Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(1):64-70
DOI 10.5935/0103-507X.20190010
Avaliar a razão neutrófilo-linfócito na predição de sepse e mortalidade em pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva.
Estudo de caso-controle de pacientes adultos admitidos em terapia intensiva. Foram incluídos como casos pacientes que tiveram sepse como razão de admissão e possuíam exame laboratorial de hemograma prévio. As análises estatísticas realizadas foram curva ROC, regressão logística binária, Mann Whitney e qui-quadrado de Pearson. Foi considerado significativo valor de p < 0,05.
Os valores de curva ROC foram 0,62 para razão neutrófilo-linfócito, 0,98 para neutrófilos bastonados e 0,51 para leucócitos totais. A presença de razão neutrófilo-linfócito superior a 5,0, o número de leucócitos acima de 12.000mm3/mL e número de neutrófilos bastonados acima 10% foram fatores de risco para sepse, entretanto somente os escores SAPS 3 e SOFA estavam relacionados a mortalidade dos pacientes.
A razão neutrófilo-linfócito e os neutrófilos bastonados em combinação com outros parâmetros podem ser marcadores na detecção precoce de sepse em terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(4):414-422
DOI 10.5935/0103-507X.20180059
Descrever os efeitos de melhorias sucessivas nos sistemas de alerta precoce para identificação de pacientes com sepse, no que se refere ao tempo até o diagnóstico, à administração de antibióticos e à mortalidade.
Trata-se de um estudo observacional de coorte, que descreve as sucessivas melhorias implantadas em um período de 10 anos no sistema de alerta precoce para detecção de sepse, incluindo vigilância ativa manual sistemática, alertas eletrônicos via telefonista, e alertas enviados diretamente a dispositivos móveis da enfermagem. Para todos os períodos, após o desencadeamento do alerta, o tratamento foi realizado segundo as diretrizes institucionais para sepse.
Durante estes anos, detectaram-se 637 pacientes com sepse. O tempo mediano entre a triagem e o diagnóstico foi reduzido de 19:20 (9:10 - 38:15) horas para 12:40 (2:50 - 23:45) horas quando se utilizou o método manual de vigilância (p = 0,14), para 2:10 (1:25 - 2:20) horas quando o alerta foi enviado automaticamente ao serviço telefônico do hospital (p = 0,014) e para 1:00 (0:30 - 1:10) horas quando o alerta foi enviado diretamente ao telefone celular da enfermagem (p = 0,02), com manutenção de valores similares nos anos que se seguiram. Não houve diferença no tempo até o tratamento em relação aos pacientes sobreviventes e não sobreviventes.
Sistemas eletrônicos auxiliam na redução do tempo entre a triagem e o diagnóstico e entre o diagnóstico e o início da antibioticoterapia em pacientes com sepse.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(2):207-216
DOI 10.1590/S0103-507X2011000200014
O objetivo do presente artigo é oferecer uma atualização dos principais aspectos da sepse, complicação infecciosa extremamente importante do ponto de vista da clínica e da saúde pública. Algumas hipóteses têm sido propostas para explicar sua gênese, as quais encerram aspectos referentes a interação microrganismo/sistema imune inato, a inflamação/mediação imunológica e o sistema de coagulação. As manifestações clínicas são variadas e dependem do local primário da infecção. A identificação precoce dos sinais e sintomas é de crucial importância para a instituição de medidas terapêuticas que se baseiam, fundamentalmente, em reposição volêmica, antibioticoterapia, emprego de costicosteróides, tratamento anticoagulante, medidas de manutenção da viabilidade biológica e suporte nutricional.