Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(1):57-63
DOI 10.5935/0103-507X.20150010
Avaliar a percepção dos médicos brasileiros quanto ao diagnóstico, à avaliação de gravidade, ao tratamento e à estratificação de risco em pacientes com pneumonia grave adquirida na comunidade, e compará-la com as diretrizes atuais.
Estudo transversal realizado por meio da aplicação de um questionário anônimo a uma amostra de médicos brasileiros especialistas em cuidados intensivos, medicina de emergência, medicina interna e pneumologia. Entre outubro e dezembro de 2008, foram avaliadas as atitudes dos médicos no diagnóstico, a avaliação de risco e as intervenções terapêuticas para pacientes com pneumonia grave adquirida na comunidade.
Responderam ao questionário 253 médicos, sendo 66% da Região Sudeste do Brasil. A maioria (60%) dos médicos que responderam tinha mais de 10 anos de experiência. Verificou-se que a avaliação de risco de pneumonia grave adquirida na comunidade foi muito heterogênea, sendo a avaliação clínica a forma de avaliação de risco mais frequente. As hemoculturas foram habitualmente realizadas por 75% dos médicos, entretanto, foi reconhecido seu fraco desempenho diagnóstico. Por outro lado, a pesquisa de antígenos urinários de Pneumococo e Legionella foi solicitada por menos de um terço dos médicos. A maioria (95%) prescreveu antibióticos de acordo com as diretrizes. A combinação de uma cefalosporina de terceira ou quarta geração com um macrolídeo foi a escolha mais comum.
Este inquérito brasileiro demonstrou diferenças entre as diretrizes publicadas e a prática clínica. Isso leva à necessidade de se desenvolverem programas educacionais e de adoção de protocolos para implementar estratégias baseadas em evidências no manejo da pneumonia grave adquirida na comunidade.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(1):18-23
DOI 10.1590/S0103-507X2008000100003
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A incidência de insuficiência adrenal relativa (IAR) no paciente com choque séptico é elevada e tem impacto significativo na sobrevida. O objetivo deste estudo foi determinar se a dosagem única do cortisol < 25 mg/dL é tão eficiente quanto o teste da corticotropina com 1 mg para o diagnóstico de IAR em pacientes com choque séptico, avaliando a resposta hemodinâmica à administração de hidrocortisona. MÉTODO: Os pacientes foram aleatorizados para dosagem única do cortisol ou teste da corticotropina com 1 mg. Após a coleta de sangue para dosagem do cortisol, os pacientes passaram a receber 100 mg de hidrocortisona, por via venosa a cada 8 horas, durante 36 horas. IAR foi definida por uma dosagem única do cortisol < 25 mg/dL ou um D do cortisol < 9 mg/dL, após o teste da corticotropina. RESULTADOS: Sessenta pacientes (G1 = 30; G2 = 30) foram incluídos na análise e mostraram-se comparáveis com relação aos dados demográficos, nosologias e gravidade. O tempo de uso de noradrenalina entre os pacientes do grupo 1 com critério diagnóstico para IAR não diferiu daquele dos pacientes com cortisol > 25 mg/dL. No grupo 2, os pacientes com D cortisol < 9 mg/dL tiveram tempo de infusão de noradrenalina menor (3 dias) comparado aos pacientes com D cortisol > 9 mg/dL (6 dias). CONCLUSÕES: O teste da corticotropina com 1 mg foi mais eficiente que a dosagem única do cortisol plasmático < 25 mg/dL, para o diagnóstico da insuficiência adrenal relativa no paciente com choque séptico.