Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(4):353-359
DOI 10.5935/0103-507X.20150060
Avaliar a existência de interações medicamentosas potenciais na unidade de terapia intensiva de um hospital, com foco nos antimicrobianos.
Estudo transversal, que analisou prescrições eletrônicas de pacientes da unidade de terapia intensiva de um hospital de ensino, avaliando potenciais interações medicamentosas relacionadas aos antimicrobianos, entre 1º de janeiro e 31 de março de 2014. O consumo dos antimicrobianos foi expresso em dose diária definida por 100 pacientes-dia. A busca e a classificação das interações foram realizadas com base no sistema Micromedex®.
Foram analisadas prescrições diárias de 82 pacientes, totalizando 656 prescrições. Do total de medicamentos prescritos, 25% eram antimicrobianos, sendo meropenem, vancomicina e ceftriaxona os mais prescritos. Os antimicrobianos mais consumidos, segundo a metodologia de dose diária definida por 100 pacientes-dia, foram cefepime, meropenem, sulfametoxazol + trimetoprima e ciprofloxacino. A média de interações por paciente foi de 2,6. Entre as interações, 51% foram classificadas como contraindicadas ou de gravidade importante. Destacaram-se as interações altamente significativas (valor clínico 1 e 2), com prevalência de 98%.
Com o presente trabalho verifica-se que os antimicrobianos são uma classe frequentemente prescrita na unidade de terapia intensiva, apresentando elevada quantidade de interações medicamentosas potenciais, sendo a maior parte das interações considerada altamente significativa.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(2):162-167
DOI 10.5935/0103-507X.20130028
OBJETIVO: Descrever as interações entre fármacos e nutriente e sua frequência nas unidades de terapia intensiva bem como avaliar o grau de consciência a esse respeito por parte da equipe de profissionais. MÉTODOS: Foram revisados, na base de dados eletrônica PubMed, especificamente no MeSH, os unitermos: "drug interactions" e "nutrition therapy". Os estudos foram sistematicamente revisados para a descrição de tipos de interações entre fármacos e nutrientes, suas frequências e consequências. RESULTADOS: Foram encontrados 67 artigos. Dentre estes, 20 artigos estavam adequados à metodologia adotada e atingiram os objetivos do estudo. Destes, 14 artigos descreviam interações entre fármacos e nutrição enteral, 3 descreviam interações entre fármacos e nutrição parenteral, e 3 descreviam a importância e os cuidados para evitar tais interações. CONCLUSÃO: A literatura referente a interações entre fármacos e nutrientes é escassa e sugere a fragilidade das equipes assistenciais em reconhecer o potencial para interações. Possivelmente a construção de um protocolo para avaliação de interação fármaco-nutriente aumente a segurança e eficácia dos processos terapêuticos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(4):349-354
DOI 10.1590/S0103-507X2008000400006
OBJETIVOS: Interações medicamentosas ocorrem quando os efeitos e/ou a toxicidade de um fármaco são alterados pela presença de outro. São geralmente imprevistas e indesejáveis. Realizado estudo com objetivo de verificar a prevalência e o valor clínico das interações medicamentosas potenciais em unidades de terapia intensiva. MÉTODOS: Incluídos todos pacientes de três unidades de terapia intensiva em um período de 2 meses, analisados transversalmente. Foram excluídos aqueles com tempo de permanência menor que 2 dias. Os dados foram tabulados de acordo com as combinações de fármacos observadas no período de 24 horas. A presença e o valor clínico das interações medicamentosas potenciais foram conferidos ao final do seguimento. RESULTADOS: Analisados 140 pacientes, 67,1% apresentaram alguma interações medicamentosas potenciais significativa e das 1069 prescrições, 39,2% tiveram este achado. De 188 interações medicamentosas potenciais diferentes, 29 foram consideradas altamente significativas. Por análise univariada, observou-se no grupo que apresentou interação significativa maior quantidade de medicamentos, fármacos/dia, número de médicos prescritores e tempo de internação na unidade de teapia intensiva. Por modelo de regressão logística multivariada, apenas o número de fármacos/dia correlacionou-se com o aumento do risco de interação medicamentosa potencial significativa (p = 0.0011); o uso de mais que 6 medicamentos/dia aumenta em 9.8 vezes este risco. CONCLUSÕES: Pacientes em unidades de terapia intensiva estão submetidos a alto risco de interações medicamentosas potenciais e o número de fármacos/dia é condição com alto valor preditivo positivo para tal. Os intensivistas devem ser alertados para o reconhecimento do problema e criados mecanismos para o manejo adequado e prudente, diminuindo iatrogenias.