Epidemiologia das infecções graves nas unidades de terapia intensiva latino-americanas - Critical Care Science (CCS)

Epidemiologia das infecções graves nas unidades de terapia intensiva latino-americanas

Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):261-263

DOI: 10.5935/0103-507X.20160051

Visualizações 0

Perspectiva latino-americana

Em sua maior parte, os relatos epidemiológicos representativos de sepse são oriundos de países desenvolvidos; na América Latina, as abordagens epidemiológicas do problema foram algumas vezes inadequadas, em termos de delineamento da pesquisa, população do estudo e desfecho clínico.() As cidades estão se expandindo rapidamente nos países em desenvolvimento, porém são desconhecidos seus recursos em termos de serviços de atendimento a casos agudos. O número de leitos hospitalares por ônus da doença tem sido associado ao crescimento do produto interno bruto, porém o mesmo não é verdadeiro para a disponibilidade de UTI. Considerando-se que não há uma métrica bem reconhecida para avaliação da disponibilidade de UTIs, não é surpreendente que as cidades não disponham de dados abrangentes.() Em uma amostra de conveniência de 13 UTI de países de baixa e média renda, o levantamento revelou que frequentemente faltaram recursos constituídos por equipes especializadas e processos padronizados de tratamento.()

É improvável que, na América Latina, exista uma incidência menor de sepse, ou um melhor prognóstico para a condição do que nos países desenvolvidos do mundo. No levantamento EPISEPSIS Colombia,() que foi um estudo prospectivo para avaliar a condição atual da sepse em pacientes adultos hospitalizados em instituições com o nível mais elevado dentro do sistema de saúde colombiano, identificamos que as frequências de sepse grave e choque séptico (22% e 46%, respectivamente) foram similares às relatadas em outros estudos,(,) e a taxa de mortalidade geral aos 28 dias (19%) foi mais elevada do que a prevista, segundo o escore médio pela métrica Acute Physiologic and Chronic Health Evaluation II de 11,5 (14%). Em um estudo observacional multicêntrico de coorte, Silva concluiu que a sepse é um importante problema de saúde pública nas UTI do Brasil, com uma incidência de cerca de 57 por 1.000 pacientes-dias. Mais ainda, observou-se uma correlação próxima entre as categorias na avaliação segundo a American College of Chest Physicians/Society of Critical Care Medicine (ACCP/SCCM) e a taxa de mortalidade.()

[…]

Comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também