Morte por Staphylococcus aureus comunitário resistente à meticilina: relato de caso - Critical Care Science (CCS)

Carta ao Editor

Morte por Staphylococcus aureus comunitário resistente à meticilina: relato de caso

INTRODUÇÃO

Staphylococcus aureus resistente à meticilina da comunidade (CA-MRSA – community-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus), apresenta, por definição, concentração inibitória mínima para oxacilina ≥ 4mcg/mL, que configura resistência intrínseca a todos os betalactâmicos, incluindo cefalosporinas, e está associada à presença do gene mecA. Apresenta também características bacteriológicas e epidemiológicas distintas do MRSA de origem hospitalar, incluindo o perfil de resistência aos demais antimicrobianos, a caracterização genotípica por linhagem, o elemento genético que codifica a resistência à meticilina e o perfil de produção de toxinas.() Há poucos dados sobre a prevalência de CA-MRSA no Brasil. Carvalho et al. identificaram taxa elevada de colonização de CA-MRSA (7,4%) em crianças saudáveis em creches no Nordeste do Brasil.() Gelatti et al. avaliaram 104 amostras de pacientes internados com infecções cutâneas da comunidade no Sul do Brasil, sendo 58 S. aureus isolados; destes, 8,6% eram CA-MRSA.() Porém, é bem estabelecido um aumento na prevalência mundial, causando preocupação devido à associação com infecções potencialmente fatais.() Estudo realizado na República dos Camarões demonstrou aumento da prevalência de 20% – 30%, em 2003, até 80%, em 2019.() Metanálise de estudos de prevalência populacional em cidades e regiões dos Estados Unidos revelou aumento dramático nas infecções por CA-MRSA nas últimas duas décadas, com cepas de CA-MRSA endêmicas em níveis não precedentes em muitas regiões dos Estados Unidos, com aumento heterogêneo entre as regiões, que parece ter ocorrido mais cedo em crianças que adultos.()

A transmissão de CA-MRSA ocorre pelo contato com indivíduo colonizado ou com superfície contaminada, principalmente entre crianças e adolescentes saudáveis. Os clones de CA-MRSA podem ser mais eficientes que outras cepas para colonizar o corpo humano e sobreviver em superfícies. Fatores de risco envolvem situações de contato físico frequente, ruptura da integridade da pele, compartilhamento de itens, condições de moradia e higiene precárias, aglomerações, hábito sexual (sexo entre homens) e exposição a vários antibióticos. O risco de infecção aumenta significativamente com a colonização.(,,)

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