supervisionou todas as fases e foi responsável pelos ajustes ao longo do processo e pela versão final da tradução.
A fase de testes incluiu dois fisioterapeutas experientes que avaliaram um total de 30 pacientes críticos (escore da FSS-ICU médio de 25 ± 6). Como os fisioterapeutas não relataram problemas com incertezas ou problemas de interpretação que afetassem seu desempenho, não foram feitos outros ajustes à versão em português brasileiro após a fase de teste. Obteve-se uma boa confiabilidade entre observadores para cada uma das cinco tarefas da FSS-ICU e entre os escores dos dois avaliadores (o coeficiente de correlação intraclasse variou de 0,88 a 0,91).
A versão adaptada da FSS-ICU para o português brasileiro comprovou ser de fácil compreensão e aplicação clínica no ambiente da unidade de terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(3):287-291
DOI 10.5935/0103-507X.20140040
Para desenvolver modelos experimentais de transfusão de hemácias, o primeiro passo é assegurar a viabilidade dos eritrócitos transfundidos. Avaliamos a viabilidade de eritrócitos transfundidos com validação in vitro e in vivo de eritrócitos suínos homólogos armazenados por 14 dias.
Neste estudo piloto, o sangue coletado de um suíno Agroceres® foi estocado em duas unidades de hemácias. A validação in vivo foi realizada pela marcação dos eritrócitos com Na2 51CrO4 e recuperação dos eritrócitos viáveis após 24 horas da infusão em um animal autólogo e quatro homólogos. A validação in vitro foi realizada na avaliação basal e após 14 dias, pela mensuração da hemoglobina, hematócrito, índice de hemólise e hemoglobina livre em seis unidades de hemácias. Foi realizada uma esplenectomia post-mortem para avaliar o sequestro esplênico de eritrócitos, e a radioatividade das amostras de sobrenadante foi contada para avaliar a hemólise intravascular.
Após 14 dias de estocagem, as unidades de hemácias tinham volumes menores e concentração total de hemoglobina equivalente em comparação aos padrões humanos. A concentração de hemoglobina livre aumentou de 31,0±9,3 para 112,4±31,4mg/dL (p<0,001) e o índice de hemólise aumentou de 0,1±0,1 para 0,5±0,1% (p<0,001). Entretanto, esses testes se encontravam dentro da faixa aceitável para os padrões humanos. A percentagem de radioatividade nas amostras de sobrenadante foi similar na avaliação basal e após 24 horas, afastando, assim, a presença de hemólise significante. Não se encontraram evidências de sequestro esplênico de eritrócitos radioativos.
Hemácias suínas estocadas por 14 dias são viáveis e podem ser utilizadas em estudos experimentais de transfusão. Esses experimentos de validação são importantes para ajudar os investigadores a estabelecerem modelos experimentais de transfusão.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(2):106-114
DOI 10.5935/0103-507X.20130021
OBJETIVO: Traduzir para o português e avaliar as propriedades de medidas da Escala de Sunderland e da Escala Revista de Cubbin & Jackson, instrumentos cuja finalidade é avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão em terapia intensiva. MÉTODOS: O estudo compreendeu os processos de tradução e de adaptação das escalas à língua portuguesa, bem como o processo de validação dos instrumentos em estudo. A amostra foi constituída por 90 pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Na avaliação da fiabilidade, foram identificados valores de alfa de Cronbach de 0,702 e de 0,708 para a Escala de Sunderland e a Escala Revista de Cubbin & Jackson, respectivamente. A validação de critério (preditiva) foi realizada comparativamente com a Escala de Braden (padrão-ouro), sendo as principais medidas avaliadas a sensibilidade, a especificidade, o valor preditivo positivo, o valor preditivo negativo e a área sob uma curva, que foram calculadas com base nos pontos de corte definidos pelos autores. RESULTADOS: A Escala de Sunderland obteve 60% de sensibilidade, 86,7% de especificidade, 47,4% de valor preditivo positivo, 91,5% de valor preditivo negativo e 0,86 para a área sob uma curva. A Escala Revista de Cubbin & Jackson obteve 73,3% de sensibilidade, 86,7% de especificidade, 52,4% de valor preditivo positivo, 94,2% de valor preditivo negativo e 0,91 para a área sob uma curva. A Escala de Braden obteve 100% de sensibilidade, 5,3% de especificidade, 17,4% de valor preditivo positivo, 100% de valor preditivo negativo e 0,72 para a área sob uma curva. CONCLUSÃO: Ambos os instrumentos demonstram possuir fiabilidade e validade para a utilização. Nessa amostra, a Escala Revista de Cubbin & Jackson obteve melhores valores preditivos paradesenvolvimento de úlceras por pressão em terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(2):175-185
DOI 10.1590/S0103-507X2010000200012
OBJETIVO: O não desenvolvimento da úlcera de pressão de pacientes graves em terapia intensiva é um grande desafio para a enfermagem. Portanto, é relevante a prevenção para que se garanta um cuidado de boa qualidade. O objetivo da pesquisa foi avaliar a aplicabilidade da escala de Braden em pacientes de terapia intensiva. MÉTODOS: Estudo prospectivo baseado na avaliação de todos os pacientes internados na unidade de terapia intensiva adulto, no período 14 de Julho a 10 de Agosto de 2009. A coleta de dados foi realizada através da aplicação da escala de Braden por três juízes, identificando os riscos para o desenvolvimento da úlcera de pressão. Para a análise dos dados foi utilizado o Software estatístico SAS Na avaliação do grau de coincidência entre os juízes utilizou-se valor kappa (IC=95%). RESULTADOS: Quanto aos fatores de risco relacionados: 36,4% apresentavam leve limitação à percepção sensorial, 50,9% pele ocasionalmente úmida; 97,3% restritos ao leito; 39,1% muito limitados à mobilidade, 45% nutrição provavelmente inadequada, 61,8% apresentaram problema quanto à fricção e cisalhamento. Quanto à concordância entre os juízes (38,1% a 100,0%) foram registradas em nutrição e atividade física; a hipótese do Kappa populacional nulo foi rejeitada; análise entre pares de examinadores de coincidência (41,7% a 100,0%) foi registrada no item umidade e atividade física, os valores de Kappa variaram de 0,13 a 1. CONCLUSÕES: Observou-se elevado risco para ulcera de pressão em pacientes de terapia intensiva. Esse instrumento parece ser adequado para auxiliar na implementação de medidas de prevenção.