Falta de especialistas em terapia intensiva nos Estados Unidos: percepções recentes e soluções propostas - Critical Care Science (CCS)

Falta de especialistas em terapia intensiva nos Estados Unidos: percepções recentes e soluções propostas

Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(1):5-6

DOI: 10.5935/0103-507X.20150002

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Apesar das projeções bastante divulgadas já por mais de uma década pelas sociedades de terapia intensiva e pelo Governo Federal referentes à iminência real de uma crise, no que se refere à força de trabalho de intensivistas nos Estados Unidos,(,) persiste uma falta nacional de médicos intensivistas. No entanto, há argumentos de que os modelos de força de trabalho, que baseiam as projeções de demanda na admissão às unidades de terapia intensiva (UTI), em vez de se apoiarem na incidência de doenças graves, superestimam de forma substancial a deficiência de profissionais.() Cremos que, antes de discutir se há uma falta de intensivistas “real” ou “imaginária”, há diversas questões fundamentais para discutir. Primeiramente, é importante concordar sobre uma definição de intensivista. Uma prática de alta qualidade e liderança confiável da equipe de medicina em cuidados críticos (MCC) deveria demandar que o intensivista dedicasse 100% de seu esforço à terapia intensiva. Lamentavelmente, isso engloba uma pequena parcela dos médicos norte-americanos, sendo predominantemente limitado aos centros médicos acadêmicos com programas de formação acreditados pelo Accredited Council for Graduate Medical Education (ACGME). Como a maioria dos intensivistas de adultos é na verdade atuante em tempo parcial, baseados em pneumologia, centros cirúrgicos (cirurgiões/anestesistas) ou medicina emergencial, a maior parte dos títulos de especialista em cuidados críticos são concedidos a médicos em tempo parcial;() assim, a falta de intensivistas em tempo integral é mais provavelmente cinco a dez vezes mais acentuada. Para nós, isso reflete uma falha na atuação das sociedades de terapia intensiva e um posicionamento da especialidade em MCC. Se desejarmos melhorar o impacto da MCC, precisamos primeiramente reconhecer essa falha nacional e pleitear mais investimentos e suporte político para nossas sociedades de cuidados críticos, além de valorizar os intensivistas que se dedicam em tempo integral a uma prática acadêmica de MCC.

Em segundo lugar, há uma falta de planejamento nacional e local quanto ao número e à proporção adequados de UTIs e leitos de terapia semi-intensiva.() Kahn e Rubenfeld salientaram corretamente que a fração real de pacientes gravemente enfermos nas UTIs dos Estados Unidos pode estar próxima de algo entre 40 – 60%,() com os demais pacientes permanecendo na UTI em razão de pressões políticas, falha no que se refere à taxa de transferência e alta apropriadas, ou relutância em dar alta a pacientes da UTI durante a noite. Como as proporções de enfermagem, em geral, definem o nível de cuidado e compreendem a maior parte dos custos fixos nessas UTIs, uma importante economia de recursos e a melhoria da escassez de enfermagem poderiam ser facilmente obtidos por meio de uma firme definição de leito de UTI, em vez de fechá-los.

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