Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(4):511-520
DOI 10.5935/0103-507X.20190088
Caracterizar os pacientes com doença crítica crônica e identificar os preditores relacionados à evolução para doença crítica crônica.
Coleta prospectiva de dados por 1 ano realizada na unidade de terapia intensiva de um hospital geral localizado na Região Sul do país. Construíram-se três modelos de regressão logística para identificar os fatores associados com doença crítica crônica.
Dentre os 574 pacientes admitidos à unidade de terapia intensiva durante o período do estudo, 200 foram submetidos à ventilação mecânica. Destes, 85 (43,5%) pacientes desenvolveram doença crítica crônica, totalizando 14,8% de todos os pacientes admitidos à unidade de terapia intensiva. O modelo de regressão que avaliou os fatores prévios à admissão à unidade de terapia intensiva associados com doença crítica crônica identificou insuficiência renal crônica submetida à diálise (OR 3,57; p = 0,04) e diagnóstico neurológico quando da admissão ao hospital (OR 2,25; p = 0,008) como fatores independentes. No modelo que avaliou a associação de doença crítica crônica com situações ocorridas durante a permanência na unidade de terapia intensiva, destacaram-se fraqueza muscular (OR 2,86; p = 0,01) e úlceras por pressão (OR 9,54; p < 0,001). Na análise multivariada global (fatores prévios e situações ocorridas durante a permanência na unidade de terapia intensiva), destacaram-se admissão ao hospital por doenças neurológicas (OR 2,61; p = 0,03) e desenvolvimento de úlceras por pressão (OR 9,08; p < 0,001).
A incidência de doença crítica crônica foi similar à observada em outros estudos e teve associação mais forte com o diagnóstico de doenças neurológicas quando da admissão ao hospital e insuficiência renal crônica submetida à hemodiálise, assim como com complicações desenvolvidas durante a hospitalização, como úlceras por pressão e fraqueza muscular.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(2):106-114
DOI 10.5935/0103-507X.20130021
OBJETIVO: Traduzir para o português e avaliar as propriedades de medidas da Escala de Sunderland e da Escala Revista de Cubbin & Jackson, instrumentos cuja finalidade é avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras por pressão em terapia intensiva. MÉTODOS: O estudo compreendeu os processos de tradução e de adaptação das escalas à língua portuguesa, bem como o processo de validação dos instrumentos em estudo. A amostra foi constituída por 90 pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Na avaliação da fiabilidade, foram identificados valores de alfa de Cronbach de 0,702 e de 0,708 para a Escala de Sunderland e a Escala Revista de Cubbin & Jackson, respectivamente. A validação de critério (preditiva) foi realizada comparativamente com a Escala de Braden (padrão-ouro), sendo as principais medidas avaliadas a sensibilidade, a especificidade, o valor preditivo positivo, o valor preditivo negativo e a área sob uma curva, que foram calculadas com base nos pontos de corte definidos pelos autores. RESULTADOS: A Escala de Sunderland obteve 60% de sensibilidade, 86,7% de especificidade, 47,4% de valor preditivo positivo, 91,5% de valor preditivo negativo e 0,86 para a área sob uma curva. A Escala Revista de Cubbin & Jackson obteve 73,3% de sensibilidade, 86,7% de especificidade, 52,4% de valor preditivo positivo, 94,2% de valor preditivo negativo e 0,91 para a área sob uma curva. A Escala de Braden obteve 100% de sensibilidade, 5,3% de especificidade, 17,4% de valor preditivo positivo, 100% de valor preditivo negativo e 0,72 para a área sob uma curva. CONCLUSÃO: Ambos os instrumentos demonstram possuir fiabilidade e validade para a utilização. Nessa amostra, a Escala Revista de Cubbin & Jackson obteve melhores valores preditivos paradesenvolvimento de úlceras por pressão em terapia intensiva.