Análise dos fatores associados ao internamento na unidade de terapia intensiva de crianças e adolescentes com COVID-19: aplicação de um modelo multinível - Critical Care Science (CCS)

Artigo Original

Análise dos fatores associados ao internamento na unidade de terapia intensiva de crianças e adolescentes com COVID-19: aplicação de um modelo multinível

RESUMO

Objetivo

Identificar fatores associados ao internamento na unidade de terapia intensiva de crianças e adolescentes com COVID-19.

Método

Estudo de coorte retrospectiva, com dados secundários, de crianças e adolescentes hospitalizados (zero a 18 anos), notificados com COVID-19 na Paraíba, de abril de 2020 a julho de 2021, totalizando 486 registros. Foram realizadas análise descritiva, regressão logística e regressão multinível, considerando o nível de significância de 5%.

Resultados

Na regressão logística sem níveis hierárquicos, ocorreu aumento da chance de internamento na unidade de terapia intensiva em pacientes do sexo masculino (RC = 1,98; IC95% 1,18 – 3,32), com desconforto respiratório (RC = 2,43; IC95% 1,29 – 4,56), dispneia (RC = 3,57; IC95% 1,77 – 7,18) e residentes em cidades com grande porte populacional (RC = 2,70; IC95% 1,07 – 6,77). Foi observada diminuição da chance de cuidados intensivos com aumento da idade em anos (RC = 0,94; IC95%=0,90 – 0,97), presença de tosse (RC = 0,32; IC95% 0,18 – 0,59), febre (RC = 0,42; IC95% 0,23 – 0,74) e aumento no Índice de Gini (RC = 0,003; IC95% 0,000 – 0,243). Na análise multinível, a chance de internamento na unidade de terapia intensiva aumentou no sexo masculino (RC = 1,70; IC95%=1,68-1,71) e por conta do aumento no porte populacional do município a cada 100 mil habitantes (RC = 1,01; IC95% 1,01 – 1,03); a chance de internamento na unidade de terapia intensiva diminuiu em pacientes pardos versus não pardos (RC = 0,981; IC95% 0,97 – 0,99) e por conta do aumento a cada pontuação do Índice de Gini (RC = 0,02; IC95% 0,02 – 0,02).

Conclusão

Os efeitos das condições próprias do paciente e do contexto social na necessidade de cuidados intensivos em crianças e adolescentes com infecção pelo SARS-CoV-2 são mais bem estimados com a inclusão de um modelo de regressão multinível nas análises.

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