Resumo
Crit Care Sci. 2024;36:e20240208en
DOI 10.62675/2965-2774.20240208-pt
Avaliar a associação entre driving pressure e volume corrente ajustado pelo peso predito com a mortalidade em uma coorte de pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo por COVID-19.
Estudo prospectivo e observacional que incluiu pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo por COVID-19 admitidos em duas unidades de terapia intensiva. Foi realizada análise multivariada para determinar se a driving pressure e o volume corrente/kg de peso predito, aferidos no primeiro dia de ventilação mecânica, associavam-se de forma independente com a mortalidade hospitalar.
Foram incluídos 231 pacientes. A mediana de idade foi de 64 (53 - 74) anos, e a mediana do Simplified Acute and Physiology Score 3 foi de 45 (39 - 54). A mortalidade hospitalar foi de 51,9%. A driving pressure se associou de forma independente com a mortalidade hospitalar (razão de chance de 1,21; IC95% de 1,04 - 1,41 para cada cm H2O de aumento da driving pressure, p = 0,01). Com base na análise de dupla estratificação, encontrou-se que, para o mesmo nível de volume corrente/kg de peso predito, o risco de mortalidade hospitalar aumentava com o incremento da driving pressure. No entanto, mudanças no volume corrente/kg de peso predito não se associaram com a mortalidade quando não resultavam em aumento da driving pressure.
Em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo por COVID-19, exposição a maior driving pressure, ao contrário da exposição a maior volume corrente/kg de peso predito, associou-se com maior mortalidade hospitalar. Os resultados sugerem que a driving pressure poderia ser o alvo primário para a condução da ventilação mecânica protetora nesses pacientes.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(2):126-130
DOI 10.1590/S0103-507X2006000200004
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O suporte ventilatório mecânico é uma das principais modalidades de apoio usadas em terapia intensiva. Na modalidade de pressão pré-determinada a pressão máxima é regulada, mas o volume corrente (V T) é uma função complexa da pressão aplicada e da sua velocidade em alcançar a pressão-alvo, do tempo inspiratório disponível e da resistência à respiração. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do incremento do tempo inspiratório na ventilação pulmonar. MÉTODO: O estudo foi realizado na UTI Adulto do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul em Campo Grande/MS. Foram incluídos pacientes adultos, de ambos os sexos, com idade entre 16 e 84 anos, submetidos à ventilação mecânica no modo pressão controlada ou assistido-controlada. Foi ajustado o tempo inspiratório em 1 seg, incrementando em 0,2 seg até o valor limite de 1,6 seg. Foram avaliados o volume-corrente (V T) e o volume-minuto (V E) de 13 pacientes nos tempos inspiratórios de 1,0s; 1,2s; 1,4s e 1,6s. RESULTADOS: Nas médias dos V T e V E observou-se um aumento crescente após o incremento do tempo inspiratório. Não foram encontrados na literatura consultada, dados que correlacionassem o tempo inspiratório com alterações no volume-corrente. CONCLUSÕES: O incremento do tempo inspiratório na ventilação por controle de pressão pode ter influência na determinação do volume-corrente ofertado ao paciente.