Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2020;32(3):439-443
DOI 10.5935/0103-507X.20200074
Verificar se há associação entre o Modified Early Warning Score antes da transferência da emergência para enfermaria e o óbito ou a admissão na unidade de terapia intensiva em 30 dias.
Trata-se de estudo de coorte histórica desenvolvido em hospital de alta complexidade do Sul do Brasil com pacientes transferidos da emergência para a enfermaria entre os meses de janeiro e junho de 2017. Foram coletados: variáveis sociodemográficas, comorbidades pelo índice de Charlson, motivo da internação hospitalar, pontuação do Modified Early Warning Score no momento da transferência, internação na unidade de terapia intensiva, atendimento pelo Time de Resposta Rápida, mortalidade em 30 dias e mortalidade hospitalar.
Foram incluídos 278 pacientes no estudo. Em relação ao Modified Early Warning Score, os pacientes com óbito em 30 dias apresentaram escore significativamente maior do que os pacientes sobreviventes nesse período (2,0 [1,0 - 3,0] versus 1,0 [1,0 - 2,0], respectivamente; p = 0,006). As áreas sob a curva Característica de Operação do Receptor para óbito em 30 dias e para admissão na UTI foram 0,67 (0,55 - 0,80; p = 0,012) e 0,72 (0,59 - 0,84; p = 0,02), respectivamente, com ponto de corte do Modified Early Warning Score ≥ 2. Na regressão de Cox, o Modified Early Warning Score apresentou associação independente com mortalidade em 30 dias, após ajuste multivariável (hazard ratio 2,91; intervalo de confiança de 95% 1,04 - 8,13).
O Modified Early Warning Score antes da transferência intra-hospitalar da emergência para enfermaria está associado com admissão na unidade de terapia intensiva e óbito em 30 dias. Calcular o Modified Early Warning Score pode ser um indicador importante para acompanhamento desses pacientes, permitindo ações específicas da equipe receptora.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(3):282-288
DOI 10.5935/0103-507X.20190053
Descrever o perfil epidemiológico das vítimas assistidas pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação em paragem cardiorrespiratória e refletir se tinham critérios para utilizar a oxigenação por membrana extracorpórea.
Estudo retrospectivo, de coorte, descritivo e exploratório. A colheita de dados foi efetuada durante o mês de janeiro de 2018, na região Norte de Portugal, por meio da consulta à base de registos da Viatura Médica de Emergência e Reanimação sobre assistências prestadas no período de 2012 a 2016. Foi elaborada uma grelha de observação suportada pelo instrumento utilizado para a colheita de dados do registo nacional de paragem cardiorrespiratória pré-hospitalar.
Após aplicar critérios de inclusão, a amostra foi composta por 36 vítimas. Verificou-se que a oxigenação por membrana extracorpórea poderia ter sido aplicada a 24 vítimas no período balizado da colheita de dados, o que resultaria em várias possibilidades de transplantação e/ou sobrevivência, quer da própria vítima quer de outras vidas.
A Viatura Médica de Emergência e Reanimação tem potencial para ser incluída na rede oxigenação por membrana extracorpórea da área em estudo.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(1):92-95
DOI 10.1590/S0103-507X2010000100015
A emergência hipertensiva, forma mais grave de manifestação da hipertensão arterial, é uma entidade clínica prevalente com alta morbimortalidade associada. A clevidipina é uma droga pertencente ao grupo dos bloqueadores dos canais de cálcio. Suas características farmacocinéticas favorecem seu uso em emergências hipertensivas tornando-se uma alternativa promissora ao restrito arsenal terapêutico disponível em salas de emergências e unidades de tratamento intensivo. Nesta revisão, descrevemos aspectos de farmacodinâmica, farmacocinética e estudos clínicos que avaliaram a clevidipina no contexto da emergência hipertensiva, comparando-a com medicamentos tradicionalmente utilizados nesta situação.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(2):169-172
DOI 10.1590/S0103-507X2009000200009
OBJETIVOS: O objetivo principal deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento dos profissionais de saúde com relação ao gerenciamento de uma situação de emergência envolvendo deslocamento acidental da cânula de traqueostomia. MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo exploratório com profissionais de saúde (médicos, fisioterapeutas e enfermeiros) da unidade de terapia intensiva de um hospital universitário, em Salvador-BA, no período de julho a setembro de 2007. Para tanto, foi traduzido e adaptado um questionário semi-estruturado retirado de um estudo prévio. As perguntas foram: 1- você já lidou com esta situação? 2- Qual seria a sua primeira conduta? 3 - Você sabe o que são as suturas de ancoragem? 4 - Como as suturas de ancoragem devem ser utilizadas em uma emergência? 5 - Você sabe o que é e como deve ser utilizado o obturador? RESULTADOS: A amostra foi composta por 41 profissionais (nove médicos, 20 enfermeiros e 12 fisioterapeutas). A análise descritiva demonstrou que 63% dos profissionais nunca vivenciaram esta intercorrência. Uma análise dos subgrupos evidenciou que 42% dos fisioterapeutas, 56% dos médicos e 69% dos enfermeiros agiriam de forma inadequada nesta situação. Uma análise global, com relação ao nível de conhecimento sobre as suturas de ancoragem, demonstrou que 78% dos entrevistados não sabiam o que eram e como utilizá-las, assim como 63,4% afirmaram desconhecer a forma correta de utilização do obturador. CONCLUSÕES: O nível de conhecimento dos profissionais avaliados, referente ao manejo da traqueostomia em uma situação de emergência, foi insuficiente. Uma maior deficiência foi detectada com relação ao conhecimento e a utilização das suturas de ancoragem.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):305-312
DOI 10.1590/S0103-507X2008000300014
As urgências e as emergências hipertensivas são ocorrências clínicas que podem representar mais de 25% dos atendimentos a urgências médicas. O médico deverá estar habilitado a diferenciá-las, pois o prognóstico e o tratamento são distintos. Estima-se que 3% de todas as visitas às salas de emergência decorrem de elevações significativas da pressão arterial. Nos quadros relacionados a estes atendimentos, a emergência hipertensiva é a entidade clínica mais grave que merece cuidados intensivos. É caracterizada por pressão arterial marcadamente elevada e sinais de lesões de órgãos-alvo (encefalopatia, infarto agudo do miocárdio, angina instável, edema agudo de pulmão, eclâmpsia, acidente vascular encefálico). O objetivo deste estudo foi apresentar os principais pontos sobre o seu apropriado diagnóstico e tratamento. Foi realizada busca por artigos originais com os unitermos "crise hipertensiva" e "emergência hipertensiva" nas bases de dados Pubmed e MedLine nos últimos dez anos. As referências disponíveis destes artigos foram verificadas. Os artigos foram identificados e revisados e o presente estudo condensa os principais resultados descritos. Para esta revisão foram considerados ensaios clínicos em língua inglesa, estudos retrospectivos e artigos de revisão. A crise hipertensiva é a entidade clínica com aumento súbito da PA (> 180 x 120 mmHg), acompanhada por sintomas, que podem ser leves (cefaléia, tontura, zumbido) ou graves (dispnéia, dor precordial, coma e até morte), com ou sem lesão aguda de órgãos-alvo. Se os sintomas forem leves e sem lesão aguda de órgãos alvos, define-se a urgência hipertensiva. Se o quadro clínico apresentar risco de vida e refletir lesão aguda de órgãos-alvo têm-se, então, a emergência hipertensiva. Muitos pacientes também apresentam uma PA elevada demais, por não usarem suas medicações, tratando-se apenas de hipertensão arterial sistêmica crônica não controlada. Este conhecimento deve ser rotineiro ao emergencista e Intensivista no momento de decidir sobre a conduta.