Você pesquisou por:"Albert Bousso"
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Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(2):231-242
DOI 10.5935/0103-507X.20210030
Relatar a prevalência e os desfechos da sepse em crianças admitidas em hospitais públicos e privados na América Latina.
Análise post-hoc dos dados do Latin American Pediatric Sepsis Study (LAPSES), um estudo de coorte que avaliou a prevalência e os desfechos da sepse em crianças admitidas em 21 unidades de terapia intensiva pediátricas de cinco países latino-americanos.
Dentre os 464 pacientes com sepse, 369 (79,5%) foram admitidos em hospitais públicos e 95 (20,5%) em privados. Em comparação com os admitidos em hospitais privados, os pacientes com sepse admitidos em hospitais públicos não diferiram em termos de idade, sexo, condição de imunização, tempo de permanência no hospital ou tipo de admissão, porém tiveram incidência mais alta de choque séptico, escores Pediatric Risk of Mortality (PRISM), Pediatric Index of Mortality 2 (PIM 2) e Pediatric Logistic Organ Dysfunction (PELOD) mais altos e taxas mais elevadas de doenças de base e analfabetismo materno. A proporção entre pacientes admitidos a partir de enfermarias pediátricas e mortalidade relacionada à sepse foi mais alta nos hospitais públicos. A análise multivariada não mostrou qualquer correlação entre mortalidade e tipo de hospital, porém, nos hospitais públicos, a mortalidade se associou com níveis mais altos de gravidade no momento da admissão à unidade de terapia intensiva.
Nesta amostra de crianças admitidas em condições críticas em cinco países latino-americanos, a prevalência de choque séptico nas primeiras 24 horas da admissão e a mortalidade relacionada à sepse foram mais elevadas em hospitais públicos do que nos privados. A mortalidade relacionada à sepse mais elevada em crianças admitidas em unidades de terapia intensiva pediátrica de hospitais públicos se associou com maior gravidade por ocasião da admissão à unidade de terapia intensiva, porém não com o tipo de hospital. São necessários novos estudos para elucidar as causas da maior prevalência e mortalidade de sepse pediátrica em hospitais públicos.
Resumo
Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(2):320-324
DOI 10.5935/0103-507X.20210041
Apresentação de um caso de infecção por Influenza B e doença de Kawasaki em adolescente ocorrido durante a pandemia da COVID-19. Adolescente asmática evoluiu com febre e síndrome gripal por 7 dias e deu entrada com quadro de insuficiência respiratória aguda, necessitando de intubação orotraqueal. Evoluiu também com instabilidade hemodinâmica respondedora ao uso de droga vasoativa. Foram introduzidas antibioticoterapia e medidas de suporte. Apresentou melhora hemodinâmica e respiratória progressiva, porém mantinha febre e alteração de provas inflamatórias. Durante internação, evoluiu com conjuntivite não purulenta bilateral, descamação de mão e pés, língua em framboesa e linfonodomegalia cervical, recebendo diagnóstico de doença de Kawasaki. Recebeu gamaglobulina e, por conta de quadro clínico refratário, foi administrado também corticoide, evoluindo afebril 24 horas após. Não apresentou alterações coronarianas. O único agente isolado foi Influenza B, mesmo realizando painel viral e investigação para COVID-19 com reação em cadeia da polimerase e sorologia. Durante internação, apresentou tromboembolismo pulmonar, e, em investigação de coagulopatias, foi diagnosticada com mutação em heterozigose de fator V de Leiden. Há uma potencial associação entre doença de Kawasaki e infecção por Influenza B ou outros vírus, como o coronavírus e, por isso, esses diagnósticos devem ser investigados nos pacientes pediátricos, incluindo adolescentes, com quadros febris prolongados.