Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(1):125-137
DOI 10.5935/0103-507X.20210014
Estudar o impacto do retardo na admissão à unidade de terapia intensiva em mais do que 4 horas nos desfechos de pacientes críticos.
Este foi um estudo observacional retrospectivo, no qual pacientes adultos admitidos diretamente do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva foram divididos em dois grupos: Tempo Adequado, se admitidos dentro de 4 horas, e Admissão Retardada, nos casos em que a admissão demorou mais do que 4 horas para ocorrer. Compararam-se, entre os grupos, o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e a taxa de mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Foi realizado pareamento por escore de propensão para correção de desequilíbrios. Utilizou-se uma análise de regressão logística para explorar retardo da admissão como fator independente de risco para mortalidade na unidade de terapia intensiva.
Durante o período do estudo, 1.887 pacientes foram admitidos diretamente do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva, sendo que 42% dessas admissões foram retardadas. Os pacientes com retardo tiveram permanências na unidade de terapia intensiva significantemente mais longas e maior mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Esses resultados persistiram após pareamento dos grupos por escore de propensão. O retardo da admissão foi fator independente de risco para mortalidade na unidade de terapia intensiva (RC = 2,6; IC95% 1,9 - 3,5; p < 0,001). A associação de retardo e mortalidade na unidade de terapia intensiva surgiu após período de retardo de 2 horas e foi mais alta após período de retardo de 4 horas.
O retardo da admissão do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva é fator de risco independente para mortalidade na unidade de terapia intensiva, sendo a associação mais forte após retardo de 4 horas.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2020;32(1):92-98
DOI 10.5935/0103-507X.20200014
Verificar o impacto da transferência tardia do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva no tempo de permanência na unidade e na ocorrência de óbitos.
Este estudo de coorte prospectiva foi conduzido em um hospital acadêmico terciário, com obtenção dos dados de 1.913 pacientes admitidos ao pronto-socorro com solicitação documentada de admissão à unidade de terapia intensiva. Os pacientes admitidos diretamente para a unidade de terapia intensiva médico-cirúrgica (n = 209) foram categorizados em tercis segundo o tempo de espera para admissão à unidade de terapia intensiva (Grupo 1: menos de 637 minutos; Grupo 2: entre 637 e 1.602 minutos, e Grupo 3: acima de 1.602 minutos). Os pacientes que permaneceram na unidade de terapia intensiva por mais de 3,2 dias (tempo mediano de tempo de permanência na unidade de terapia intensiva para todos os pacientes) foram considerados como tempo prolongado de permanência na unidade de terapia intensiva.
Foram tratados no pronto-socorro durante o período do estudo 6.176 pacientes, dentre os quais 1.913 (31%) necessitaram de um leito na unidade de terapia intensiva. O tempo mediano de permanência no pronto-socorro foi de 17 horas (9 - 33 horas). Hospitalização por infecção/sepse foi preditor independente para tempo prolongado de permanência na unidade (RC: 2,75; IC95% 1,38 - 5,48, p = 0,004), porém o tempo de espera para admissão à unidade de terapia intensiva não. A taxa de mortalidade foi mais elevada no Grupo 3 (38%) do que no Grupo 1 (31%), porém a diferença não foi estatisticamente significante.
A admissão tardia à unidade de terapia intensiva a partir do pronto-socorro não resultou em aumento do tempo de permanência ou da mortalidade na unidade de terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(4):379-383
DOI 10.5935/0103-507X.20140058
Descrever a condição bucal de pacientes hospitalizados em uma unidade de terapia intensiva.
A avaliação clínica da cavidade bucal foi realizada em 35 pacientes em dois momentos (até 48 horas após a internação e em 72 horas após a primeira avaliação), e anotada em fichas de coleta de dados. Foram observados: índice de placa, condição da mucosa, presença ou não de prótese dentária, número de dentes presentes e índice de saburra lingual.
A prevalência de infecção hospitalar foi de 22% (oito pacientes), sendo 50% de infecções do aparelho respiratório. Foi constatado que todos os pacientes apresentavam biofilme bucal, sendo que 20 (57%) apresentavam biofilme por meio da simples visão e, em 24 pacientes (69%), a saburra estava presente em mais de dois terços da língua, sendo espessa na maioria dos casos. Após 72 horas houve aumento significativo do índice de placa (p=0,007), no entanto, o índice de saburra quanto à área foi de p<0,001 e quanto à espessura de p=0,5.
O índice de placa e a saburra lingual aumentaram de acordo com o tempo de internação na unidade de terapia intensiva.