Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(2):121-125
DOI 10.1590/S0103-507X2006000200003
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A retirada precoce da ventilação mecânica (VM) é importante para reduzir a morbimortalidade de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização do teste de Tubo T (TT) como método de retirada de VM. MÉTODO: Foram incluídos neste estudo os pacientes admitidos na UTI que apresentavam os seguintes critérios: VM > 24 horas, ausência de doença neuromuscular, relação PaO2/FiO2 > 200, estabilidade hemodinâmica, reversão da causa da intubação traqueal e drive respiratório adequado. Todos foram submetidos ao teste de tubo T. Considerou-se falha a ocorrência de FR > 30 irpm, hipoxemia, taquicardia, disritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial. Após 2 horas de teste TT sem critérios de falha, os pacientes foram extubados. Considerou-se como sucesso na retirada da VM a manutenção por 48 horas de autonomia ventilatória. RESULTADOS: Foram incluídos 49 pacientes com idade média de 51,8 ± 21,7 anos. As incidências de SDRA e choque séptico foram 26,5% e 32,7% e o tempo médio de VM foi 11,9 ± 13 dias. A retirada da VM ocorreu em 79,2%, re-intubação em 31,6%, com tempo médio 13 ± 8,7 horas, sendo 75% devido à falência respiratória. Não houve correlação entre extubação e níveis de hemoglobina, PaO2/FiO2, idade, sexo, SDRA ou choque séptico prévios. O sucesso da retirada da VM (48 horas de autonomia) não se correlacionou com nenhuma das variáveis descritas. Os resultados foram considerados significativos se p < 0,05. CONCLUSÕES: O tubo T mostrou ser método adequado para a retirada da VM na maioria dos pacientes. Entretanto, a taxa de re-intubação foi elevada, podendo ser conseqüência do longo tempo do TT, da ventilação mecânica prévia ou da falha dos critérios de indicação de extubação traqueal.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(3):331-336
DOI 10.1590/S0103-507X2007000300011
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Esta pesquisa justifica-se na necessidade de maior conhecimento a respeito das técnicas de desmame ventilatório utilizadas em pacientes sob ventilação mecânica prolongada. O objetivo deste estudo foi comparar a obtenção do índice de respiração rápida e superficial (IRRS) nas modalidades PSV de 10 cmH2O e PEEP de 5 cmH2O (PSV10); CPAP de 5 cmH2O (CPAP5) e em ventilação espontânea (ESP), correlacionando com sucesso ou insucesso na retirada da ventilação mecânica (VM). MÉTODO: Estudo prospectivo incluindo 54 pacientes em VM há mais de 48 horas, submetidos ao IRRS em três modos ventilatórios: PSV10, CPAP5 e ESP nos momentos pré e pós-nebulização, utilizando tubo-T. Os pacientes foram retirados da VM quando o IRRS era < 105. RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores do IRRS obtidos nos momentos pré e pós-nebulização. Houve diferença estatística significativa dos valores do IRRS entre CPAP5 e PSV10 (p = 0,008) e entre a modalidade ESP e PSV10 (p = 0,01) no momento pré-nebulização e dos valores do IRRS obtidos entre CPAP5 e PSV10 (p = 0,01) no momento pós-nebulização. CONCLUSÕES: Neste estudo pode-se observar que o valor do IRRS foi superestimado quando obtido na modalidade PSV10. Foi constatado também que não houve necessidade de nebulização de 30 minutos antes da extubação traqueal quando o desmame é realizado com a técnica de redução gradativa da PSV. Este estudo sugeriu que o IRRS foi capaz de prever o sucesso do desmame; entretanto, incapaz de determinar o insucesso quando seu valor fosse < 105. Recomenda-se que o IRRS seja analisado em associação com outros parâmetros preditivos de desmame.