Você pesquisou por:"Jaime Retamal"
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Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(2):231-237
DOI 10.5935/0103-507X.20170032
A distensão excessiva e o recrutamento alveolar pelo volume corrente foram defendidos como os principais mecanismos físicos responsáveis pela lesão pulmonar induzida pelo ventilador. A limitação do volume corrente demonstrou benefícios quanto à sobrevivência em pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda e é reconhecida como a pedra fundamental da ventilação protetora. Em contraste, o uso de elevados níveis de pressão positiva expiratória final em estudos clínicos gerou resultados conflitantes e ainda é um assunto controvertido. Nesta revisão, discutimos os benefícios e as limitações da abordagem de pulmão aberto, e debatemos alguns recentes estudos experimentais e clínicos, referentes ao uso de níveis baixos e moderados de pressão positiva expiratória final. Também distinguimos o estiramento dinâmico (volume corrente) do estático (pressão expiratória final positiva e pressão média nas vias aéreas) e discutimos seus papéis na indução da lesão pulmonar induzida pela ventilação. As estratégias com elevada pressão positiva expiratória final claramente diminuem a hipoxemia refratária em pacientes com síndrome da angústia respiratória aguda, porém também aumentam o estiramento estático, que, por sua vez, pode ser lesiva aos pacientes, especialmente para aqueles com nível mais baixo de recrutabilidade pulmonar. Em pacientes com insuficiência respiratória grave, recomenda-se a titulação da pressão positiva expiratória final contra a gravidade da hipoxemia, ou sua aplicação de uma forma decrescente após manobra de recrutamento. Caso sejam observadas elevadas pressões de platô, driving pressure ou pressão média nas vias aéreas, a posição prona ou ventilação ultraprotetora podem ser indicadas para melhora da oxigenação, sem estresse adicional e estiramento dos pulmões.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(1):43-51
DOI 10.1590/S0103-507X2012000100007
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da pressão expiratória final positiva no estiramento, recrutamento e recrutamento e desrecrutamento cíclico avaliados por tomografia computadorizada pulmonar em pacientes com lesão pulmonar aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo. MÉTODOS: Trata-se de um estudo aberto, controlado, não randomizado, de intervenção, em pacientes com lesão pulmonar aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo. Foram realizados cortes simples de tomografia computadorizada durante pausas inspiratórias e expiratórias com um volume corrente de 6 ml/kg e níveis de pressão expiratória final positiva de 5, 10, 15 e 20 cmH2O. Medimos as densidades do parênquima pulmonar em unidades Hounsfield e calculamos o recrutamento, recrutamento e desrecrutamento cíclico induzidos pela pressão expiratória final positiva, assim como o estiramento. RESULTADOS: O aumento dos níveis de pressão expiratória final positiva aumenta de forma consistente o recrutamento e o estiramento globais (p<0,01), o que se correlacionou de forma significante com a pressão de platô (r²=0,97; p<0,01). O aumento dos níveis de pressão expiratória final positiva aumentou sistematicamente a distensão alveolar em todo o eixo esternovertebral. CONCLUSÃO: A distensão alveolar é um efeito adverso da pressão expiratória final positiva que deve ser ponderado em qualquer paciente em relação ao seus potenciais benefícios no recrutamento. Em razão do número reduzido de pacientes, estes dados devem ser considerados como geradores de hipótese e não limitar a aplicação de valores elevados de pressão expiratória final positiva em pacientes com hipoxemia grave.