Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(4):339-343
DOI 10.1590/S0103-507X2008000400004
OBJETIVOS: Após um traumatismo cranioencefálico, a hipertensão intracraniana representa a maior causa de mortalidade, além da possibilidade de seqüelas funcionais, comportamentais e cognitivas. A escassez de estudos sobre os efeitos da fisioterapia respiratória nestes pacientes pode levar à condutas contraditórias. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de manobras usuais de fisioterapia respiratória sobre a pressão intracraniana e a pressão de perfusão cerebral em pacientes com traumatismo cranioencefálico grave. MÉTODOS: Ensaio clínico, prospectivo, em pacientes com traumatismo cranioencefálico, ventilados mecanicamente e com medida contínua da pressão intracraniana. Foram avaliados os efeitos das manobras de vibrocompressão manual e aspiração intratraqueal sem e com instilação de soro fisiológico, sobre as medidas de pressão intracraniana e de pressão de perfusão cerebral, entre o primeiro e o terceiro dia após a lesão cerebral. RESULTADOS: Foram obtidos os dados de 11 pacientes com idade de 41anos (mediana) APACHE II de 19,5 ± 5. A manobra de vibrocompressão manual não determinou aumento da pressão intracraniana em nenhum dos dias avaliados. A pressão intracraniana aumentou significativamente após manobras de aspiração intratraqueal em relação à medida basal (dia 1, 9,5 ± 0,9 mm Hg vs 18,0 ± 3,2 mm Hg; dia 2, 10,6 ± 1,7 mm Hg vs 21,4 ± 3,8 mm Hg; dia 3, 14,4 ± 1,0 vs 24,9 ± 2,7 mm Hg; p<0,05 para todos). Contudo, estas elevações foram transitórias (em torno de 27 segundos) e acompanhadas de aumentos compensatórios da pressão de perfusão cerebral. CONCLUSÕES: A manobra de vibrocompressão manual não determinou aumento da pressão intracraniana ou da pressão de perfusão cerebral em pacientes com traumatismo cranioencefálico grave. A aspiração intratraqueal levou a aumento significativo e transitório da pressão intracraniana e da pressão de perfusão cerebral.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):220-225
DOI 10.1590/S0103-507X2008000300003
OBJETIVOS: A correta insuflação do balonete permite ventilação adequada, além de ser uma das formas de prevenção de pneumonia aspirativa bem como de diversas complicações traqueais. O objetivo deste estudo foi avaliar as pressões de balonetes dos tubos traqueais e/ou cânulas de traqueostomia nas angulações de zero, 30 e 60 graus de inclinação da cabeceira do leito de pacientes internados em unidades de terapia intensiva adulta. MÉTODOS: Realizado estudo transversal, com análise da pressão de balonetes, do volume- corrente expirado (VC) e da pressão de pico das vias aéreas (PP) nas posições de zero, 30 e 60 graus. A angulação de 30 graus foi considerada posição de referência como controle para a análise do comportamento dos valores nas posições de zero a 60 graus, as quais foram escolhidas de forma aleatória. Utilizou-se o teste t de Student, sendo considerado significativo quando p < 0,05. RESULTADOS: Amostra composta por 12 mulheres e 12 homens, com média de idade de 51,29 ± 19,55 anos. Ao modificar a inclinação da cabeceira de 30º para 0º, houve redução média de 16,9% na pressão de balonete e um aumento médio de 11,8% na PP. Já na alteração de 30º para 60º, a pressão de balonete reduziu, em média 18,8% e a PP teve aumento médio de 13,3%. Os achados foram significativos (p < 0,05). CONCLUSÕES: São necessários a monitorização e os ajustes adequados da pressão de balonete, nos momentos em que o paciente for submetido a modificações na inclinação da cabeceira do leito, a fim de prevenir o escape aéreo e o risco de ocorrência de pneumonia por aspiração.