Tratamento da pneumonia grave adquirida na comunidade no Brasil: análise secundária de um inquérito internacional - Critical Care Science (CCS)

Tratamento da pneumonia grave adquirida na comunidade no Brasil: análise secundária de um inquérito internacional

Objetivo:

Avaliar a percepção dos médicos brasileiros quanto ao diagnóstico, à avaliação de gravidade, ao tratamento e à estratificação de risco em pacientes com pneumonia grave adquirida na comunidade, e compará-la com as diretrizes atuais.

Métodos:

Estudo transversal realizado por meio da aplicação de um questionário anônimo a uma amostra de médicos brasileiros especialistas em cuidados intensivos, medicina de emergência, medicina interna e pneumologia. Entre outubro e dezembro de 2008, foram avaliadas as atitudes dos médicos no diagnóstico, a avaliação de risco e as intervenções terapêuticas para pacientes com pneumonia grave adquirida na comunidade.

Resultados:

Responderam ao questionário 253 médicos, sendo 66% da Região Sudeste do Brasil. A maioria (60%) dos médicos que responderam tinha mais de 10 anos de experiência. Verificou-se que a avaliação de risco de pneumonia grave adquirida na comunidade foi muito heterogênea, sendo a avaliação clínica a forma de avaliação de risco mais frequente. As hemoculturas foram habitualmente realizadas por 75% dos médicos, entretanto, foi reconhecido seu fraco desempenho diagnóstico. Por outro lado, a pesquisa de antígenos urinários de Pneumococo e Legionella foi solicitada por menos de um terço dos médicos. A maioria (95%) prescreveu antibióticos de acordo com as diretrizes. A combinação de uma cefalosporina de terceira ou quarta geração com um macrolídeo foi a escolha mais comum.

Conclusão:

Este inquérito brasileiro demonstrou diferenças entre as diretrizes publicadas e a prática clínica. Isso leva à necessidade de se desenvolverem programas educacionais e de adoção de protocolos para implementar estratégias baseadas em evidências no manejo da pneumonia grave adquirida na comunidade.

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