Resumo
Crit Care Sci. 2024;36:e20240265en
DOI 10.62675/2965-2774.20240265-pt
Parcela significativa de indivíduos que enfrentaram doença crítica sofre de síndrome pós-cuidados intensivos, caracterizada por comprometimento novo ou exacerbado da função física, cognitiva ou de saúde mental. Além disso, os sobreviventes geralmente apresentam maior risco de consequências adversas, como infecção, eventos cardiovasculares maiores, reinternação e taxas de mortalidade elevadas, durante os meses após a hospitalização. Esses achados reforçam a necessidade urgente de prevenção e manejo eficazes da deterioração da saúde a longo prazo no ambiente de cuidados intensivos. Embora haja poucas evidências conclusivas de ensaios clínicos randomizados bem desenhados, potenciais intervenções incluem estratégias como limitação da sedação, mobilização precoce, presença da família durante a internação na unidade de terapia intensiva, implementação de programas de transição multidisciplinares (da unidade de terapia intensiva para a enfermaria e do hospital para o domicílio) e acompanhamento especializado após a alta hospitalar. Esta revisão objetiva fornecer um resumo conciso da literatura médica recente sobre os desfechos a longo prazo após doenças críticas e destacar potenciais abordagens para prevenir e abordar a deterioração da saúde de sobreviventes de cuidados intensivos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2022;34(4):499-506
DOI 10.5935/0103-507X.20220080-en
Avaliar prevalência e fatores associados à depressão em familiares de pessoas hospitalizadas em unidades de terapia intensiva.
Estudo transversal, desenvolvido com 980 familiares de pacientes internados nas unidades de terapia intensiva de um hospital público de grande porte no interior da Bahia. A depressão foi mensurada pelo Patient Health Questionnaire-8. O modelo multivariado foi composto pelas seguintes variáveis: sexo e idade do paciente, sexo e idade do familiar, escolaridade, religião, residir com o familiar, problema psíquico prévio e ansiedade.
A depressão apresentou prevalência de 43,5%. Na análise multivariada, o modelo com melhor representatividade indicou que fatores associados à maior prevalência de depressão foram ser do sexo feminino (39%), idade menor que 40 anos (26%) e problema psíquico prévio (38%). A maior escolaridade se associou a uma prevalência de depressão 19% menor em familiares.
O aumento na prevalência de depressão esteve associado a sexo feminino, idade menor de 40 anos e problemas psíquicos prévios. Tais elementos devem ser valorizados nas ações direcionadas aos familiares de pessoas internadas na terapia intensiva.