Você pesquisou por:"Fernando Osni Machado"
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Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(2):125-132
DOI 10.1590/S0103-507X2010000200005
OBJETIVO: Avaliar as condutas tomadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com os pacientes críticos terminais. MÉTODOS: Os membros do grupo de estudo do final da vida das sociedades Argentina, Brasileira e Uruguaia de Terapia Intensiva elaboraram um questionário no qual constavam avaliações demográficas sobre os participantes, sobre as instituições em que os mesmos trabalhavam e decisões sobre limite de esforço terapêutico (LET). Neste estudo de corte transversal os membros da equipe multiprofissional das sociedades responderam o questionário durante eventos científicos e, via on line. As variáveis foram analisadas através do teste qui-quadrado sendo considerado significativa p<0,05. RESULTADOS: Participaram do estudo 420 profissionais. No Brasil as UTI tinham mais leitos, foi mais rara a permissão irrestrita de visitas, os profissionais eram mais jovens, trabalhavam a menos tempo na UTI e houve maior participação de não médicos. Três visitas/dia foi o número mais frequente nos três países. Os fatores que mais influíram nas decisões de LET foram prognóstico da doença, co-morbidades e futilidade terapêutica. Nos três países mais de 90% dos participantes já havia decidido por LET. Reanimação cardiorrespiratória, administração de drogas vaso-ativas, métodos dialíticos e nutrição parenteral foram as terapias mais suspensas/recusadas nos três países. Houve diferença significativa quanto à suspensão da ventilação mecânica, mais frequente na Argentina, seguida do Uruguai. Analgesia e sedação foram as terapias menos suspensas nos três países. Definições legais e éticas foram apontadas como as principais barreiras para a tomada de decisão. CONCLUSÃO: Decisões de LET são frequentemente utilizados entre os profissionais que atuam nas UTI dos três países. Existe uma tendência da ação de LET mais pró-ativa na Argentina, e uma maior equidade na distribuição das decisões no Uruguai. Essa diferença parece estar relacionada às diferenças de idade, tempo de experiência, tipo de profissional e gênero dos participantes.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(2):141-147
DOI 10.1590/S0103-507X2009000200005
OBJETIVOS: Avaliar as condutas médicas adotadas durante o morrer de pacientes que foram a óbito no HU/UFSC. Comparar essas condutas e o perfil epidemiológico dos que morreram na unidade de terapia intensiva (UTI) com o dos que morreram nas enfermarias de clínica médica (ECM) ou cirúrgicas (ECC). MÉTODOS: Estudo retrospectivo e observacional, onde foram anotados os dados demográficos, clínicos e terapêuticos dos pacientes adultos que morreram nas enfermarias e na unidade de terapia intensiva do HU/UFSC, no período de julho/2004 a dezembro/2008. Para análise estatística foram utilizados os testes: t Student, χ2 e ANOVA (significante p<0.05). RESULTADOS: Foram analisadas 1124 mortes: 404 ocorreram na UTI, 607 na ECM e 113 na ECC. A taxa de mortalidade hospitalar foi 5,9% (UTI=24,5%, ECM=7,2%, ECC=1,69%). A idade média dos doentes foi: UTI=56,7, ECM=69,3 e ECC=70,4 anos (p<0,01). A recusa/suspensão de terapêutica precedeu 30,7% dos óbitos na unidade de terapia intensiva e 10,0% nas enfermarias (p<0,01). Não houve reanimação cardiorrespiratória em 65% dos casos na UTI, 79% na ECM e 62% na ECC. Excluindo-se reanimação cardiorrespiratória, a recusa/suspensão de terapêutica mais freqüente na unidade de terapia intensiva foi droga vasoativa; já nas enfermarias foi a não internação na unidade de terapia intensiva. Ordem de não reanimar foi documentada em 2,4% dos casos na UTI e em 2,6% na ECM. Condutas paliativas e de conforto foram prestados a 2,0% dos pacientes na UTI, 11,5% na ECM e 8,0% na ECC. A terminalidade da doença foi reconhecida em 40,0% dos casos na UTI, 34,6% na ECM e 16,8% na ECC. CONCLUSÕES: O perfil dos pacientes que morreram e as condutas médicas adotadas durante o processo de morrer foram diferentes nas enfermarias clínicas, cirúrgicas e na unidade de terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(2):173-177
DOI 10.1590/S0103-507X2008000200010
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O debate sobre a segurança e eficácia da drotrecogina alfa (DrotAA) encontra-se na ordem do dia, principalmente, em função dos resultados negativos observados em ensaios clínicos subseqüentes ao PROWESS e do impacto econômico no sistema de saúde relacionado ao custo elevado do fármaco. O objetivo deste estudo foi rever os principais estudos sobre a utilização da DrotAA em pacientes com sepse grave, com ênfase nas questões ligadas a sua eficácia e segurança. CONTEÚDO: Foram selecionados artigos sobre a utilização da DrotAA em pacientes com sepse publicados nos últimos dez anos no MedLine. Os seguintes unitermos foram utilizados: activated protein C; drotrecogin alfa; sepsis; septic shock; Xigris®. Estudos referenciados nos artigos selecionados na busca também foram utilizados. CONCLUSÕES: As taxas de letalidades e as complicações hemorrágicas associadas com o uso do fármaco foram maiores em grandes estudos observacionais do que aquelas descritas previamente nos ensaios clínicos. A luz dos resultados atualmente disponíveis, o uso da DrotAA deve ser reconsiderado até que novos ensaios clínicos possam subsidiar com informações adicionais sobre eficácia, segurança e na identificação dos subgrupos de pacientes com sepse grave que porventura possam ter benefício com o uso deste medicamento. A DrotAA deve servir de exemplo para que haja maior cautela com a rápida transposição de evidências ainda em construção para recomendações e diretrizes de tratamento de pacientes com sepse grave.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):220-255
DOI 10.5935/0103-507X.20160049
O transplante de órgãos é a única alternativa para muitos pacientes portadores de algumas doenças terminais. Ao mesmo tempo, é preocupante a crescente desproporção entre a alta demanda por transplantes de órgãos e o baixo índice de transplantes efetivados. Dentre as diferentes causas que alimentam essa desproporção, estão os equívocos na identificação do potencial doador de órgãos e as contraindicações mal atribuídas pela equipe assistente. Assim, o presente documento pretende fornecer subsídios à equipe multiprofissional da terapia intensiva para o reconhecimento, a avaliação e a validação do potencial doador de órgãos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(1):24-30
DOI 10.1590/S0103-507X2008000100004
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O controle do desconforto dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) tem-se tornado essencial na prática da Medicina intensiva. Os fármacos sedoanalgésicos podem influenciar na morbimortalidade do paciente crítico. Agentes a2-agonistas podem ter um futuro interessante nas UTI. O objetivo deste estudo foi avaliar a administração da clonidina para a sedoanalgesia de pacientes sob ventilação mecânica (VM) prolongada. MÉTODO: Estudo de coorte histórico, onde foram selecionados os prontuários dos pacientes internados na UTI entre janeiro e dezembro de 2006, sob sedação, analgesia e ventilação mecânica por período > 7 dias. Foram anotados os dados demográficos, clínicos e terapêuticos desses pacientes, que foram subdivididos em três grupos: G1 - medicados com clonidina e outros sedoanalgésicos, G2 - medicados com mais de três fármacos sedoanalgésicos, exceto clonidina, e G3 - medicados com midazolam e fentanil. Registrou-se a dose média diária da clonidina, anotando-se, antes da sua administração, 6 e 24 horas após, os valores da freqüência cardíaca e pressão arterial. Para a análise estatística foram utilizados os testes Análise de Variância (ANOVA), t de Student, c² sendo considerado significativo quando p < 0,05. RESULTADOS: Foram avaliados 55 pacientes. Quinze (27,3%) pertenciam ao G1, 11 (20%) ao G2, 29 (52,7%) ao G3. A idade média dos pacientes foi 44 (G1), 50 (G2) e 55 (G3) anos (p = NS). O índice APACHE II médio dos grupos foi 18 (G1), 20,4 (G2), 20,7 (G3) (p = NS). Os pacientes do G1 e G2 permaneceram mais tempo internados na UTI e no hospital (p < 0,05). A dose média administrada de clonidina foi 1,21 ± 0,54 mg/kg/h. Houve diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial nos pacientes do G1. Esses efeitos não tiveram repercussão clínica nem relação com a dose da clonidina. A mortalidade foi significativamente menor nos pacientes do G1 (20%) em comparação com os do G2 (54,5%) e do G3 (62%). CONCLUSÕES: A administração da clonidina não acarretou efeitos colaterais importantes nos pacientes estudados. A taxa de mortalidade dos pacientes medicados com clonidina foi significativamente menor.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(3):252-257
DOI 10.1590/S0103-507X2012000300008
OBJETIVO: Verificar a prevalência de alterações clínicas nas radiografias de tórax e sua relação com a tomada de decisões em terapia intensiva. MÉTODOS: Coorte prospectiva, que envolveu pacientes internados não consecutivamente na unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina. Entre os meses de fevereiro e maio de 2011, foram avaliados diariamente os exames de imagem solicitados na unidade de terapia intensiva, sendo divididos conforme a razão de internação, o tipo de exame solicitado, o segmento anatômico estudado e a finalidade da solicitação. Posteriormente, segundo interpretação do médico intensivista, os exames foram divididos segundo alteração detectada e mudança em conduta médica. A análise estatística foi feita segundo o teste do qui-quadrado. RESULTADOS: Foram envolvidos 106 pacientes pela amostragem. Foram avaliados 447 exames de imagem, sendo 425 radiografias de tórax em incidência anteroposterior. Obteve-se média de 4,01 radiografias por paciente internado. Dentre as radiografias solicitadas, 79,3% foram interpretadas como normais. Das radiografias alteradas, 35,2% não suscitaram alteração em conduta. CONCLUSÃO: A maioria das radiografias solicitadas e realizadas na unidade de terapia intensiva não apresentou alterações clínicas estatisticamente relevantes, e as que demonstraram alterações não necessariamente propiciaram mudança em conduta.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):255-268
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300003
A desproporção entre a grande demanda por transplantes de órgãos e a baixa realização de transplantes é um grave problema de saúde pública. O reconhecimento da morte encefálica, a adequada abordagem da família e a manutenção clínica do doador falecido são fundamentais para a diminuição desta desproporção. Neste cenário, o intensivista tem importância central e a aplicação do conjunto de informações disponíveis para manutenção do potencial doador falecido está claramente associada à redução de perdas de doadores e ao aumento da qualidade e da efetivação de transplantes
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):269-282
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300004
A atuação do intensivista durante a manutenção do potencial doador falecido na busca da redução de perdas de doadores e do aumento da efetivação de transplantes não se restringe aos aspectos hemodinâmicos. O adequado controle endócrino-metabólico é essencial para a manutenção do aporte energético aos tecidos e do controle hidro-eletrolítico, favorecendo inclusive a estabilidade hemodinâmica. A abordagem das alterações hematológicas é igualmente importante considerando as implicações da prática transfusional inapropriada. Ressalta-se ainda o papel da ventilação protetora na modulação inflamatória e conseqüente aumento do aproveitamento de pulmões para transplante. Por fim, assinala-se a relevância da avaliação criteriosa das evidências de atividade infecciosa e da antibioticoterapia na busca do maior utilização de órgãos de potenciais doadores falecidos