Você pesquisou por:"Cristiano Corrêa Batista"
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Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(2):151-160
DOI 10.1590/S0103-507X2007000200003
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A necessidade de reformular as metas dos cuidados intensivos, partindo muitas vezes da cura para o conforto, torna-se necessário nos dias atuais. O médico intensivista, freqüentemente está diante da decisão de suspender ou não oferecer determinado tratamento, apesar de ele estar disponível. O objetivo deste estudo foi estimar o risco evolutivo de probabilidade de morte individual para pacientes internados com insuficiência respiratória na unidade de terapia intensiva (UTI), identificar quais os tratamentos mantenedores da vida foram administrados, o tempo de internação e o desfecho, comparar o desfecho "morte" em relação aos modelos UNICAMP II e APACHE II, bem como verificar se os tratamentos mantenedores da vida podem ser limitados ou suspensos. MÉTODO: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva, observacional envolvendo 150 pacientes com insuficiência respiratória internados na unidade de tratamento intensivo. A análise estatística foi realizada por meio dos Modelos Lineares Generalizados. RESULTADOS: Idade, sexo, raça ou morbidade não mostrou estatística significativa para predizer o desfecho. Essa predição foi mais bem averiguada por meio da evolução do índice prognóstico individual nos primeiros sete dias de internação na UTI. A piora do prognóstico em 10% para pacientes com risco inicial entre 70% e 80%, utilizando o modelo UNICAMP II, mostrou especificidade de 97,4% a 98,6%. CONCLUSÕES: A evolução prognóstica dos pacientes, nos primeiros sete dias de internação na UTI, é de grande auxílio do ponto de vista objetivo para a tomada de decisões éticas em torno da não-oferta de novos tratamentos mantenedores da vida.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(3):247-254
DOI 10.1590/S0103-507X2009000300003
OBJETIVOS: A disponibilidade de alta tecnologia na unidade de terapia intensiva tem-se transformado, muitas vezes, em instrumento potencializador de sofrimento ao aumentar o tempo do processo de morrer. Diferenciar insistência terapêutica de obstinação terapêutica tem sido um grande desafio da medicina atual. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação benefício versus malefício do uso de terapias que sustentam as funções vitais por meio de um sistema evolutivo de avaliação prognóstica individual. MÉTODOS: Estudo de coorte, prospectivo, observacional, desenvolvido na unidade de tratamento intensivo do Hospital Universitário São Francisco de Paula da UCPel, Pelotas, RS no período de 1° de março de 2006 a 31 de agosto de 2007. Foram registradas: a avaliação prognóstica individual por meio de um sistema evolutivo, utilizando o índice UNICAMP II associado aos níveis séricos de albumina, transferrina e linfócitos; as terapias mantenedoras das funções vitais; o desfecho. A análise estatística foi realizada utilizando o teste t de Student, a ANOVA, o teste do Qui-quadrado, o teste exato de Fisher, o teste de correlação de Spearman e a curva ROC. Foi considerado estatisticamente significativo um valor p < 0,05. RESULTADOS: Avaliaram-se 447 pacientes durante o período de estudo. A prevalência de óbito foi significativamente maior entre os que iniciaram as terapias mantenedoras das funções vitais na fase tardia de intervenção e também entre aqueles que pioraram seu índice prognóstico e seu estado nutricional ao longo da fase precoce de intervenção. CONCLUSÃO: A avaliação evolutiva prognóstica individual mostrou-se um método útil para subsidiar, de forma objetiva, tomadas de decisões éticas no referente à diferença entre insistência terapêutica e obstinação terapêutica.