Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):181-183
DOI 10.5935/0103-507X.20130031
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):184-185
DOI 10.5935/0103-507X.20130032
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):186-187
DOI 10.5935/0103-507X.20130033
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):188-196
DOI 10.5935/0103-507X.20130034
A sedação profunda em pacientes gravemente enfermos se associa a uma maior duração da ventilação mecânica e à permanência mais longa na unidade de terapia intensiva. Diversos protocolos foram utilizados para melhorar esses desfechos. Implantamos e avaliamos um protocolo de sedação baseado em analgesia, direcionado por objetivos e cuidado por enfermeiros, em pacientes gravemente enfermos submetidos à ventilação mecânica.
Realizamos um estudo multicêntrico prospectivo em duas fases (antes e depois), que envolveu 13 unidades de terapia intensiva localizadas no Chile. Após uma fase observacional (grupo observacional, N=155), delineamos, implantamos e avaliamos um protocolo de sedação cuidado por enfermeiros, direcionado por objetivos (grupo de intervenção, N=132) para tratar pacientes que necessitaram de ventilação mecânica por mais do que 48 horas. O parâmetro primário de avaliação foi a obtenção de dias livres de ventilador até o dia 28.
No grupo de intervenção, a proporção de pacientes com sedação profunda ou coma diminuiu de 55,2 para 44,0%. A incidência de agitação não se alterou entre os períodos, permanecendo em cerca de 7%. Dias livres de ventilador até o dia 28, permanência na unidade de terapia intensiva e mortalidade foram similares em ambos os grupos. Após 1 ano, a presença de sintomas de desordem de estresse pós-traumático nos sobreviventes foi similar entre os grupos.
Delineamos e implantamos no Chile um protocolo de sedação baseado em analgesia, direcionado por objetivos e cuidado por enfermeiros. Embora não se tenha observado melhora nos principais desfechos, observamos que o presente protocolo foi seguro e factível, e que resultou em períodos mais curtos de sedação profunda, sem aumento da agitação.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):205-211
DOI 10.5935/0103-507X.20130036
Ânion gap corrigido e íon gap forte são usados comumente para estimar os ânions não medidos. Avaliamos o desempenho do ânion gap corrigido para albumina, fosfato e lactato na predição do íon gap forte em uma população mista de pacientes enfermos graves. Formulamos a hipótese de que o ânion gap corrigido para albumina, fosfato e lactato seria um bom preditor do íon gap forte, independentemente da presença de acidose metabólica. Além disso, avaliamos o impacto do íon gap forte por ocasião da admissão na mortalidade hospitalar.
Incluímos 84 pacientes gravemente enfermos. A correlação e a concordância entre o ânion gap corrigido para albumina, fosfato e lactato e o íon gap forte foi avaliada utilizando-se os testes de correlação de Pearson, regressão linear, plot de Bland-Altman e pelo cálculo do coeficiente de correlação interclasse. Foram realizadas duas análises de subgrupos: uma para pacientes com excesso de base <-2mEq/L (grupo com baixo excesso de base) e outro grupo de pacientes com excesso de base >-2mEq/L (grupo com alto excesso de base). Foi realizada uma regressão logística para avaliar a associação entre os níveis de íon gap forte na admissão e a mortalidade hospitalar.
Houve correlação muito forte e uma boa concordância entre o ânion gap corrigido para albumina, fosfato e lactato e o íon gap forte na população geral (r2=0,94; bias 1,40; limites de concordância de -0,75 a 3,57). A correlação foi também elevada nos grupos com baixo excesso de base (r2=0,94) e alto excesso de base (r2=0,92). Estavam presentes níveis elevados de íon gap forte em 66% da população total e 42% dos casos do grupo alto excesso de. Íon gap forte não se associou com a mortalidade hospitalar, conforme avaliação pela regressão logística.
O ânion gap corrigido para albumina, fosfato e lactato e o íon gap forte tiveram uma excelente correlação. Os ânions não medidos estão frequentemente elevados em pacientes gravemente enfermos com excesso de base normal. Entretanto, não ocorreu associação entre os ânions não medidos e a mortalidade hospitalar.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):212-217
DOI 10.5935/0103-507X.20130037
Verificar a associação entre o índice de respiração rápida e superficial e o sucesso da extubação em pacientes com traumatismo cranioencefálico.
Estudo prospectivo, formado por pacientes com traumatismo cranioencefálico, de ambos os gêneros, ventilados mecanicamente por pelo menos 2 dias, que obtiveram sucesso no teste de respiração espontânea. Foram mensurados, por meio da ventilometria, o volume-minuto e a frequência respiratória, sendo calculado o índice de respiração rápida e superficial (frequência respiratória/volume corrente). A variável dependente foi o resultado da extubação: reintubação em 48 horas (falha da extubação) ou não (sucesso da extubação). A variável independente foi o índice de respiração rápida e superficial mensurado após o sucesso no teste de respiração espontânea.
A amostra foi constituída por 119 pacientes, sendo 111 (93,3%) do gênero masculino. A média da idade foi de 35,0±12,9 anos. O tempo médio de ventilação mecânica foi de 8,1±3,6 dias. Cento e quatro (87,4%) pacientes obtiveram sucesso na extubação. Não foi observada associação entre o índice de respiração rápida e superficial e o sucesso da extubação.
O índice de respiração rápida e superficial não esteve associado ao sucesso da extubação em pacientes com traumatismo cranioencefálico.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(3):218-224
DOI 10.5935/0103-507X.20130038
Avaliar aspectos funcionais e psicológicos dos pacientes imediatamente após alta da unidade de terapia intensiva.
Coorte prospectiva. Na primeira semana após alta da unidade de terapia intensiva, por meio de uma entrevista estruturada, foram aplicados questionários e escalas referentes à avaliação do grau de dependência e da capacidade funcional (escalas de Barthel modificada e Karnofsky), e aos problemas psíquicos (questionário hospitalar de ansiedade e depressão), além da escala de sonolência de Epworth, em todos os sobreviventes com mais de 72 horas de internação na unidade de terapia intensiva, admitidos de agosto a novembro de 2012.
Nos 79 pacientes incluídos no estudo, houve aumento do grau de dependência após a alta da unidade de terapia intensiva, quando comparados aos dados pré-hospitalização, por meio da escala de Barthel modificada (57±30 versus 47±36; p<0,001). Nos 64 pacientes independentes ou parcialmente dependentes previamente à internação (Karnofsky >40), o prejuízo foi uniforme em todas as categorias da escala de Barthel modificada (p<0,001). Já nos 15 pacientes previamente muito dependentes (Karnofsky <40), o prejuízo ocorreu somente nas categorias de higiene pessoal (p=0,01) e na capacidade de subir escadas (p=0,04). Na avaliação dos distúrbios psicológicos, os transtornos do humor (ansiedade e/ou depressão) ocorreram em 31% dos pacientes e os distúrbios do sono em 43,3%.
Em pacientes internados na unidade de terapia intensiva por 72 horas ou mais, observaram-se redução da capacidade funcional e aumento do grau de dependência na primeira semana após alta da unidade de terapia intensiva, bem como elevada incidência de sintomas depressivos, de ansiedade e distúrbios do sono.