Avaliações categorizadas da subjetividade: a classificação ASA ainda tem um papel a desempenhar? - Critical Care Science (CCS)

Avaliações categorizadas da subjetividade: a classificação ASA ainda tem um papel a desempenhar?

Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(2):89-91

DOI: 10.5935/0103-507X.20150016

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Em 1941, Saklad propôs um sistema de classificação que tentava avaliar e medir a reserva fisiológica do paciente antes de um procedimento cirúrgico.() Após passar por algumas modificações, tornou-se amplamente conhecido como o sistema para classificação de condição física da American Society of Anesthesiologists (ASA).()Este método tornou-se amplamente utilizado e faz parte da rotina de avaliações pré-operatórias em diversos países – nos Estados Unidos, é também utilizado para questões relativas a faturamento.()Trata-se de um sistema classificatório aparentemente simples, que com frequência tem demonstrado associação com desfechos de morbidade e mortalidade.

O sistema de classificação ASA foi revolucionário em sua área de atuação.() Diferentemente dos modernos escores prognósticos,(,) ele se baseia em um princípio aparentemente simples: o desfecho depende das comorbidades prévias que o paciente apresenta e da maneira como estas o afetam. Se as comorbidades afetarem a reserva fisiológica de determinado paciente, menos restará para suportar o estresse cirúrgico. À medida que a estatística se mesclou à medicina, a formulação de prognósticos passou a basear-se em aspectos mais objetivos e “palpáveis”. Consequentemente, nenhum dos índices de gravidade mais utilizados recentemente e aplicados em unidades de terapia intensiva incorpora qualquer avaliação prévia sobre a condição de desempenho,(,) embora tenha sido demonstrado diversas vezes que a condição de desempenho é significante em termos prognósticos.(,) Até mesmo os sistemas de pontuação que têm como objetivo prever a morbidade pós-operatória, tais como as ferramentas POSSUM, P-POSSUM e SORT,(,) deixam de levar em conta a condição de desempenho. Há algumas razões para isto. Primeiramente, as avaliações objetivas são menos propensas a sofrer viés pessoal e local. Por exemplo, realiza-se a avaliação da frequência cardíaca do mesmo modo em qualquer lugar, assim como ocorre com a pressão arterial, o pH etc. Por outro lado, o escore ASA varia muito de pessoa para pessoa, já que é subjetivo. Logo, não surpreende que a concordância entre os escores ASA obtidos por diferentes médicos e entre escores ASA obtidos em diferentes momentos seja apenas moderada.(,)

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