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Artigo de Revisão28/09/2017
Sobrecarga hídrica em crianças submetidas à ventilação mecânica
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(3):346-353
Resumo
Artigo de RevisãoSobrecarga hídrica em crianças submetidas à ventilação mecânica
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(3):346-353
DOI 10.5935/0103-507X.20170045
Visualizações37RESUMO
Os pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva estão sujeitos à sobrecarga fluídica acumulada e recebem volume endovenoso pela ressuscitação agressiva, preconizada nas recomendações de tratamento do choque séptico, além de outras fontes de líquidos relacionadas às medicações e ao suporte nutricional. A estratégia liberal de oferta hídrica tem sido associada a maiores morbidade e mortalidade. Apesar de haver poucos estudos prospectivos pediátricos, novas estratégias estão sendo propostas. Esta revisão não sistemática discute a fisiopatologia da sobrecarga fluídica, suas consequências e as estratégias terapêuticas disponíveis. Durante a síndrome da resposta inflamatória sistêmica, o glicocálice endotelial é danificado, favorecendo o extravasamento fluídico, traduzido em edema intersticial. O extravasamento para o terceiro espaço se traduz em maior tempo de ventilação mecânica, maior necessidade de terapia de substituição renal e mais tempo de internação na unidade de terapia intensiva e no hospital, entre outros. A monitorização hemodinâmica adequada, bem como a infusão cautelosa de fluídos, pode minimizar estes danos. Uma vez instalada a sobrecarga fluídica acumulada, o tratamento com o uso crônico de diuréticos de alça pode levar a uma resistência ao uso destas medicações. A utilização precoce de vasopressores (norepinefrina) para melhora do débito cardíaco e perfusão renal, a associação de diuréticos e uso da aminofilina para indução de diurese, e a utilização de protocolos de sedação e mobilização precoce são algumas estratégias que podem reduzir morbimortalidade na unidade de terapia intensiva.
Palavras-chave: Desequilíbrio hidroeletrolíticoHemodinâmicaHidrataçãoinsuficiência renalrespiração artificialVer mais
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Artigo de Revisão01/01/2017
Recentes avanços na avaliação da microcirculação à beira do leito em pacientes graves
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(2):238-247
Resumo
Artigo de RevisãoRecentes avanços na avaliação da microcirculação à beira do leito em pacientes graves
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(2):238-247
DOI 10.5935/0103-507X.20170033
Visualizações53Ver maisRESUMO
Parâmetros relacionados à macrocirculação, como pressão arterial média, pressão venosa central, débito cardíaco e saturação venosa mista e central de oxigênio, são comumente utilizados na avaliação hemodinâmica de pacientes graves. No entanto, diversos estudos demonstram que existe dissociação entre estes parâmetros e o estado da microcirculação neste grupo de pacientes. Técnicas que permitem a visualização direta da microcirculação não estão completamente difundidas e nem incorporadas ao manejo clínico dos pacientes em choque. Entre as inúmeras técnicas desenvolvidas para avaliação da microcirculação encontram-se: avaliação clínica (por exemplo: índice de perfusão periférica e gradiente de temperatura); fluxometria por laser Doppler; eletrodos de avaliação de oxigênio tecidual; videomicroscopia (imagem espectral por polarização ortogonal, análise em campo escuro de fluxo lateral, ou iluminação incidental em campo escuro); e espectroscopia no infravermelho próximo. A monitorização e a otimização da perfusão tecidual por meio da visualização direta e da avaliação da microcirculação pode, em um futuro próximo, tornar-se uma meta a ser atingida na ressuscitação hemodinâmica dos pacientes graves.

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Artigo de Revisão01/01/2017
Aplicabilidade das variações respiratórias do volume sistólico e seus substitutos para predição da responsividade dinâmica a fluidos em pacientes críticos: uma revisão sistemática sobre a prevalência das condições requeridas
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(1):70-76
Resumo
Artigo de RevisãoAplicabilidade das variações respiratórias do volume sistólico e seus substitutos para predição da responsividade dinâmica a fluidos em pacientes críticos: uma revisão sistemática sobre a prevalência das condições requeridas
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2017;29(1):70-76
DOI 10.5935/0103-507X.20170011
Visualizações28Ver maisRESUMO
Objetivo:
Avaliar os dados publicados em relação à prevalência das condições requeridas para avaliação apropriada em pacientes críticos.
Métodos:
Foram realizadas buscas nas bases de dados MEDLINE, Scopus e Web of Science para identificar estudos que discutiam a prevalência de condições validadas para avaliação da responsividade a fluidos com uso de variações respiratórias do volume sistólico ou algum outro substituto em pacientes críticos adultos. O desfecho primário foi a prevalência de adequação para avaliação da responsividade. O objetivo secundário foi o tipo e a prevalência de pré-requisitos avaliados para definir a adequação.
Resultados:
Incluíram-se cinco estudos (14.804 pacientes). Observaram-se elevadas heterogeneidades do ponto de vista clínico e estatístico (I2 = 98,6%), o que impediu o agrupamento dos resultados em uma conclusão sumarizada significativa. A limitação mais frequentemente identificada foi a ausência de ventilação mecânica invasiva com volume corrente ≥ 8mL/kg. A adequação final para avaliação da responsividade a fluidos foi baixa (em quatro estudos, variou entre 1,9 e 8,3% e, em um estudo, foi de 42,4%).
Conclusão:
A aplicabilidade na prática diária de índices dinâmicos de responsividade da pré-carga que demandam interações cardiopulmonares pode ser limitada.

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Artigo Original01/09/2015
A distensibilidade da veia jugular interna parece ser uma alternativa à distensibilidade da veia cava inferior para avaliar a responsividade a fluidos
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2015;27(3):205-211
Resumo
Artigo OriginalA distensibilidade da veia jugular interna parece ser uma alternativa à distensibilidade da veia cava inferior para avaliar a responsividade a fluidos
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2015;27(3):205-211
DOI 10.5935/0103-507X.20150042
Visualizações64RESUMO
Objetivo:
Investigar se a variação respiratória no diâmetro da veia cava inferior (ΔDVCI) e no diâmetro da veia jugular interna direita (ΔDVJID) se correlacionam em pacientes submetidos à ventilação mecânica.
Métodos:
Estudo clínico prospectivo realizado em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Foram incluídos 39 pacientes mecanicamente ventilados e com instabilidade hemodinâmica. Os valores da variação do diâmetro da veia cava inferior e da variação do diâmetro da veia jugular interna direita foram avaliados por meio de ecografia. A distensibilidade da veia foi calculada como a razão de (A) Dmin - Dmax/Dmin e (B) Dmax - Dmin/média de Dmax - Dmin, e expressa como porcentagem.
Resultados:
Com ambos os métodos, observou-se correlação entre a variação do diâmetro da veia cava inferior e a variação do diâmetro da veia jugular interna direita: (A) r = 0,34, p = 0,04 e (B) r = 0,51, p = 0,001. Utilizando o ponto de corte de 18% para indicar responsividade a fluidos na variação do diâmetro da veia cava inferior, pelo o método (A), 16 pacientes foram considerados responsivos e 35 medições mostraram concordância (Kappa ponderado = 0,80). A área sob a curva ROC foi de 0,951 (IC95% 0,830 - 0,993; valor de corte = 18,92). Usando 12% como ponto de corte para a variação do diâmetro da veia cava inferior para indicar capacidade de resposta a fluidos, pelo método (B), 14 pacientes foram responsivos e 32 medições mostraram concordância (Kappa ponderado = 0,65). A área sob a curva ROC foi de 0,903 (IC95% 0,765 - 0,973; valor de corte = 11,86).
Conclusão:
As variações respiratórias nas dimensões da veia cava inferior e da veia jugular interna direita se correlacionaram e mostraram concordância significativa. Avaliação da distensibilidade da veia jugular interna direita parece ser uma alternativa à distensibilidade da veia cava inferior para avaliar a responsividade a fluidos.
Palavras-chave: HemodinâmicaHidrataçãorespiração artificialVeia cava inferior/ultrassonografiaVeias jugulares/ultrassonografiaVer mais
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Artigo de Revisão01/08/2013
Utilização de cateter em veia femoral para avaliação de parâmetros de perfusão
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2013;25(2):168-174
Resumo
Artigo de RevisãoUtilização de cateter em veia femoral para avaliação de parâmetros de perfusão
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2013;25(2):168-174
DOI 10.5935/0103-507X.20130029
Visualizações30A utilização da saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) e do lactato arterial no diagnóstico de hipoperfusão tecidual em doentes graves já está bem estabelecida, e a otimização desses parâmetros é buscada principalmente em pacientes com sepse grave/choque séptico. Contudo, em diversas ocasiões, o único sítio para punção venosa profunda ou a primeira escolha para punção é a veia femoral. Embora a saturação venosa obtida da coleta de sangue desse cateter, em substituição a SvcO2, já tenha sido utilizada, pouco se sabe a respeito da acurácia de seus resultados. A utilização do lactato venoso, em substituição da punção arterial, também tem norteado decisões terapêuticas. Realizamos esta revisão de literatura buscando evidências sobre a correlação e a concordância desses parâmetros, obtidos pela coleta de gasometria venosa femoral, em relação à SvcO2 e ao lactato arterial. Existem poucos estudos na literatura avaliando a utilização da saturação venosa femoral de oxigênio (SvfO2) ou de lactato venoso. Os resultados até então obtidos mostram não haver concordância adequada entre SvfO2 e SvcO2, o que limita sua utilidade clínica. No entanto, a aparente correlação forte entre os valores de lactato arterial e venoso, tanto periférico como central, sugere que o lactato venoso obtido da veia femoral poderia, eventualmente, ser utilizado em substituição do lactato arterial, embora não haja evidências suficientes para basear essa conduta no momento.
Palavras-chave: Cateterismo venoso centralHemodinâmicaOxigênioPerfusãoPressão venosa centralsepseVeia femoralVer mais
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Relato de Caso23/04/2013
Pseudoinfarto agudo do miocárdio devido à síndrome da disfunção ventricular apical transitória (síndrome de Takotsubo)
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2013;25(1):63-67
Resumo
Relato de CasoPseudoinfarto agudo do miocárdio devido à síndrome da disfunção ventricular apical transitória (síndrome de Takotsubo)
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2013;25(1):63-67
DOI 10.1590/S0103-507X2013000100012
Visualizações42A síndrome de Takotsubo caracteriza-se por disfunção ventricular esquerda transitória, predominantemente medioapical, desencadeada caracteristicamente por estresse físico ou emocional. Relata-se aqui o caso de uma paciente de 61 anos de idade, admitida com tontura, sudorese profusa e mal-estar súbito, após intenso estresse emocional. Exame físico e eletrocardiograma inicial foram normais, porém havia elevação de troponina I e CKMB massa. Suspeitou-se de infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST, indicando cineangiocoronariografia de urgência. Foram evidenciados ventrículo esquerdo com hipocinesia difusa grave, balonamento sistólico medioapical e coronárias sem lesões significativas. A paciente foi encaminhada aos cuidados intensivos, evoluindo satisfatoriamente com terapia de suporte. Conforme visto, a cardiomiopatia de Takotsubo pode simular infarto agudo do miocárdio, sendo a cineangiocoronariografia importante para distinção na fase aguda. Neste caso, a paciente evoluiu com resolução espontânea da disfunção ventricular, sem sequelas.
Palavras-chave: Cardiomiopatia de TakotsuboChoque cardiogênicoDisfunção ventricular esquerdaEstresse psicológicoHemodinâmicaRelatos de casosterapia intensivaVer mais
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Artigo Original - Pesquisa Clínica23/04/2013
Caracterização do uso do cicloergômetro para auxiliar no atendimento fisioterapêutico em pacientes críticos
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2013;25(1):39-43
Resumo
Artigo Original - Pesquisa ClínicaCaracterização do uso do cicloergômetro para auxiliar no atendimento fisioterapêutico em pacientes críticos
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2013;25(1):39-43
DOI 10.1590/S0103-507X2013000100008
Visualizações79OBJETIVO: Analisar as alterações cardiorrespiratórias de pacientes durante o exercício ativo com um cicloergômetro e verificar a aceitação dos pacientes para realizar esse tipo de atividade. MÉTODOS: Foi realizada uma única intervenção de exercício ativo de membros inferiores no cicloergômetro (sem carga) durante 5 minutos. As variáveis frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, saturação periférica de oxigênio e escala de dispneia de Borg foram avaliadas em três momentos: antes, durante e imediatamente após o exercício. Ao final, o paciente respondia um questionário avaliando sua satisfação em relação a esse tipo de atividade. RESULTADOS: Participaram do estudo 38 pacientes (65% masculino) com 48±16 anos e SOFA=2 (0-5). Durante o exercício, 55% estavam em ar ambiente e 16% utilizaram algum tipo de suporte ventilatório. Comparando-se os valores iniciais e finais das variáveis analisadas, verificou-se um aumento apenas nas variáveis frequência cardíaca (92±17 e 95±18; p<0,05), frequência respiratória (19±8 e 23±8; p<0,05) e Borg (1,3±1,8 e 2,8±2,2; p<0,05). Além disso, 85% dos pacientes gostaram muito de realizar esse tipo de atividade. Apenas 25% dos pacientes relataram algum tipo de desconforto, entretanto 100% dos pacientes gostariam de repetir esse tipo de atividade em um próximo atendimento. CONCLUSÃO: Nos pacientes estudados, verificaram-se pequenas alterações cardiorrespiratórias durante o exercício com o cicloergômetro. Os pacientes avaliados relataram alta satisfação com esse tipo de atividade.
Palavras-chave: Deambulação precoceDispneiaExercíciofisioterapiaHemodinâmicaUnidades de Terapia IntensivaVer mais
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Artigo Original - Pesquisa Clínica24/04/2012
Efeitos da mobilização passiva nas respostas hemodinâmicas agudas em pacientes sob ventilação mecânica
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2012;24(1):72-78
Resumo
Artigo Original - Pesquisa ClínicaEfeitos da mobilização passiva nas respostas hemodinâmicas agudas em pacientes sob ventilação mecânica
Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2012;24(1):72-78
DOI 10.1590/S0103-507X2012000100011
Visualizações35Ver maisOBJETIVO: Avaliar as respostas hemodinâmicas agudas da mobilização passiva de pacientes sob ventilação mecânica. MÉTODOS: Estudo de investigação clínica do tipo transversal, quantitativa e observacional. Incluindo pacientes internados na unidade de terapia intensiva, sedados e sob ventilação mecânica. A infusão de drogas sedativas e analgésicas visava o grau de sedação de 4 a 6 de acordo com a escala de Ramsay. A mobilizaçao passiva consistiu em movimentos de flexo-extensão de quadril e joelho durante cinco minutos. Após 10 minutos de repouso, foram realizados mais cinco minutos de mobilização passiva com flexo-extensão de ombro. As mensurações hemodinâmicas (freqüência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica e pressão arterial média) foram realizadas 1 minuto antes da realização do protocolo e no primeiro minuto após o término. O duplo produto e a medida do consumo ou captação de oxigênio pelo miocárdio foram obtidas por meio de fórmulas. RESULTADOS: Entre junho a dezembro de 2011 foram incluídos 13 pacientes (69,2% homens) com idade média de 69,1 ± 15,8 anos. A mobilização passiva de membros inferiores e de membros superiores provocou aumentos da frequência cardíaca, do duplo produto e do consumo ou captação de oxigênio pelo miocárdio com diferença estatisticamente significante. Entretanto a pressão arterial média não apresentou diferença significativa. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que a mobilização passiva de membros inferiores e superiores em pacientes sedados sob ventilação mecânica influencia de forma segura nos efeitos hemodinâmicos agudos, particularmente na frequência cardíaca, porém sem alterar significativamente a pressão arterial média.



