Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2017;29(2):222-230
DOI 10.5935/0103-507X.20170031
Alguns dos pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva podem enfrentar condições de doença terminal, que geralmente levam à morte. O conhecimento sobre cuidados paliativos é recomendado para os profissionais de saúde encarregados do cuidado destes pacientes. Em muitas situações, os pacientes devem ser avaliados diariamente, já que a introdução de novos tratamentos pode ou não ser benéfica para eles. As discussões entre os membros da equipe de saúde, relacionadas ao prognóstico e aos objetivos do tratamento, devem ser avaliadas cuidadosamente em cooperação com os pacientes e seus familiares. A adoção na unidade de terapia intensiva de protocolos relacionados a pacientes em final da vida é fundamental. É importante ter uma equipe multidisciplinar para determinar se é necessário deixar de iniciar ou mesmo retirar tratamentos avançados. Além disto, pacientes e familiares devem ser informados de que os cuidados paliativos envolvem o melhor tratamento possível para aquela situação específica, assim como respeitar suas vontades e considerar as bases sociais e espirituais dos mesmos. Assim, o objetivo desta revisão foi apresentar os cuidados paliativos como uma opção razoável para dar suporte à equipe da unidade de terapia intensiva na assistência a pacientes com doença terminal. São apresentadas atualizações com relação a dieta, ventilação mecânica e diálise nestes pacientes. Ainda, discutiremos o programa, comum nos Estados Unidos, conhecido como filosofia hospice, como alternativa ao ambiente da unidade de terapia intensiva/hospital.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):294-300
DOI 10.5935/0103-507X.20160042
Estimar a incidência de limitação de Suporte Avançado de Vida em pacientes graves internados em unidade de terapia intensiva com cuidados paliativos integrados.
Estudo de coorte retrospectivo, no qual foram incluídos os pacientes inseridos no programa de cuidados paliativos da unidade de terapia intensiva do Hospital Paulistano, maiores de 18 anos de idade, no período de 1º de maio de 2011 a 31 de janeiro de 2014. As limitações de Suporte Avançado de Vida analisadas foram: ordem para não ressuscitar, ventilação mecânica, hemodiálise e droga vasoativa. Para as variáveis quantitativas, foram calculadas medidas de tendência central. O teste qui quadrado foi utilizado para comparar características dos pacientes com ou sem limitação de Suporte Avançado de Vida e teste de Wilcoxon, para comparar o tempo de internação após Suporte Avançado de Vida. Para significância estatística, consideraram-se o intervalo de confiança e p ≤ 0,05.
Foram internados na unidade de terapia intensiva 3.487 pacientes, sendo 342 inseridos no programa de cuidados paliativos. Observou-se que, após entrada no programa de cuidados paliativos, demorou uma mediana de 2 (1 - 4) dias para o óbito na unidade de terapia intensiva e 4 (2 - 11) dias para óbito hospitalar. Boa parte das limitações de Suporte Avançado de Vida (42,7%) aconteceu no primeiro dia de internação. A ressuscitação cardiopulmonar (96,8%) e o suporte ventilatório (73,6%) foram as limitações mais adotadas.
Foi relevante a contribuição dos cuidados paliativos integrados à unidade de terapia intensiva para a prática da ortotanásia, ou seja, o não prolongamento da vida de um paciente terminal por meios artificiais.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):197-206
DOI 10.1590/S0103-507X2012000200017
OBJETIVO: O uso de tecnologia médica intervencionista em pacientes idosos em estado terminal necessita ser associado aos cuidados paliativos como medidas de suporte clínico na terapia intensiva. Esse recurso auxilia nas decisões ao final da vida do paciente e direciona a atenção da equipe de saúde para garantir o conforto do paciente e a satisfação da família. O prolongamento da vida sem a implementação de ações que visem amenizar sintomas, como dor e dispneia, contribui para o estresse familiar e a morte com sofrimento. O objetivo deste trabalho foi conhecer os avanços no uso dos cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva. MÉTODOS: Revisão sistemática sobre a relação entre cuidados paliativos aos idosos e a terapia intensiva nos portais Medline e Bireme. RESULTADOS: Foram analisados 29 artigos, que mostram experiências de cuidados paliativos em unidades de terapia intensiva utilizando as variáveis "satisfação da família quando participa das discussões sobre os cuidados paliativos" e "dificuldades na implementação desse tipo de cuidado por falta de capacitação técnica dos profissionais". CONCLUSÃO: O tema "cuidados paliativos" deve ser aprofundado visando melhorar a relação entre pacientes, seus familiares e a equipe de saúde. Considerando o aumento do número de idosos na terapia intensiva, é fundamental melhorar a capacitação do profissional de saúde para enfrentar os desafios que envolvem a terminalidade da vida.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(4):422-428
DOI 10.1590/S0103-507X2008000400016
O objetivo da presente revisão foi avaliar o estado atual do conhecimento sobre doença terminal e cuidados paliativos em unidade de terapia intensiva. Identificar as questões-chave e sugerir uma agenda de pesquisa sobre essas questões. A Associação Brasileira de Medicina Intensiva organizou um fórum especifico para o debate de doenças terminais na unidade de terapia intensiva, onde participaram profissionais experientes em medicina intensiva. Esses profissionais foram subdivididos em 3 subgrupos, que discutiram: comunicação em unidade de terapia intensiva, decisões diante de um doente terminal e cuidados/ações paliativas na unidade de terapia intensiva. As informações e referências bibliográficas foram copiladas e trabalhadas através de um site de acesso restrito. Os trabalhos ocorreram em 12 horas quando foram realizadas discussões sistematizadas seguindo o método Delphi modificado. Foram elaboradas definições sobre a terminalidade. A adequada comunicação foi considerada de primordial importância para a condução do tratamento de um paciente terminal. Foram descritas barreiras de comunicação que devem ser evitadas sendo definidas técnicas para a boa comunicação. Foram também definidos os critérios para cuidados e ações paliativas nas unidades de terapia intensiva, sendo considerada fundamental a aceitação da morte, como um evento natural, e o respeito à autonomia e não maleficência do paciente. Considerou-se aconselhável a suspensão de medicamentos fúteis, que prolonguem o morrer e a adequação dos tratamentos não fúteis privilegiando o controle da dor e dos sintomas para o alívio do sofrimento dos pacientes com doença terminal. Para a prestação de cuidados paliativos a pacientes críticos e seus familiares, devem ser seguidos princípios e metas que visem o respeito às necessidades e anseios individuais. Os profissionais da unidade de terapia intensiva envolvidos com o tratamento desses pacientes são submetidos a grande estresse e tensão sendo desejável que lhes sejam disponíveis programas de educação continuados sobre cuidados paliativos.