Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(2):167-178
DOI 10.5935/0103-507X.20160020
A asma é a mais comum das doenças da infância. Embora a maioria das crianças com exacerbações agudas de asma não demanda cuidados críticos, algumas delas não respondem ao tratamento padrão e necessitam de cuidados mais intensos. Crianças com asma crítica ou quase fatal precisam de monitoramento estrito quanto à deterioração e podem requerer estratégias terapêuticas agressivas. Esta revisão examinou as evidências disponíveis que dão suporte a terapias para asma crítica e quase fatal, e resumiu o cuidado clínico atual para essas crianças. O tratamento típico inclui uso parenteral de corticosteroides e fármacos beta-agonistas, por via inalatória ou intravenosa. Para crianças com resposta inadequada ao tratamento padrão, pode-se lançar mão do uso inalatório de brometo de ipratrópio ou intravenoso de sulfato de magnésio, metilxantinas e misturas gasosas com hélio, além de suporte ventilatório mecânico não invasivo. Pacientes com insuficiência respiratória progressiva se beneficiam de ventilação mecânica com uma estratégia que emprega grandes volumes correntes e baixas frequências do ventilador, para minimizar a hiperinsuflação dinâmica, o barotrauma e a hipotensão. Sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares são frequentemente necessários na fase inicial do tratamento para facilitar um estado de hipoventilação controlada e hipercapnia permissiva. Pacientes que não conseguem melhorar com a ventilação mecânica podem ser considerados para abordagens menos comuns, como inalação de anestésicos, broncoscopia e suporte extracorpóreo à vida. Esta abordagem atual resultou em taxas de mortalidade extremamente baixas, mesmo em crianças com necessidade de suporte mecânico.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(1):87-91
DOI 10.5935/0103-507X.20160005
O hélio foi descoberto em 1868 pelo astrônomo francês Pierre-Jules-César Janssen e teve seu uso terapêutico pela primeira vez na obstrução das vias aéreas, feito por Barach, quase 70 anos depois, em 1934. O heliox é caracterizado por sua baixa densidade, o que lhe confere melhor fluidez sob condições de turbulência, minimizando a pressão das vias aéreas e facilitando a ocorrência de um fluxo laminar. Este artigo apresenta dois casos clínicos de doentes com mal asmático sob ventilação mecânica, refratários à terapêutica, em que se recorreu ao heliox, permitindo uma otimização da eficácia do tratamento farmacológico convencional. Apesar de sua utilização permanecer esporádica e sua verdadeira eficácia não se encontrar bem demonstrada, as propriedades físicas únicas do hélio e a melhoria teórica do fluxo de ar nas vias aéreas obstruídas fomentam o interesse e a pesquisa científicos. Sua aplicação pode ter lugar simultaneamente em terapêuticas convencionais nas exacerbações graves e refratárias da doença obstrutiva grave.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(4):390-396
DOI 10.5935/0103-507X.20150065
Avaliar a qualidade das evidências existentes para embasar diretrizes do emprego da ventilação mecânica não invasiva no manejo da crise de asma aguda grave em crianças não responsivas ao tratamento padrão.
Busca, seleção e análise de todos os artigos originais sobre asma e ventilação mecânica não invasiva em crianças, publicados até 1º de setembro de 2014, em todos os idiomas, nas bases de dados eletrônicas PubMed, Web of Science, Cochrane Library, Scopus e SciELO, encontrados por meio de busca pelos descritores "asthma", "status asthmaticus", "noninvasive ventilation", "bronchospasm", "continuous positive airway pressure", "child", "infant", "pediatrics", "hypercapnia", "respiratory failure", e das palavras-chave "BIPAP", "CPAP", "bilevel", "acute asthma" e "near fatal asthma". Os artigos foram qualificados segundo os graus de evidências do Sistema GRADE.
Foram obtidos apenas nove artigos originais. Destes, dois (22%) apresentaram nível de evidência A, um (11%) apresentou nível de evidência B e seis (67%) apresentaram nível de evidência C.
Sugere-se que o emprego da ventilação mecânica não invasiva na crise de asma aguda grave em crianças não responsivas ao tratamento padrão é aplicável à maioria desses pacientes, mas as evidências não podem ser consideradas conclusivas, uma vez que pesquisa adicional de alta qualidade provavelmente tenha um impacto modificador na estimativa de efeito.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(1):86-90
DOI 10.1590/S0103-507X2012000100013
A asma aguda grave é uma emergência médica que deve ser diagnosticada e tratada rapidamente. O tratamento inicial inclui broncodilatadores e corticosteróides sistêmicos. Em casos graves, com fraca resposta ao tratamento padrão, o sulfato de magnésio venoso surge como opção terapêutica. O objetivo deste artigo foi revisar a literatura sobre o uso do sulfato de magnésio venoso na asma aguda em crianças no pronto-socorro no que se refere a eficácia, indicação, dosagem, efeitos adversos e contraindicações. Realizada revisão narrativa por meio das Bases de dados Medline, Lilacs e Cochrane Database of Systmatic Reviews, entre 2000 e 2010. Utilizados os descritores: asthma, children, emergency, magnesium sulfate. Incluídos oito ensaios clínicos controlados, três meta-análises, um estudo retrospectivo, oito artigos de revisão e um estudo transversal. A eficácia do magnésio venoso em crianças foi observada por vários autores, com raros efeitos adversos. Seu uso foi indicado para os pacientes com asma aguda moderada e grave que não responderam ao tratamento inicial com broncodilatador e corticosteróide. As contraindicações em pediatria são poucas. Entre elas estão insuficiência renal e bloqueio atrioventricular. Existem poucos relatos da interação do magnésio com drogas de uso pediátrico. Apesar da segurança, na prática, o magnésio venoso é pouco usado na asma aguda em pediatria. Na maioria das vezes, é indicado tardiamente para impedir falência respiratória e internação na unidade de cuidados intensivos. Os estudos demonstram que o magnésio venoso é uma droga eficaz e segura na criança com asma aguda grave, porém o seu uso no pronto-socorro ainda é limitado.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(3):369-373
DOI 10.1590/S0103-507X2007000300019
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Tem sido mostrado que o sulfato de magnésio apresenta benefícios em adultos e crianças asmáticos, com fraca resposta aos agentes beta-agonistas e corticóides sistêmicos no departamento de emergência. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão não sistemática acerca do tratamento da asma aguda com sulfato de magnésio por via venosa e nebulização na emergência. CONTEÚDO: As primeiras investigações que demonstraram benefício no uso do sulfato de magnésio na asma são de 1938. Os efeitos do sulfato de magnésio podem ser mediados através da ação antagonista do cálcio ou através da função de co-fator em sistemas enzimáticos envolvendo o fluxo iônico através da membrana celular. Foi realizada uma revisão de literatura através da base de dados MedLine nos últimos seis anos (2000 a 2006) e incluídos os artigos publicados na língua inglesa, através do cruzamento dos unitermos asma e sulfato de magnésio. CONCLUSÕES: A administração de rotina do sulfato de magnésio por via venosa e nebulização em pacientes com asma aguda grave que se apresentam no serviço de emergência não é recomendado; entretanto, como um tratamento adjuvante obtém-se algum benefício.