Você pesquisou por:"Flavia Ribeiro Machado"
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Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(1):31-37
DOI 10.5935/0103-507X.20210003
Os efeitos provocados pela COVID-19 em longo prazo são desconhecidos. O presente estudo tem como objetivo avaliar os fatores associados com a qualidade de vida relacionada à saúde e os desfechos em longo prazo em sobreviventes à hospitalização por COVID-19 no Brasil.
Este será um estudo multicêntrico de coorte prospectivo, aninhado em cinco ensaios clínicos randomizados desenhados para avaliar os efeitos dos tratamentos específicos para COVID-19 em mais de 50 centros no Brasil. Pacientes adultos sobreviventes à hospitalização por infecção por SARS-CoV-2 comprovada ou suspeita serão seguidos por um período de 1 ano, por meio de entrevistas telefônicas estruturadas. O desfecho primário é o escore de utilidade para qualidade de vida relacionada à saúde após 1 ano, avaliado segundo o questionário EuroQol-5D3L. Os desfechos secundários incluirão mortalidade por todas as causas, eventos cardiovasculares graves, reospitalizações, retorno ao trabalho ou estudo, condição funcional física avaliada pelo instrumento Lawton-Brody Instrumental Activities of Daily Living, dispneia avaliada segundo a escala de dispneia modificada do Medical Research Council, necessidade de suporte ventilatório em longo prazo, sintomas de ansiedade e depressão avaliados segundo a Hospital Anxiety and Depression Scale, sintomas de transtorno de estresse pós-traumático avaliados pela ferramenta Impact of Event Scale-Revised e autoavaliação da condição de saúde, conforme a Escala Visual Analógica do EuroQol-5D3L. Serão utilizadas equações de estimativas generalizada para testar a associação entre cinco conjuntos de variáveis (1 - características demográficas, 2 - condição de saúde pré-morbidade, 3 - características da doença aguda, 4 - terapias específicas para COVID-19 recebidas e 5 - variáveis pós-alta atualizadas) e desfechos.
O protocolo do estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa de todas as instituições participantes. Os resultados serão disseminados por meio de conferências e periódicos revisados por pares.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(3):324-331
DOI 10.1590/S0103-507X2009000300014
A constipação intestinal é uma complicação comumente identificada entre pacientes graves. Sua incidência é bastante variável devido à carência de uma definição aplicável a estes pacientes. Além das consequências já conhecidas da constipação, nos últimos anos tem-se percebido que essa complicação também pode estar relacionada ao pior prognóstico de pacientes críticos. Ao longo desta revisão procurou-se descrever as principais evidências científicas disponíveis mostrando ser a constipação um marcador prognóstico e uma das representações clínicas da disfunção intestinal, além da possibilidade de interferir no prognóstico com o tratamento. Revisou-se também a síndrome de Ogilvie, importante causa de morbidade e mortalidade nas unidades de terapia intensiva. Conclui-se, por todo o exposto, ser necessária mais atenção a esse distúrbio nas unidades de terapia intensiva, com elaboração de protocolos de diagnóstico e manejo em pacientes graves.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2010;22(4):327-332
DOI 10.1590/S0103-507X2010000400003
OBJETIVO: Homocisteína e a sepse estão ambos associados à inflamação e ativação endotelial. O objetivo desse estudo foi verificar se o nível plasmático de homocisteína está relacionado à gravidade do quadro séptico. MÉTODOS: Estudo clínico, prospectivo e observacional, incluindo pacientes com sepse grave ou choque séptico com menos de 48 horas de instalação da disfunção orgânica. Os níveis de homocisteína foram determinados no dia da inclusão no estudo e nos dias 3, 7, 14. A associação entre homocisteína com o escore Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) foi avaliada pelo teste de Sperman e com mortalidade pelo teste de Mann-Whitney. Os resultados foram considerados significativos se p<0,05. RESULTADOS: Foram incluídos 21 pacientes e feitas 60 coletas para avaliação da homocisteina total (mediana de 6,92 (5,27 - 9,74 μmol/l). O teste de correlação Spearman não mostrou associação entre homocisteina e SOFA (r = -0,15 e p = 0,26). Também não foi encontrada correlação da medida de homocisteína na data de admissão do estudo e a diferença do SOFA obtido no 3º dia e o SOFA da admissão (deltaSOFA) (r = 0,04 e p = 0,87). A variação da homocisteína do 3º dia e a admissão no estudo (deltaHmc) e a variação do SOFA no mesmo período não estavam correlacionadas (r = -0,11 e p = 0,66). A homocisteina da admissão não se correlacionou com mortalidade na UTI (p=0,46) ou com a mortalidade hospitalar.(p=0,13). Mesmo quando foi utilizado o deltaHmc não houve correlação (p=012 e p=0,99, respectivamente). CONCLUSÃO: O nível basal de homocisteína ou sua variação nos primeiros dias da disfunção não estiveram relacionadas com a piora dos parâmetros funcionais dos sistemas orgânicos ou mortalidade nos pacientes sépticos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2022;34(3):335-341
DOI 10.5935/0103-507X.20220040-en
Comparar a mecânica pulmonar e os desfechos entre a síndrome do desconforto respiratório agudo associada à COVID-19 e a síndrome do desconforto respiratório agudo não associada à COVID-19.
Combinamos dados de dois ensaios randomizados sobre a síndrome do desconforto respiratório agudo, um incluindo apenas pacientes com COVID-19 e o outro incluindo apenas pacientes sem COVID-19, para determinar se a síndrome do desconforto respiratório agudo associada à COVID-19 está associada à maior mortalidade aos 28 dias do que a síndrome do desconforto respiratório agudo não associada à COVID-19 e também examinar as diferenças na mecânica pulmonar entre esses dois tipos de síndrome do desconforto respiratório agudo.
Foram incluídos na análise principal 299 pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo associada à COVID-19 e 1.010 pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo não associada à COVID-19. Os resultados mostraram que os pacientes sem COVID-19 utilizaram pressão positiva expiratória final mais alta (12,5cmH2O; DP 3,2 versus 11,7cmH2O; DP 2,8; p < 0,001), foram ventilados com volumes correntes mais baixos (5,8mL/kg; DP 1,0 versus 6,5mL/kg; DP 1,2; p < 0,001) e apresentaram menor complacência respiratória estática ajustada para o peso ideal (0,5mL/cmH2O/kg; DP 0,3 versus 0,6mL/cmH2O/kg; DP 0,3; p = 0,01). Não houve diferença entre os grupos quanto à mortalidade aos 28 dias (52,3% versus 58,9%; p = 0,52) ou à duração da ventilação mecânica nos primeiros 28 dias entre os sobreviventes (13 [IQ 5 - 22] dias versus 12 [IQ 6 - 26] dias; p = 0,46).
Esta análise mostrou que os pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo não associada à COVID-19 têm mecânica pulmonar diferente, mas desfechos semelhantes aos dos pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo associada à COVID-19. Após pareamento por escore de propensão, não houve diferença na mecânica pulmonar e nem nos desfechos entre os grupos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2020;32(3):337-347
DOI 10.5935/0103-507X.20200060
Os marcadores pró-inflamatórios desempenham papel importante na severidade de pacientes com COVID-19. Assim, terapêuticas anti-inflamatórias são agentes interessantes para potencialmente combater a cascata inflamatória descontrolada em tais pacientes. Delineamos um ensaio para testar tocilizumabe em comparação com o tratamento padrão, tendo como objetivo melhorar os desfechos por meio da inibição da interleucina 6, um importante mediador inflamatório na COVID-19.
Este será um estudo aberto multicêntrico, randomizado e controlado, que comparará os desfechos de pacientes tratados com tocilizumabe mais tratamento padrão com o tratamento padrão isoladamente em pacientes com COVID-19 moderada a grave. Como critérios de inclusão, serão exigidos dois dos quatro critérios a seguir: dosagens de dímero D acima de 1.000ng/mL, proteína C-reativa acima de 5mg/dL, ferritina acima de 300mg/dL e desidrogenase lática acima do limite superior do normal. O objetivo primário será comparar a condição clínica no dia 15, conforme avaliação por meio de escala ordinal de 7 pontos aplicada nos estudos de COVID-19 em todo o mundo. O desfecho primário será avaliado por regressão logística ordinal assumindo razões de propensão proporcionais ajustadas pelas variáveis de estratificação (idade e sexo).
O TOCIBRAS foi aprovado pelos comitês de ética locais e central (nacional) do Brasil em conformidade com as atuais diretrizes e orientações nacionais e internacionais. Cada centro participante obteve aprovação do estudo por parte de seu comitê de ética em pesquisa, antes de iniciar as inscrições no protocolo. Os dados derivados deste ensaio serão publicados independentemente de seus resultados. Se tiver sua efetividade comprovada, esta estratégia terapêutica poderá aliviar as consequências da resposta inflamatória na COVID-19 e melhorar os resultados clínicos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(4):340-346
DOI 10.5935/0103-507X.20150058
Testar se amostras de sangue venoso coletadas do acesso femoral podem ser utilizadas para estimar a saturação venosa central de oxigênio e os níveis de lactato arterial em pacientes graves.
Foram utilizadas a análise de Bland-Altman e correlações de Spearman para comparar a saturação venosa femoral de oxigênio e a saturação venosa central de oxigênio, assim como os níveis de lactato arterial e femoral. Foi conduzida uma análise predeterminada de subgrupos nos pacientes com sinais de hipoperfusão. Além disso, foi também investigada a concordância clínica.
Foram obtidas amostras sanguíneas de 26 pacientes. Em 107 amostras pareadas, observou-se correlação moderada (r = 0,686; p < 0,0001) entre a saturação venosa central de oxigênio e a saturação venosa femoral de oxigênio, com um viés de 8,24 ± 10,44 (limites de concordância de 95%: -12,23 a 28,70). Em 102 amostras pareadas, houve forte correlação entre os níveis arteriais de lactato e os níveis de lactato femoral (r = 0,72, p < 0,001) com um viés de -2,71 ± 9,86 (limites de concordância de 95%: -22,3 a 16,61). A presença de hipoperfusão não modificou de forma significante os resultados. A concordância clínica para saturação venosa foi inadequada, com diferentes decisões terapêuticas em 22,4% das situações; para o lactato, isto ocorreu em apenas 5,2% das situações.
A saturação venosa de oxigênio femoral não deve ser utilizada em substituição da saturação venosa central de oxigênio. No entanto, os níveis femorais de lactato podem ser utilizados na prática clínica, mas com cautela.
Resumo
Crit Care Sci. 2023;35(4):342-344
DOI 10.5935/2965-2774.20230263-pt