Para: O Índice de Oxigenação Respiratória prevê falha de pós-extubação com cânula nasal de alto fluxo em pacientes de unidade de terapia intensiva: um estudo de coorte retrospectivo - Critical Care Science (CCS)

Carta ao Editor

Para: O Índice de Oxigenação Respiratória prevê falha de pós-extubação com cânula nasal de alto fluxo em pacientes de unidade de terapia intensiva: um estudo de coorte retrospectivo

Crit Care Sci. 2023;35(3):331-332

DOI: 10.5935/2965-2774.20230366-pt

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Ao editor,

Lemos com interesse o estudo intitulado “O índice de oxigenação respiratória prevê falha de pós-extubação com cânula nasal de alto fluxo em pacientes de unidade de terapia intensiva: um estudo de coorte retrospectivo” publicado neste periódico por Fuentes et al.() Os autores propuseram o índice de oxigenação respiratória (ROX) como preditor de falha de pós-extubação com cânula nasal de alto fluxo (CNAF) em pacientes de unidade de terapia intensiva. O índice ROX é a relação entre a saturação de oxigênio (SpO2) e a fração inspirada de oxigênio (FiO2) e a frequência respiratória. Em pacientes com pneumonia e insuficiência respiratória hipóxica aguda, o índice apresentou alta acurácia na previsão de falha da CNAF após 12 horas do tratamento (ROC 0,74; IC95% 0,64 – 0,84; p < 0,002), com valor de corte < 4,88 para prever a necessidade de intubação traqueal.() No estudo de Fuentes et al., foi colocada uma CNAF após a extubação para evitar insuficiência respiratória, e o ROX foi calculado para prever o risco de reintubação. O ROX foi estatisticamente menor nos pacientes que tiveram falha da CNAF do que naqueles que toleraram a terapia de ponte [mediana (IQ): 10,0 (7,7 – 14,4) versus 12,6 (10,1 – 15,6); p = 0,006] em termos do ROX para prever a falha da extubação, e a área sob a curva ROC foi de 0,64 (IC95% 0,53 – 0,75; p = 0,06).() A aplicação desse índice é promissora na quantificação do aumento do trabalho respiratório imposto a esses pacientes; entretanto, temos algumas preocupações. Não há consenso universal sobre o valor de corte do ROX e, em diferentes estudos, ele varia de 2,7 a 9,2.() Esse valor de corte não foi validado para prever a falha da CNAF em uma coorte diferente de pacientes. Em pacientes extubados, vários fatores podem afetar negativamente o curso clínico do paciente submetido à terapia de CNAF pós-extubação, como ventilação mecânica prolongada, neuropatia grave e atrofia do diafragma e de outros músculos respiratórios.() Muitos estudos demonstraram que a CNAF é superior à oxigenoterapia convencional na redução da incidência de falha no tratamento, quando usada como estratégia de suporte inicial e que reduz as taxas de falha na extubação.() No entanto, esses pacientes são pré-condicionados pela terapia de ponte quando não há sinal de insuficiência respiratória ou fadiga muscular. É possível que esses pacientes desenvolvam insuficiência respiratória no momento da extubação. Por fim, acreditamos que o ROX poderia ser útil para avaliar o estado respiratório dos pacientes à beira do leito; no entanto, são necessários outros estudos prospectivos, para confirmar a utilidade desse índice em pacientes de unidade de terapia intensiva tratados com CNAF como terapia de ponte e o tempo ideal de aquisição do ROX.

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