Avanços na atuação, mais benefícios... as perspectivas dos times de resposta rápida - Critical Care Science (CCS)

Avanços na atuação, mais benefícios… as perspectivas dos times de resposta rápida

Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):217-219

DOI: 10.5935/0103-507X.20160048

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Os times de resposta rápida (TRR) surgiram na década de 1990 com os objetivos de melhorar a identificação do paciente com deterioração clínica na enfermaria e oferecer, a partir dessa identificação, intervenção precoce.() O TRR é ativado a partir de gatilhos previamente definidos, tradicionalmente sinais vitais, isolados ou compondo escores agregados, outras alterações clínicas, como convulsões, ou ainda por critério subjetivo de preocupação com o paciente. Uma vez ativado, o TRR avalia o paciente em até 5 minutos, preferencialmente, e define as condutas necessárias, como administração de fluido, início de antibiótico, suporte ventilatório e transferência para a unidade de terapia intensiva (UTI). A presença de TRR nos hospitais tem sido fortemente sugerida por organizações como Joint Commission e Institute for Healthcare Improvement.(,) Tal sugestão baseia-se na plausibilidade do benefício de oferecer cuidado crítico precoce ao paciente com deterioração, combinada com a evidência, a partir de estudos do tipo “antes e depois”, de redução de parada cardiorrespiratória.(,) Com a ampla disseminação dos sistemas de resposta rápida, tem ocorrido um aumento constante nas publicações relacionadas a diversos elementos desse modelo.() Recentemente, outros potenciais benefícios, além de estratégias para aprimorar a atuação do TRR, têm sido descritos.

Nesta edição da Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Mezzaroba et al. apresentam uma coorte retrospectiva sobre a implementação de TRR liderado por médico intensivista em hospital universitário.() Embora a atuação do TRR neste estudo tenha sido restrita a 12 horas diurnas, a iniciativa alcançou o critério de qualidade:() a “dose” entregue do TRR foi 102 chamados por 1.000 admissões no primeiro ano, com mediana de 2 minutos para a chegada do TRR no leito. Mesmo com a queda no número de chamados nos anos seguintes, a dose ainda ficou bem acima da taxa mínima recomendada (25 por 1.000).() Apesar dos autores destacarem os fatores de risco para mortalidade hospitalar, as características da atuação do TRR em si são os dados mais relevantes. O critério subjetivo de preocupação com o paciente foi o principal gatilho para ativar o TRR, reforçando sua importância em aumentar a baixa sensibilidade dos critérios objetivos.(,) Além disso, o TRR apresentado tinha entre suas atribuições visita diária dos pacientes críticos que permaneceram na enfermaria. Isso vai ao encontro da atuação mais ampla de TRR, que tem sido sugerida, com visitas proativas e acompanhamento de egressos da UTI, por exemplo.(,) O desenho retrospectivo e a queda do número de chamados são algumas limitações do estudo. Os autores descrevem que a queda de chamados pode ser devida à implantação da visita diária, porém é bastante provável que barreiras profissionais e/ou culturais tenham contribuído.

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