Resumo
Crit Care Sci. 2023;35(4):345-354
DOI 10.5935/2965-2774.20230162-pt
Não está claro qual é a meta ideal de concentração de glicose no sangue em pacientes em estado grave. Realizaremos uma revisão sistemática e uma metanálise com dados agregados e de pacientes individuais de estudos controlados e randomizados, comparando o controle intensivo da glicose com o controle liberal da glicose em adultos em estado grave.
MEDLINE®, Embase, Cochrane Central Register of Clinical Trials e registros de ensaios clínicos (Organização Mundial da Saúde, clinical trials.gov). Os autores dos estudos qualificados serão convidados a fornecer dados individuais de pacientes. Os dados publicados em nível de ensaio qualificado que não apresentem alto risco de viés serão incluídos em uma metanálise de dados agregados se os dados individuais de pacientes não estiverem disponíveis.
Critérios de inclusão: ensaios clínicos controlados e randomizados que recrutaram pacientes adultos, com meta de glicemia ≤ 120mg/dL (≤ 6,6mmol/L) comparada a uma meta de concentração de glicemia mais alta com insulina intravenosa em ambos os grupos. Estudos excluídos: aqueles com meta de glicemia no limite superior no grupo de intervenção > 120mg/dL (> 6,6mmol/L), ou em que o controle intensivo de glicose foi realizado apenas no período intraoperatório, e aqueles em que a perda de seguimento excedeu 10% até a alta hospitalar.
Mortalidade intra-hospitalar durante a admissão hospitalar. Desfechos secundários: Mortalidade e sobrevida em outros momentos, duração da ventilação mecânica invasiva, agentes vasoativos e terapia de substituição renal. Utilizaremos metanálise bayesiana de efeito randômico e modelos bayesianos hierárquicos para dados individuais de pacientes.
Essa revisão sistemática com dados agregados e de pacientes individuais abordará a questão clínica: Qual é a melhor meta de glicose no sangue de pacientes graves em geral?
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(4):351-357
DOI 10.1590/S0103-507X2010000400007
OBJETIVO: Identificar se há diferença significativa entre os resultados glicêmicos oferecidos pelo glicosímetro portátil, utilizando sangue obtido de diferentes vias de coleta e pela análise laboratorial. MÉTODOS: Estudo quantitativo de validade. Foram coletadas diariamente amostras de sangue capilar, do cateter venoso central e do catéter arterial para verificação da glicemia pelo glicosímetro, e feita análise da glicemia laboratorial. Para análise, foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences - SPSS. RESULTADOS: Observou-se que glicemia processada no glicosímetro portátil, com amostra de sangue do cateter venoso central, foi a que apresentou maior correlação com o valor oriundo do laboratório, considerando-se este o "padrão-ouro". CONCLUSÃO: Coletas por via capilar, em pacientes graves e instáveis hemodinamicamente, podem trazer resultados glicêmicos falsos, levando a alterações indevidas da solução de insulina É preciso atentar para a via de coleta ideal da glicemia em pacientes graves, afim de que não haja erro no manuseio da solução de insulina.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(4):398-403
DOI 10.1590/S0103-507X2009000400010
OBJETIVOS: Hiperglicemia induzida por estresse ocorre com freqüência em pacientes criticamente doentes e tem sido associada a aumento de mortalidade e morbidade tanto em pacientes diabéticos, quanto em não diabéticos. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil e prognóstico a longo prazo dos pacientes críticos que recebem terapia insulínica contínua na unidade de terapia intensiva. MÉTODOS: Coorte prospectiva, em que foram estudados os pacientes internados na unidade de terapia intensiva no período de 1 ano. Foram analisadas variáveis demográficas, escores de gravidade e o prognóstico a curto na unidade de terapia intensiva, e a longo prazo (2 anos da alta da unidade de terapia intensiva). Os pacientes foram classificados em 2 grupos: pacientes que receberam terapia insulínica contínua para controle glicêmico indicada pela equipe da unidade de terapia intensiva e pacientes que não receberam terapia insulínica. RESULTADOS: Dos 603 pacientes incluídos no estudo, 102 (16,9%) receberam terapia insulínica contínua, objetivando níveis glicêmicos <150 mg/dL e 501 pacientes (83,1%) não receberam insulina contínua. Os pacientes que necessitaram terapia insulínica contínua eram mais graves que os do grupo não necessitou de terapia insulínica: escore APACHE II (14 ±3 versus 11 ±4; p =0,04), escore SOFA (4,9 ±3,2 versus 3,5 ±3,4; p <0,001) e TISS das 24h (25,7 ±6,9 versus 21,1 ±7,2; p <0,001). Os pacientes do grupo que recebeu terapia insulínica contínua tiveram também pior prognóstico: insuficiência renal aguda (51% versus 18,5%; p <0,001), polineuropatia da doença crítica (16,7% versus 5,6%; p <0,001)] e maior mortalidade [na unidade de terapia intensiva (60,7% versus 17,7%; p <0,001) e 2 anos após a alta da unidade de terapia intensiva (77,5% versus 23,4%; p <0,001). CONCLUSÃO: A necessidade de controle glicêmico rigoroso através do uso de protocolos de insulina contínua é um marcador de gravidade e de pior prognóstico dos pacientes internados na unidade de terapia intensiva, refletindo também maior mortalidade a longo prazo.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(3):310-314
DOI 10.1590/S0103-507X2009000300012
Na última década o controle glicêmico em pacientes críticos foi alvo de grande polêmica. Apesar de ter sido amplamente implementado na prática médica, os grandes estudos randomizados controlados obtiveram resultados bastante conflitantes, pois além de controlar a hiperglicemia, foi identificada a necessidade de se evitar os riscos da hipoglicemia, evento potencialmente grave nessa população. Dessa forma, o presente artigo se propõe a rever e avaliar de forma crítica os estudos publicados sobre controle glicêmico em terapia intensiva, propondo um novo alvo glicêmico (150 mg / dl) que seja capaz de minimizar os malefícios da hiperglicemia e ao mesmo tempo minimizar os riscos potenciais do uso de insulina de forma intensiva.