Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(1):35-41
DOI 10.5935/0103-507X.20180004
Avaliar os efeitos do sexo e da condição de cônjuge nos sintomas de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático em pacientes admitidos à unidade de terapia intensiva e em seus respectivos cônjuges.
Estudo prospectivo conduzido em uma unidade de terapia intensiva mista com 22 leitos em um hospital terciário, localizado na capital do Estado de São Paulo. Os pacientes e respectivos cônjuges foram inscritos 2 dias após a admissão à unidade de terapia intensiva. Foram entrevistados durante a permanência na unidade com utilização da ferramenta Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Após 30 e 90 dias da alta da unidade de terapia intensiva, os participantes foram avaliados em entrevista realizada por telefone com utilização das ferramentas Escala do Impacto do Evento e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão.
No período compreendido entre março de 2011 e março de 2013, avaliamos 118 pacientes e seus respectivos cônjuges. O sexo feminino se associou com pontuações mais elevadas que a dos homens na subescala de ansiedade (p = 0,032) e de depressão (p = 0,034). Não se observou associação entre o sexo e sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. No entanto, os cônjuges tiveram pontuações mais elevadas do que os pacientes (p = 0,001).
O sexo feminino se associou com ansiedade e depressão, enquanto os cônjuges foram mais vulneráveis que os pacientes aos sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Idade mais avançada e avaliações mais tardias também se associaram com pontuações mais baixas na Escala do Impacto do Evento.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(3):297-303
DOI 10.1590/S0103-507X2011000300007
OBJETIVO: Análise comparativa da mortalidade em dois subgrupos de pacientes com sepse, diferenciados pela idade e sexo, admitidos na unidade de cuidados intensivos de um hospital de ensino. MÉTODOS: De dezembro de 2005 a abril de 2008, de um total de 628 pacientes admitidos na unidade de cuidados intensivos, 133 tinham o diagnóstico de sepse e foram separados em dois subgrupos com base na idade: subgrupo G1, com idades entre 14 - 40 anos e subgrupo G2, com idade acima de 50 anos. Os pacientes com idades entre 41 e 50 anos (n = 8) foram excluídos. Os subgrupos foram caracterizados quanto aos dados demográficos, indicadores prognósticos (escore APACHE II, disfunção orgânica e choque circulatório) e desfecho (mortalidade). RESULTADOS: O subgrupo G1 (n = 44) tinha 27 (61,4%) pacientes do sexo feminino e o subgrupo G2 (n = 81) tinha 40 (49,4%) pacientes do sexo feminino. A média do escore APACHE II, incidência de disfunção de múltiplos órgãos e progressão para choque circulatório não foram estatisticamente diferente entre pacientes femininos e masculinos em ambos os subgrupos. A taxa de mortalidade geral foi menor em mulheres do que em homens do subgrupo G1 (P = 0,04); no subgrupo G2 foi observada uma tendência inversa. CONCLUSÕES: Em pacientes com sepse, mulheres abaixo dos quarenta anos de idade, portanto em período fértil, tiveram menor mortalidade do que homens; houve uma tendência para menor mortalidade entre homens com mais de 50 anos.