Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(3):306-309
DOI 10.1590/S0103-507X2009000300011
As condutas de limitação de tratamento oferecidas a pacientes portadores de doenças terminais, internados em Unidades de Terapia Intensiva, tem aumentado a sua freqüência nos últimos anos em todo o mundo. Apesar disto, ainda existe uma grande dificuldade dos intensivistas brasileiros em oferecer o melhor tratamento àqueles pacientes que não se beneficiariam com terapêuticas curativas. O objetivo deste comentário é apresentar uma sugestão de fluxograma para atendimento de pacientes com doenças terminais que foi elaborado, baseado na literatura e experiência de experts, pelos membros do comitê de ética e de terminalidade da AMIB.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(2):141-147
DOI 10.1590/S0103-507X2009000200005
OBJETIVOS: Avaliar as condutas médicas adotadas durante o morrer de pacientes que foram a óbito no HU/UFSC. Comparar essas condutas e o perfil epidemiológico dos que morreram na unidade de terapia intensiva (UTI) com o dos que morreram nas enfermarias de clínica médica (ECM) ou cirúrgicas (ECC). MÉTODOS: Estudo retrospectivo e observacional, onde foram anotados os dados demográficos, clínicos e terapêuticos dos pacientes adultos que morreram nas enfermarias e na unidade de terapia intensiva do HU/UFSC, no período de julho/2004 a dezembro/2008. Para análise estatística foram utilizados os testes: t Student, χ2 e ANOVA (significante p<0.05). RESULTADOS: Foram analisadas 1124 mortes: 404 ocorreram na UTI, 607 na ECM e 113 na ECC. A taxa de mortalidade hospitalar foi 5,9% (UTI=24,5%, ECM=7,2%, ECC=1,69%). A idade média dos doentes foi: UTI=56,7, ECM=69,3 e ECC=70,4 anos (p<0,01). A recusa/suspensão de terapêutica precedeu 30,7% dos óbitos na unidade de terapia intensiva e 10,0% nas enfermarias (p<0,01). Não houve reanimação cardiorrespiratória em 65% dos casos na UTI, 79% na ECM e 62% na ECC. Excluindo-se reanimação cardiorrespiratória, a recusa/suspensão de terapêutica mais freqüente na unidade de terapia intensiva foi droga vasoativa; já nas enfermarias foi a não internação na unidade de terapia intensiva. Ordem de não reanimar foi documentada em 2,4% dos casos na UTI e em 2,6% na ECM. Condutas paliativas e de conforto foram prestados a 2,0% dos pacientes na UTI, 11,5% na ECM e 8,0% na ECC. A terminalidade da doença foi reconhecida em 40,0% dos casos na UTI, 34,6% na ECM e 16,8% na ECC. CONCLUSÕES: O perfil dos pacientes que morreram e as condutas médicas adotadas durante o processo de morrer foram diferentes nas enfermarias clínicas, cirúrgicas e na unidade de terapia intensiva.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(4):422-428
DOI 10.1590/S0103-507X2008000400016
O objetivo da presente revisão foi avaliar o estado atual do conhecimento sobre doença terminal e cuidados paliativos em unidade de terapia intensiva. Identificar as questões-chave e sugerir uma agenda de pesquisa sobre essas questões. A Associação Brasileira de Medicina Intensiva organizou um fórum especifico para o debate de doenças terminais na unidade de terapia intensiva, onde participaram profissionais experientes em medicina intensiva. Esses profissionais foram subdivididos em 3 subgrupos, que discutiram: comunicação em unidade de terapia intensiva, decisões diante de um doente terminal e cuidados/ações paliativas na unidade de terapia intensiva. As informações e referências bibliográficas foram copiladas e trabalhadas através de um site de acesso restrito. Os trabalhos ocorreram em 12 horas quando foram realizadas discussões sistematizadas seguindo o método Delphi modificado. Foram elaboradas definições sobre a terminalidade. A adequada comunicação foi considerada de primordial importância para a condução do tratamento de um paciente terminal. Foram descritas barreiras de comunicação que devem ser evitadas sendo definidas técnicas para a boa comunicação. Foram também definidos os critérios para cuidados e ações paliativas nas unidades de terapia intensiva, sendo considerada fundamental a aceitação da morte, como um evento natural, e o respeito à autonomia e não maleficência do paciente. Considerou-se aconselhável a suspensão de medicamentos fúteis, que prolonguem o morrer e a adequação dos tratamentos não fúteis privilegiando o controle da dor e dos sintomas para o alívio do sofrimento dos pacientes com doença terminal. Para a prestação de cuidados paliativos a pacientes críticos e seus familiares, devem ser seguidos princípios e metas que visem o respeito às necessidades e anseios individuais. Os profissionais da unidade de terapia intensiva envolvidos com o tratamento desses pacientes são submetidos a grande estresse e tensão sendo desejável que lhes sejam disponíveis programas de educação continuados sobre cuidados paliativos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(2):205-209
DOI 10.1590/S0103-507X2008000200015
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os cuidados paliativos se baseiam na prevenção e alívio do sofrimento, identificando, avaliando e tratando a dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais. Quadros súbitos de dispnéia são freqüentes em pacientes oncológicos em fase terminal. Nestes casos, a ventilação mecânica não-invasiva pode ser uma boa opção no manuseio da dispnéia, promovendo conforto e permitindo o contato do paciente com seus familiares. O objetivo deste estudo foi apresentar os benefícios obtidos com a ventilação mecânica não-invasiva no paciente sob cuidados paliativos. RELATO DO CASO: Paciente com 29 anos, em pós-operatório imediato de cesariana, admitida na unidade de terapia intensiva (UTI) para tratamento de insuficiência respiratória aguda. À radiografia de tórax visualizava-se massa pulmonar a direita. Após investigação clínica e de imagem foi diagnosticado sarcoma torácico metastático em fase avançada, sendo indicadas pela equipe de Oncologia medidas e cuidados paliativos. Para alivio da dispnéia, a equipe multidisciplinar da UTI optou pelo uso de ventilação mecânica não-invasiva (modalidade CPAP + PSV), permitindo a interação da mãe com o bebê e familiares. CONCLUSÕES: No contexto de cuidados paliativos, a VMNI mostrou-se ser um método capaz de contribuir para o controle da dispnéia provendo conforto e alívio ao paciente.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(1):88-92
DOI 10.1590/S0103-507X2008000100014
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os cuidados paliativos têm como objetivo a prevenção e o alívio do sofrimento, melhorando a comunicação e o sinergismo com a terapêutica curativa. Esta filosofia de tratamento conjuga os valores dos pacientes e de seus familiares, facilitando as transferências entre os vários setores intra-hospitalares, que possam estar conduzindo um paciente com grave risco de vida. CONTEÚDO: Apesar de ainda estar se desenvolvendo em todo o mundo, os cuidados paliativos estão progressivamente integrando-se aos cuidados curativos, inclusive nos ambientes de terapia intensiva. Entretanto, várias evidências têm demonstrado que esta abordagem médica ainda precisa melhorar, seja para os pacientes com sintomas de desconforto significativos ou dores físicas, nas unidades de terapia intensiva, ou na percepção dos familiares, que também é falha, sobretudo no que cerne às recomendações básicas como as intervenções diagnósticas, prognósticas e terapêuticas. CONCLUSÕES: O desenvolvimento de pesquisa nesta área promoverá indicadores de desempenho, o que nos garantirá eficiência, qualidade operacional, e melhoria constante desses cuidados. Este artigo destaca a importância da medicina paliativa e propõe alternativas e planos para promoção de uma abordagem paliativa em tempo apropriado, no sentido de tornar a medicina geral mais próxima dos valores e dignidade humana.