Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(2):138-143
DOI 10.1590/S0103-507X2010000200007
OBJETIVO: A população idosa está aumentando em todo o mundo, assim como a necessidade de cuidados intensivos para os idosos. Existem poucos estudos que investiguem os fatores de risco para óbito em pacientes idosos gravemente enfermos. Este estudo teve o objetivo de investigar os fatores associados ao óbito em uma população de pacientes idosos gravemente enfermos admitidos a uma unidade de terapia intensiva no Brasil. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de coorte que incluiu todos os pacientes idosos (idade ≥ 60 anos) admitidos a uma unidade de terapia intensiva em Fortaleza, Brasil, de janeiro a dezembro de 2007. Foi realizada uma comparação entre os sobreviventes e os não sobreviventes, e os fatores de risco para óbito foram investigados por meio de análise univariada e multivariada. RESULTADOS: Foi incluído um total de 84 pacientes, com uma média de idade de 73 ± 7,6 anos, sendo 59% do gênero feminino. A mortalidade foi de 62,8%. A principal causa de morte foi disfunção de múltiplos órgãos (42,3%), seguido por choque séptico (36,5%) e choque cardiogênico (9,7%). As complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva associadas com óbito foram insuficiência respiratória (OR = 61; p<0.001), lesão renal aguda (OR =23, p<0,001), sepse (OR = 12; p<0,001), acidose metabólica (OR = 17; p<0,001), anemia (OR = 8,6; p<0,005), distúrbios da coagulação (OR = 5,9; p<0,001) e fibrilação atrial (OR = 4,8; P<0,041). Os fatores de risco independentes para óbito foram idade (OR = 1,15; p<0,005), coma (OR = 7,51; p<0,003), hipotensão (OR = 21,75; p=0,003), insuficiência respiratória (OR = 9,93; p<0,0001), e lesão renal aguda (OR = 16,28; p<0,014). CONCLUSÕES: A mortalidade é elevada em pacientes idosos gravemente enfermos. Os fatores associados ao óbito foram idade, coma, hipotensão, insuficiência respiratória e lesão renal aguda.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(3):262-268
DOI 10.1590/S0103-507X2009000300005
OBJETIVOS: Descrever população de pacientes idosos em relação a jovens em ventilação mecânica e analisar fatores de risco para mortalidade na unidade de terapia intensiva neste grupo. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional, em pacientes com idade acima de 18 anos, admitidos na unidade de terapia intensiva em ventilação mecânica no período de um ano. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a idade: Grupo 1- pacientes acima de 65 anos e Grupo 2 com idade menor ou igual a 65 anos. RESULTADOS: Foram incluídos 81 pacientes, 62 idosos e 19 jovens em ventilação mecânica. A média de idade dos idosos foi 76 anos, enquanto o grupo mais jovem apresentou média de 56 anos. Idosos em comparação aos controles, apresentaram maiores tempo de ventilação mecânica, mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital: 63,1% versus 26,3% e 74,2% versus 47,4% (p<0,05), respectivamente. Além disso, idosos em ventilação mecânica apresentaram maiores taxas de falências de desintubações, desmame ventilatório difícil e óbitos diretamente relacionados à disfunção respiratória. O tempo de ventilação mecânica foi fator de risco independente de morte na unidade de terapia intensiva em pacientes idosos (OR= 2,7, p=0,02). A área sob a curva ROC do tempo de ventilação mecânica em relação a óbito na unidade de terapia intensiva foi de 0,92 (IC95% 0,85-0,97, p (área 0,5)=0,0001), ponto de corte de 4 dias sensibilidade 89,4% e especificidade 77,1%. CONCLUSÕES: Pacientes com idade acima de 65 anos em ventilação mecânica apresentam pior prognóstico que os pacientes mais jovens e quanto maior seu tempo de ventilação mecânica maior mortalidade na unidade de terapia intensiva.